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HOmem toma vacina antirábica humana ministrada por agente de saúde.
Foto: Marina Jordá

BH em Pauta: Vacina antirrábica humana foi para toda BH

criado em - atualizado em
Há três semanas, a pequena Maria Eduarda Possidônio, de 6 anos, passou por um susto ao ser mordida nos lábios enquanto brincava com um cachorro. A mãe, Michelly Possidônio, ligou no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) e foi informada de que poderia procurar atendimento no centro de saúde mais próximo da ocorrência. “Foi bem melhor ser atendida próximo de casa. Fui à minha unidade e me encaminharam para o Centro de Saúde Palmeiras. Lá, ela tomou a vacina e me passaram as recomendações que deveríamos seguir”, relata Michelly.
 

Justamente para ampliar o acesso ao serviço, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), já deu início ao processo de descentralização da vacina antirrábica humana. O material usado para a imunização, que era disponibilizado apenas no CRIE, na região Centro-Sul da capital, agora está disponível em todas as regionais da cidade, em 32 centros de saúde. A mudança na distribuição vai facilitar para quem precisa se vacinar após ser mordido por um cão, gato ou outro animal que também possa transmitir a doença, como o morcego.
 

A descentralização ocorre de forma gradativa, conforme distribuição feita pelo Ministério da Saúde. O estoque entregue pelo governo federal está em fase de expansão. Em 2016, Belo Horizonte aplicou 16.696 doses da vacina e, neste ano, 8.032 já foram aplicadas. A demanda mensal do município é de aproximadamente 2.500 doses.



Água e sabão


Em casos de agressões animais (cães, gatos ou outros potenciais transmissores da raiva), a pessoa deve lavar o local do ferimento com água abundante e sabão e, em seguida, procurar o centro de saúde mais próximo de casa, para que seja feita a limpeza criteriosa da lesão.
 


Após a higienização do local, a equipe do centro de saúde fará a avaliação da necessidade de administração da vacina, associada ou não ao soro ou imunoglobulina humana antirrábica. O cuidado com o paciente vai depender de como está a saúde do animal que causou a agressão. A conduta médica vai variar conforme comportamento sugestivo de cães ou gatos em relação à raiva animal.
 


Desde que aplicada adequada e oportunamente, a profilaxia pós-exposição é o único meio disponível realmente eficiente para evitar o risco de morte do paciente nos casos de infecção pelo vírus rábico.

 


Jandira Lemos, referência técnica da gerência de Vigilância em Saúde e Informação da SMSA, ressalta a importância da vigilância epidemiológica, bem como a intervenção adequada dos profissionais de saúde. A raiva é uma doença praticamente 100% letal, isto é, alguns casos no mundo obtiveram cura, mas a pessoa ficou com muitas sequelas. É preciso conjugar todos esses fatores para prevenir a doença. Um bom atendimento, com indicação correta da vacina, associada ou não ao soro ou imunoglobulina humana antirrábica e o acompanhamento do animal”, explica.



CCZ
 

Em Belo Horizonte, a doença está controlada e não há casos humanos desde 1984 e caninos desde 1989. No entanto, há registros de morcegos não hematófagos infectados com o vírus da raiva desde 2004, ano em que foi implantada a vigilância de quirópteros no município. Por esse motivo, a vigilância epidemiológica da doença é permanente, por meio dos agentes de zoonoses (ACEs) e das gerências de zoonoses e epidemiologia das regionais.
 


A imunização dos animais é fundamental para o controle da doença. Além da campanha de vacinação realizada anualmente, a vacina fica disponível durante todo o ano no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O serviço funciona de segunda a sexta, das 8h às 17 horas, na rua Edna Quintel, 174 – Bairro São Bernardo.
 

 

Capacitação da Rede SUS-BH
 

Para reorganizar o fluxo e qualificar o atendimento à população, a SMSA realizou nos dias 21, 22 e 26 de junho uma capacitação em “Profilaxia da Raiva Humana” para médicos, enfermeiros, referências de zoonoses e profissionais de assistência e da vigilância epidemiológica dos distritos sanitários. Ao todo, foram capacitados 172 profissionais. Todas as unidades já contam com profissionais capacitados para esse tipo de atendimento, mas há a expectativa de novas turmas, para ampliar o quadro de profissionais qualificados nas unidades.