30 June 2017 -
Desde jovem, a farmacêutica Isabela Vaz Leite Pinto, de 31 anos, conviveu com a dor no quadril. Em 2012, ela foi diagnosticada com bursite, doença que, além da dor, causa limitações na prática de atividades físicas, dificulta o sono e, no caso da farmacêutica, provocou uma frouxidão ligamentar que resulta em fraqueza muscular. Para ajudar no alívio da dor, foram indicadas sessões de acupuntura, as quais Isabela começou a fazer no Centro de Saúde Pompeia, na região Leste da capital.
“Eu sentia muita dor ao subir escadas e em março deste ano tive uma dor muito intensa. Desde que comecei as sessões de acupuntura, senti uma grande diferença. Foram oito sessões até agora e estou bem melhor. A intensidade e o tempo de dor diminuíram e me acometem apenas nos momentos em que faço muito esforço”, relata Isabela.
A acupuntura é uma terapia milenar que tem origem na China e consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças e promover saúde. A técnica está disponível em 14 centros de saúde de Belo Horizonte. No Centro de Saúde Pompeia, os atendimentos são realizados em três dias da semana e, atualmente, há 32 pacientes em tratamento.
Médica da unidade e clínica geral pós-graduada em acupuntura, Lúcia Helena Verçosa esclarece que a medicina chinesa descobriu que há caminhos de energia no corpo chamados de meridianos. Esses caminhos são trabalhados durante as sessões de acupuntura, que têm duração de 15 a 25 minutos. “Além das agulhas nas sessões, também é usada a moxa (bastão feito de folhas da Artemísia), a fim de esquentar as extremidades das agulhas utilizadas na acupuntura, além de óleos para massagear”, explica ela.
A cuidadora de crianças Raimunda Carvalho Flores, 60, também faz sessões de acupuntura. Ela passou por um tratamento contra o câncer há quatros anos. À época, Raimunda retirou um tumor na perna esquerda, um procedimento que prejudicou o sistema linfático, o que lhe causava dor e comprometimento de movimentos no local. O alívio veio com a acupuntura. “Três vezes já fui parar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), devido a infecções, o que só se resolveu com antibióticos, mas a acupuntura aumentou a minha imunidade e me acalmou também. Acupuntura é tudo de bom”, diz Raimunda, que não toma mais medicamentos e, agora, tem mais disposição e readquiriu mobilidade na perna.
Práticas integrativas
A acupuntura é uma das práticas integrativas complementares oferecidas na Rede SUS de Belo Horizonte. Também integram as práticas a homeopatia, a medicina antroposófica, o Lian Gong, a terapia comunitária e a meditação, essa última oferecida atualmente em duas unidades.
Devido aos bons resultados e a grande aceitação da população, a Prefeitura de Belo Horizonte pretende ampliar o atendimento e a cobertura das práticas nas regionais. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde faz um levantamento para identificar aqueles que possam prestar este tipo de atendimento.
Para saber em quais unidades são oferecidas as práticas integrativas complementares, o cidadão pode procurar o centro de saúde mais próximo de casa ou ligar para o SOS Saúde: 3277-7722.