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Imagem do grupo Quatroloscinco
Foto: Divulgação PBH

Belo Horizonte segue conectada culturalmente na programação do Circuito em Casa

criado em - atualizado em

Quais as ligações potenciais entre o MC Douglas Din e o Grupo Folclórico Aruanda? Entre a estética das danças negras e a experimentação audiovisual oitentista do gênero vaporwave e seus samplers? A necessidade de produzir e distribuir cultura virtualmente, diante da pandemia da Covid-19, permitiu uma pluralidade de encontros do universo cultural de Belo Horizonte dentro do Circuito em Casa, etapa on-line do Circuito Municipal de Cultura. Uma nova rodada de atrações para toda a população acontece esta semana, entre os dias 30 de junho e 3 de julho. O Circuito é realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

 


Territórios culturais

Desde o início do projeto, no final de 2019, o Circuito Municipal de Cultura busca vascularizar os percursos possíveis entre as diferentes manifestações artísticas da cidade, do centro às periferias. Nesta semana, o Circuito em Casa atende a um pedaço desse desafio com a iniciativa “Territórios Culturais”, reunindo diversos artistas. O projeto visa ampliar a atuação do Circuito Municipal de Cultura nas nove regionais, mesmo agora, virtualmente, em tempos de distanciamento social. As ações foram criadas a partir da escuta realizada nos grupos de mobilização nesses territórios e promovem a valorização dos artistas locais nas mais variadas linguagens contemporâneas e tradicionais e estimulam o diálogo geracional, reconhecendo, interagindo e integrando culturas territoriais.

 

 

Slam na tela

Na quarta-feira, dia 1º, às 22h, a ação “Territórios Culturais” tem início com a apresentação de slam – batalha de poesia urbana - envolvendo o premiado MC Douglas Din, ao lado de EdyX MC e Koguin. A cena do slam na capital mineira é fortalecida pela forte tradição dos duelos de rima, referência em todo o Brasil a partir do viaduto Santa Tereza, e por slammers como Pieta Poeta, campeã nacional de Slam em 2018 e representante do Brasil no campeonato mundial do gênero. 

 

O slam volta à tela do Circuito em Casa com as apresentações de Iza Reys, Da Lua MC e Matos na quinta-feira, dia 2, às 22h. Na sexta-feira, dia 3, no mesmo horário, é a vez de Carolina Fernandes, Adriely Werneck e Michael Pepe. Os artistas que se apresentam no Circuito representam diversos territórios de BH como o Salgado Filho, Venda Nova, Bairro das Indústrias, Vila Fátima e São Bernardo.


 

Danças negras e cultura popular  

Ainda na programação da semana, segue o projeto “Terça da Dança”, da Fundação Municipal de Cultura. Antes realizada no palco do Teatro Marília e agora transportada para as redes do Circuito em Casa, a Terça da Dança tem objetivo de promover artistas independentes e grupos profissionais da dança, contemplando apresentações de espetáculos, intervenções e instalações artísticas, e ações formativas e reflexivas. 

 

No dia 30, às 19h, a atração é o segundo episódio do documentário "Danças Negras: um olhar possível para a dança que se faz no Brasil”, trazendo Evandro Passos e Rui Moreira, dançarinos e pesquisadores com 40 anos de carreira artística. O documentário, editado por Pablo Bernardo, terá comentários ao vivo de Rui Moreira.

 

O curta-metragem “O Bastão e o Rosário: entre tradições e ressignificações”, negritando as tradições de cultura popular do Grupo Folclórico Aruanda e a Irmandade de Moçambique Nossa Senhora do Rosário, do bairro Alto dos Pinheiros, é a atração da quarta-feira, dia 1º, às 12h. O curta, dirigido por Ana Luísa Cosse, é também objeto de um bate-papo no mesmo dia, às 20h, reunindo a diretora, a produtora, roteirista e dançarina do Grupo Aruanda Marina Araújo e o capitão da Irmandade e ator principal Paulo Santos.


 
 
Teatro e samplers

Na quinta, dia 2, às 19h, o teatro toma a cena com mais uma homenagem aos 50 anos do Grupo Giramundo. Confira a exibição de uma pílula do espetáculo “Alice no País das Maravilhas”, com o personagem “Coelho”. Na sequência, às 20h, assista ao Grupo Quatroloscinco em uma releitura audiovisual de trechos dos seus espetáculos. Percorrendo sua dramaturgia autoral (É só uma formalidade, Outro Lado, Get Out!, Humor, Ignorância, Fauna e Tragédia), os atores do grupo apresentam novos olhares a partir da situação do isolamento e da impossibilidade do encontro presencial para a prática das artes cênicas. 

 

Já na sexta, dia 3, no mesmo horário, o duo musical e visual The Innernettes é destaque com as experimentações de seu estilo vaporwave, a partir de samplers de áudio e imagens de vídeo editadas inspiradas na estética da década de 1980. A dupla apresentará em vídeo o seu último disco. Na cena desde 2014, o The Innernettes também tem seus trabalhos lançados em fita cassete pelo selo estadunidense Illuminated Paths.


 
A programação completa está disponível nesta página e no Portal Belo Horizonte.