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Belo Horizonte é destaque em investimento e ações de sustentabilidade ambiental
Foto: Melissa Reis

Belo Horizonte é destaque em investimento e ações de sustentabilidade ambiental

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A capital tem se consolidado, cada vez mais, como uma cidade com políticas e ações de sustentabilidade ambiental. Em 2022 o empenho da Prefeitura de Belo Horizonte nessas questões teve ainda mais destaque.  A quantidade de árvores plantadas e áreas recuperadas foi a maior dos últimos anos. Somado a isso, foi feita a melhoria de parques por toda a cidade, com investimento em infraestrutura e acessibilidade. A coleta seletiva e os Pontos Limpos foram ampliados para mais bairros, beneficiando um número maior de moradores e contribuindo para que a cidade fique ainda mais limpa.  

Em 2022, a Superintendência de Limpeza Urbana investiu na qualidade de vida da população, ampliando dois programas que colaboram para um meio ambiente mais saudável: a Coleta Seletiva Porta a Porta e os Pontos Limpos. 

A expansão da coleta seletiva contemplou moradores de 80.606 domicílios de Belo Horizonte, em oito novos bairros: Funcionários, Coração Eucarístico, Minas Brasil, Estoril, Prado, Sagrada Família, União e Santa Efigênia. Além disso, novas ruas dos bairros Grajaú, São Lucas, Castelo, Lourdes e Padre Eustáquio, que já eram atendidos com o serviço, passaram a integrar o roteiro dos caminhões. 

O recolhimento dos recicláveis é executado por seis associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, integrantes do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte. Desde setembro de 2019, quando essas entidades foram credenciadas pela SLU em chamamento público, elas são as responsáveis pelo serviço. Elas são contratadas pela SLU e remuneradas pela autarquia, que também cede caminhões compactadores para a atividade. A SLU continua sendo responsável pelo planejamento e fiscalização do serviço. 

Além da coleta seletiva porta a porta, a cidade conta com outra modalidade de coleta, a ponto a ponto, em que a população separa os recicláveis na residência e os deposita em contêineres instalados pela Prefeitura. Todo o material recolhido nas coletas seletivas porta a porta e ponto a ponto é doado para as cooperativas e associações. A SLU também providencia estruturas (aluguel, construção, reforma de galpões), para a triagem de recicláveis, e paga despesas como o aluguel. 

Pontos Limpos da SLU colocam fim em lixões

Em 2022, a SLU implantou 151 novos Pontos Limpos, em diversas regiões da cidade. O programa transforma áreas degradadas, alvos constantes de deposição clandestina de resíduos, em ambientes saudáveis para a comunidade. São locais em que carroceiros, caçambeiros e caminhoneiros, entre outros, despejam entulho e lixo, prejudicando toda a comunidade, com o acúmulo de lixo e consequências como mau cheiro, poeira, atração de insetos e animais peçonhentos, além da poluição visual. Após uma mobilização de toda a vizinhança do entorno, esses locais são limpos, ganham plantio de árvores, jardins, cercas e pequenas obras. Eles também recebem uma placa, com os dizeres “Ponto Limpo – Proibido jogar lixo e entulho. Lançar resíduos neste local constitui crime ambiental. Sujeitos a multa”. Os moradores são parte importante do projeto. Ao se comprometerem com a ideia, eles ajudam a tomar conta do espaço, mantendo o local limpo. 

De acordo com o superintendente de Limpeza Urbana, Genedempsey Bicalho Cruz, a SLU trabalha em sintonia com os princípios do desenvolvimento sustentável, minimizando os efeitos ambientais negativos decorrentes da geração de resíduos. “A participação da população é importante para o êxito desse trabalho. Ela pode ajudar muito, descartando corretamente seus resíduos e colaborando para a manutenção da limpeza urbana. O resultado é mais qualidade de vida e saúde para todos, além da preservação do meio ambiente”, diz. 

Meio Ambiente

Em 2022, a Secretária Municipal de Meio Ambiente promoveu, por meio de suas ações, programas e projetos, diversas políticas de incentivo, fiscalização e garantia da promoção à biodiversidade, do conhecimento ecológico, do consumo inteligente, da análise e enfrentamento às mudanças climáticas, da defesa dos animais, do uso das energias renováveis, da educação ambiental e dos projetos voltados à sustentabilidade e à proteção de nascentes e áreas verdes, visando a preservação, recuperação e perenização do ambiente. 

Mais Árvores

Por meio da política de compensação ambiental, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente promoveu plantios de novas árvores, reflorestamento de áreas degradadas e recuperação de ecossistemas. Em 2022 essas ações totalizaram 15.577 novas árvores para a capital, plantadas em vias públicas e áreas verdes do município, com previsão de mais 1700 plantios até o dia 31 de dezembro. 

Além disso, são executados projetos como o Montes Verdes, que tem por objetivo identificar, catalogar, caracterizar, propor e executar planos de reflorestamento, e o Agroflorestas Urbanas, que associa o aumento da agrobiodiversidade vegetal, proteção de recursos hídricos, reocupação de matas ciliares e melhoria da qualidade do solo à promoção da segurança alimentar de populações locais, por meio da produção de alimentos agroecológicos. A Prefeitura também firmou um novo acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para produção e plantio de mais 10 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica na capital. 

Crédito Verde 

A Prefeitura de Belo Horizonte atualizou e reformulou o programa de certificação “Selo BH Sustentável, reconhecimento concedido a empreendimentos públicos e privados, condomínios residenciais, comerciais e industriais que adotem medidas em contribuição para a redução do consumo de água, energia, de emissões diretas de gases de efeito estufa e para a redução e reciclagem de resíduos sólidos. Tendo como base legal a Deliberação Normativa do COMAM nº 66/2009, que estabelece medidas de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas, ele foi desenvolvido e reestruturado através da Lei Municipal 11.284/2021, regulamentado pelo Decreto 17.972/22.

O Selo BH Sustentável foi concebido em versão original no ano de 2016. Naquela versão, poderiam ser certificados empreendimentos nas modalidades de selos Bronze, Prata, Ouro e ainda era oferecido o Certificado de Boas Práticas Ambientais para os empreendimentos que não tivessem alcançado os índices mínimos estabelecidos, mas já contavam com ações nesse sentido. Por meio da reformulação, os empreendimentos certificados agora recebem os selos Bronze, Prata, Ouro e Diamante, e dispõem da emissão do Crédito Verde, que oferece descontos aos titulares inscritos na Dívida Ativa. Desta forma, os edifícios que se considerarem aptos poderão solicitar o Selo e, em caso de aprovação, estarão habilitados ao benefício, com descontos progressivos de 5 a 20% na dívida. A iniciativa visa assegurar a efetividade das medidas de sustentabilidade, com vistas a premiar aqueles empreendimentos que, voluntariamente, as implementaram. 

Lei das Carroças

Em cumprimento à Lei Municipal 10.119/2011, que dispõe sobre a circulação de veículo de tração animal e de animal, montado ou não, em via pública, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a SMMA cumpriu a 1a rodada do processo de cadastramento de animais, condutores e veículos de tração animal. 

A ação - que visa a garantir o cumprimento das regras para o tráfego de veículo de tração animal em via pública em circunstâncias normais, bem como dos participantes de cavalgadas, passeios e demais atividades, com a prévia autorização da PBH -,  contou com reuniões em 17 URPVs no objetivo de atender o público de todas as regionais da capital. Ao todo, foram vacinados 310 animais e emplacados mais de 100 veículos. Este número corresponde aos mais de 250 cadastros de tutores previamente realizados até o mês de março de 2022. Nos encontros, ainda, os carroceiros puderam receber instruções e tirar dúvidas sobre as diretrizes que respaldam a atividade, como normas de bons tratos, condições dos veículos e equipamentos, regras de trânsito e deposição adequada de resíduos, condições de trabalho e saúde dos animais. 

PLAC 

Em 2022 a Prefeitura de Belo Horizonte finalizou a elaboração e entrega do Plano Local de Ação Climática (PLAC). O documento traz estudos técnicos que determina ações a serem tomadas para enfrentar o aquecimento global, e tem o objetivo de mapear políticas, planos e projetos voltados à ação climática e definir metas ambiciosas para o município, além de adaptar o território aos efeitos adversos da mudança do clima, sempre com a participação da comunidade. 

Internacionalmente reconhecida por seu protagonismo na construção de políticas climáticas, Belo Horizonte é uma cidade que conta com um histórico avançado de cuidados com o meio ambiente e a vida nas cidades. A capital é um dos Laboratórios de vida urbana do programa Habitating Liv Lab, que busca difundir medidas a favor da mobilidade com baixo carbono, energia limpa e serviços de gestão de resíduos sólidos promovido pela ONU Habitat. Além disso, a cidade conta com um Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa atualizado com o instrumento de análise de riscos e vulnerabilidade climática, além de toda a base diagnóstica do consumo de energia e recursos hídricos da cidade. Em 2021, Belo Horizonte aderiu à campanha global Race to Zero, assumindo a meta de neutralização do carbono até 2050 e foi uma das oito cidades convidadas a contribuir com o desenvolvimento de um resumo para Formuladores de Políticas Urbanas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), bem como o refinamento das conclusões do Sexto Relatório de Avaliação das mudanças climáticas no planeta, desenvolvido pela ONU. 

Jardim de Chuva 

A Prefeitura de Belo Horizonte inaugurou, em fevereiro, o Jardim de Chuva do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado. Essas estruturas contribuem para a captação de chuva, criando espaços de armazenamento que facilitam a infiltração no solo e ajudam na recarga do lençol freático. Estas estruturas recebem o escoamento de água e acumulam os excessos, formando poças que se infiltram gradualmente no solo, auxiliando o sistema de drenagem a trabalhar dentro de sua capacidade mesmo durante os picos de precipitação. Também chamados de Sistema de Biorretenção, os jardins utilizam a atividade biológica de plantas e micro-organismos para remover os poluentes das águas pluviais, contribuindo para a infiltração e retenção da água de chuva. 

A iniciativa, que é um dos projetos demonstrativos no âmbito do INTERACT-Bio, com financiamento de cerca de € 50 mil do governo alemão, coordenação do ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade - e apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, é um importante colaborador na prevenção de alagamentos e enchentes nas cidades, além da restauração dos recursos hídricos. A Região Metropolitana de Belo Horizonte é uma das três selecionadas no Brasil para a execução do projeto – em conjunto com Londrina e Campinas. 

Parques Municipais e Zoobotânica

O ano de 2022 foi de muito trabalho e mão na massa para a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. O foco das ações foi a melhoria das infraestruturas para os visitantes e ações de preservação do patrimônio ambiental, como os plantios e o trabalho de combate a incêndios florestais. 

Vale lembrar que a topografia típica da cidade e, consequentemente, dos parques municipais, dificulta a adaptação dessas áreas verdes para espaços 100% acessíveis, mas a Fundação tem por diretriz que todas as reformas que sejam conduzidas nesses espaços considerem a adaptação das estruturas em questão para as normas de acessibilidade, sempre visando integrar o máximo possível de áreas para que os visitantes com deficiência possam usufruir do lazer ao ar livre em segurança. 

“Sabemos da importância e necessidade de que os equipamentos públicos garantam o acesso de todos. A Fundação vem incluindo esse conceito como prioritário para suas unidades, através de projetos que contemplam mobiliários e rotas acessíveis. Esse é um passo importante para que nossos parques sejam espaços cada vez mais acolhedores e que proporcionem boas experiências de lazer, descanso, práticas de atividades físicas e socialização”, explica o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sérgio Augusto Domingues.

Entre as melhorias entregues à população buscando garantir mais acessibilidade, destacam-se as reformas em três parques na Regional nordeste: Orlando de Carvalho Silveira, Ismael de Oliveira Fábregas e Marcos Mazzoni, que, além de reformas gerais em sistemas hidráulicos e elétricos e nas edificações, ganharam estruturas acessíveis a pessoas com deficiência, como brinquedos, pisos táteis, rampas, rebaixamento de calçada nas entradas, rotas acessíveis interligando áreas, adequação dos sanitários públicos, instalação de mesas de jogos, bancos e bebedouros  de acordo com as normas de acessibilidade e até sinalização com mapas táteis, que estão em fase final de instalação. No Parque Orlando de Carvalho Silveira foi também inaugurado o primeiro espaço exclusivo para cães em uma área pública de BH. 

Outro Parque que em 2022 teve obras de acessibilidade concluídas foi o Parque Américo Renné Giannetti, popularmente conhecido como Parque Municipal, localizado no Centro da cidade e um dos maiores cartões postais de BH. Foram investidos cerca de R$ 917 mil neste empreendimento. Na reforma foram executadas implantação de rota acessível, criação de novas rotas e acessos, além da permeabilização de uma área de 308 m². A obra trouxe maior segurança e conforto aos usuários, permitindo caminhos mais acessíveis e aumentando a vida útil do pavimento. Foi feita ainda a recuperação e implantação de pista de caminhada com material antiaderente e piso tátil para deficientes visuais. 

Outros parques da cidade receberam melhorias diversas, como o Parque Nossa Senhora da Piedade, onde já está disponível internet gratuita para uso dos visitantes e a renovação das estruturas e da pintura. Já no Parque Baleares, está em fase final a recuperação do playground. Também receberam novas pinturas os Parques Ecológico do Caiçara, Vencesli Firmino e Elias Michel Farah, este último também ganhou novo paisagismo. 

No Parque das Mangabeiras Maurício Campos foi feita a pintura da Ciranda de Brinquedos e da edificação na portaria da rua Caraça. No Parque Tom Jobim, além de pintura, o espaço teve banheiros reformados. No Parque Jornalista Eduardo Couri (Barragem Santa Lúcia), as intervenções foram feitas na recuperação dos pisos e na reforma dos brinquedos.

O Parque Primeiro de Maio ganhou a construção de dois novos banheiros e teve suas pontes reformadas, para aumento da segurança dos visitantes. Com o mesmo objetivo, no Parque Lagoa do Nado foi feito o reforço estrutural da barragem de contenção da Lagoa e a instalação de guarda-corpos para evitar acidentes. No parque, por meio de parceria da PBH com o governo Alemão, também foi instalado um novo jardim de chuva. 

No Parque Aggeo Pio Sobrinho, além de atender a uma demanda antiga da comunidade (a reforma geral da quadra poliesportiva local), a Fundação realizou outras intervenções, como a recuperação da ponte, com instalação de pergolado de madeira, e a implantação de um redário. A ideia é que o visitante possa levar ao parque a sua rede e instalar nos postes de madeira com ganchos disponíveis e curtir a beleza dos novos jardins, ampliados e revitalizados para melhorar a beleza cênica do parque. 

O Parque Mata das Borboletas também recebeu diversas melhorias e, com isso, vai passar a ser sede do Programa Escola Integrada, em parceria com a Escola Municipal Benjamin Jacob, que já realizava diversas atividades no local com seus alunos. O Parque ganhou pintura, troca de telhado, instalação de grades do tipo brizzes, entre outras melhorias. 

O Parque Alfredo Sabetta ganhou uma horta comunitária, construída em parceria entre a Prefeitura e a comunidade local, com a estrutura de apoio para manutenção da área (ponto de água).

Compostagem 

Em 2022, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica também manteve ações sustentáveis na manutenção de seus jardins e matas. A compostagem, feita com resíduos de podas de todos os parques, vem ganhando mais espaços em alguns parques, como o Jacques Cousteau. Desse trabalho, resulta a economia de combustível e diminuição da dispersão de CO2 no transporte dos resíduos para o aterro e, ainda, um composto de excelente qualidade para revitalização de novos jardins, reduzindo, ainda, a compra de insumos. Esta ação, adotada a título experimental no começo da pandemia, ganhou novos espaços em 2022 e passa a fazer parte da rotina da Fundação. 

Ações de Combate a Incêndios

Em 2022, foi renovado o termo de cooperação técnica entre a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Por meio da parceria, foram realizados neste ano cinco cursos de Brigadista Florestal, cujo objetivo é atualizar conhecimentos, além de formar novos brigadistas para atuação no combate ao fogo na capital mineira. Participaram dos cursos servidores da Fundação atuantes nos parques de todas as regionais, além de parceiros que atuam nas matas de todo o estado de forma colaborativa e, como novidade em 2022, voluntários das comunidades no entorno dos parques, já que, muitas vezes são  os primeiros a identificarem pequenos focos de incêndio nos parques e dão suporte aos brigadistas em campo fornecendo água e alimentos durante os combates. Além disso, atuam como guardiães dos parques, denunciando ações de vandalismo e também contribuindo na investigação das causas de incêndios criminosos, cedendo imagens de câmeras de segurança de seus imóveis. 

Nos últimos quatro anos, a Fundação já promoveu a formação de mais de mil pessoas aptas a atuarem no combate a incêndios. As capacitações são realizadas em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de MG, que ministra a formação de brigadistas florestais, e também com o 1º Batalhão de Bombeiros de Operações em Desastres (BOED), que ministra parte do curso de agente ambiental, composto por noções básicas de combate a incêndios. O curso de agente ambiental, que conta também com a parceria do Tribunal de Justiça de MG, por meio do Projeto Revitalizar, também contempla um módulo ministrado pela Fundação, cujo conteúdo engloba noções de educação e gestão ambiental para proteção de fauna e flora. Neste ano, foram capacitados mais cerca de 300 agentes ambientais para atuar no combate aos possíveis incêndios em todos os parques. 

Além disso, como faz anualmente, a Fundação realizou a atualização do Plano Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PIPCIF), atualizando informações, imagens e revisando estratégias. Também foram feitas outras ações preventivas como o manejo específico da vegetação, que inclui a realização dos aceiros - faixas ao longo das cercas onde a vegetação é completamente eliminada da superfície do solo com a finalidade de prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando-se assim queimadas ou incêndios. Os aceiros planejados cumprem a função de realizar o isolamento entre áreas propícias a ação de queimadas. Uma rede de aceiros, propicia a divisão de grandes áreas em áreas menores, tornando possível o controle do fogo por equipes treinadas em um menor tempo, evitando a propagação das chamas. 

Em 2022, a Fundação também adquiriu novos equipamentos para combate a incêndios, permitindo a atuação de mais brigadistas ao mesmo tempo, além de efetuar a revisão de todos os equipamentos já em uso. Foram adquiridos novo uniforme padronizado exclusivo para a brigada da Fundação, lanternas, capacetes, balaclavas, luvas, mochilas camelback e outros Equipamentos de Proteção individual para permitir a adesão de mais brigadistas. 

Plantios 

No ano de 2022, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica realizou o plantio de mais de 25 mil mudas de árvores em seus parques, em diversas ações ao longo do ano, intensificadas no período chuvoso. Foram priorizadas as áreas acometidas por incêndios nos anos anteriores e priorizadas para escolha as espécies específicas dos biomas de cada parque. 

Os plantios de espécies nativas nos parques têm como objetivo, inicialmente, melhorar a infraestrutura verde da cidade, potencializando os serviços ambientais de infiltração da água de chuva, retenção da poeira, além de melhoria das condições climáticas, da poluição atmosférica, sonora e, também, da recuperação de nascentes. A Fundação tem feito, ainda, uma campanha de recuperação de áreas degradadas, sejam as que passaram por efeitos de borda ou algum tipo de perturbação, como queimadas florestais. A arborização intensiva nos parques é um objetivo sempre presente no processo de manejo das áreas verdes da cidade. 

Corredor Ecológico 

Outra importante ação em busca da promoção de uma cidade mais sustentável foi a mobilização, por meio de decreto, em prol do Corredor Ecológico Espinhaço - Serra do Curral, uma área de mais de 1.1 mil hectares de território, compreendendo desde a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN – Minas Tênis Clube, no bairro Taquaril até a Mineração Lagoa Seca, no Belvedere, passando por três parques municipais, pela Mata da Baleia e pelo Parque Estadual da Baleia. 

Essa região da Serra do Curral já compreende um número expressivo de áreas verdes protegidas que, por sua vez, apresentam conexões físicas entre elas num arranjo ideal de corredor, favorecido também pela formação da crista da Serra. Esse aspecto, somado ao fato de a região estar, ainda, localizada num perímetro de proteção de tombamentos em diferentes níveis de governo, incluída como área prioritária para conservação, conferem a esse trecho da Serra do Curral vantagens significativas para se instituir uma ferramenta estratégica de gestão integrada e projetos de cooperação. 

O reconhecimento da área como um Corredor Ecológico constitui-se, portanto, num importante instrumento legal não só para embasar as políticas públicas para conservação desse inestimável patrimônio natural e cultural, como também contribuir para o incentivo da pesquisa científica em temas como, biodiversidade, recursos hídricos, restauração florestal, socioeconômica etc.  Além disso, representa um avanço significativo no estabelecimento de ferramentas de gestão e monitoramento do território a fim de garantir o fluxo genético e a movimentação das populações existentes nos ecossistemas compreendidos, promovendo a recolonização de áreas degradadas. 

Vale salientar que a fragmentação dos biomas, causada majoritariamente por ações humanas como incêndios florestais, desmatamento, mineração e urbanização, implica para as espécies grande vulnerabilidade, com perda da diversidade biológica, inclusive levando espécies para ameaça de extinção em médio e longo prazo. Conservar áreas contíguas e promover conectividade são consideradas estratégias eficientes para garantir maior autossuficiência do território e permitir o fluxo migratório adequado às populações que demandam para sua sobrevivência áreas com maior extensão do que as unidades de conservação ambientais individuais. 

O corredor ecológico, além de ser uma ferramenta de monitoramento e gestão, é um pacto entre os diversos atores que têm responsabilidades sobre a área. Um corredor ecológico em ambiente urbano potencializa os processos ecológicos e os serviços ambientais indispensáveis para o bem-estar não só das populações silvestres, mas também das populações humanas. Reconhecer e proteger o Corredor Ecológico da Serra do Curral sinaliza a possibilidade de reconexão de outras áreas protegidas já existentes, como o Monumento Natural da Serra da Piedade, a Reserva Particular do Jambreiro, a Estação Ecológica do Cercadinho, a mata da Mutuca, o Parque Estadual do Rola Moça, o Parque Nacional da Serra da Gandarela, integrando efetivamente o mosaico de unidades de conservação do Quadrilátero Ferrífero, criado no âmbito da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. 

Zoológico contribui com produção própria de alimentos 

No Zoo BH, a equipe de nutrição se dedica não apenas a elaborar e preparar as dietas de cada animal, mas também à produção de alimentos diversos, a fim de oferecer mais qualidade e variedade para os animais, além de economia de recursos no orçamento público. 

Em uma área com acesso restrito ao visitante são cultivados legumes, frutas, verduras e até o capim de alguns animais. A produção local é feita atualmente em 16 canteiros ativos e conta com alface, almeirão, acelga, couve, batata doce, beterraba, funcho, jiló, salsinha, cebolinha, milho, feijão, acerola, amora, jaca, abacate, malvavisco (folhagem parente do hibisco), rami (folhagem de excelente valor proteico), entre outros. 

Melina Fernandes, zootecnista chefe da Seção de Nutrição, explica que, além de minimizar os custos com a compra desses itens, cultivá-los no Zoo permite à equipe a rastreabilidade do alimento, o que garante um maior controle sobre a qualidade dos itens oferecidos aos animais, além de permitir manter uma alta variedade na dieta, já que nem sempre é fácil encontrar no mercado todos os itens que são produzidos no Zoo. Outra vantagem é a ausência de agrotóxicos no processo de cultivo. 

Essa produção torna-se especialmente importante quando se tem alguns animais com peculiaridades de saúde – como o Chimpanzé Serafim, que é diabético - ou outros com paladar bastante exigente, como um dos cervídeos do plantel, o cervo-do-pantanal, que aceita poucos alimentos, entre os quais amora, milho e malvavisco, que por sorte são produzidos na casa. Já os gorilas adoram a rama da batata-doce, o que permite aproveitar o alimento em sua totalidade, sem desperdiçar as folhas. Outra preferência – disputadíssima, por sinal - dos gorilas é o funcho, folhagem de alto custo e muitas vezes difícil de encontrar no mercado. “Só para o grupo de gorilas, enviamos 18kg de folhagens diversas por dia, entre elas o funcho. Produzir esses alimentos no Zoo nos traz a tranquilidade de que não irá faltar e, mais importante, que estão sendo oferecidos alimentos de alta qualidade”, reforça Melina. 

O setor de nutrição do Zoo BH produz, em média, três mil pés de hortaliças a cada 40 dias nos 16 canteiros. Isso gera uma economia de 40% no orçamento mensal do pedido de Hortifruti do Zoo BH. Atualmente, estão sendo preparados outros canteiros, a fim de aumentar essa produção.  A meta, segundo Melina, é chegar a 100% de economia e não mais precisar comprar os itens no mercado.