7 March 2019 -
Um esporte pouco conhecido pelos brasileiros deu novo fôlego aos trabalhadores e moradores do entorno do Centro de Saúde Felicidade, na Regional Norte. A fisioterapeuta, Aline de Morais Pereira, e o educador físico, Wilson Oliveira Gonçalves, integrantes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e Academia da Cidade respectivamente, levaram o Badminton para a unidade por meio do Projeto Felicidade.
O Badminton surgiu na Índia e é semelhante ao tênis e ao vôlei de praia. O esporte é praticado com raquetes e uma espécie de peteca que deve passar por cima da rede. O jogo envolve agilidade, coordenação e reflexo. Por ser dinâmico, o Badminton, possibilita, além da melhora da capacidade física em geral, o convívio entre os participantes.
“Notamos uma desmotivação no ambiente ocupacional e tivemos a ideia de propor uma prática esportiva que proporcionasse maior contato entre os servidores. O Badminton exige pouco espaço para ser realizado e traz muitos benefícios. Além de promover a atividade física em si, ele envolve os servidores na formação de equipes. Agentes Comunitários de Saúde formam parcerias com médicos, por exemplo, e a partir daí muda o relacionamento entre esses profissionais no ambiente de trabalho”, explicou Wilson Oliveira Gonçalves.
As potencialidades do jogo e a percepção das necessidades do entorno fizeram surgir o projeto que possui dois eixos de intervenção: a aproximação e o incentivo à saúde entre os profissionais da unidade e do Centro de Referência de Assistência Social Jardim Felicidade e a oferta do esporte para crianças carentes de 5 a 12 anos residentes na área de abrangência do centro de saúde.
O projeto teve início em março de 2018 e envolveu cerca de 80 participantes. Duas vezes por semana as atividades são desenvolvidas no pátio coberto do Centro de Referência de Assistência Social Jardim Felicidade. O Badminton no ambiente de trabalho resultou em mudança de comportamento entre os trabalhadores do centro de saúde. Quando o projeto foi anunciado, Vanessa Carla resistiu. Como era tímida e estava passando por uma depressão, a Agente Comunitária de Saúde negou vários convites até que, enfim, começou a praticar. Depois de dois meses, não sabia mais o que era tristeza. “Sou outra pessoa. O Badminton me ajudou na socialização, no convívio com outras pessoas. Lá é um espaço para o riso e muitas brincadeiras”, contou Vanessa.
No ano passado, além do 1º Torneio de Badminton, em que os familiares e amigos compareceram para incentivar os jogadores, houve também a confraternização natalina voltada para as crianças participantes e suas famílias. Keila Armond é moradora da região e mãe de Luiza, praticante do Badminton. Segundo ela, desde que a menina, de 10 anos, começou o esporte, o comportamento dela se transformou. “A responsabilidade é o que mais me chama a atenção. Chegam o dia e o horário do treino eu nem preciso falar com a Luiza. Ela sempre está pronta”, contou.
A Agente Comunitária de Saúde, Vanessa Lopes, foi uma das primeiras integrantes do projeto. Sedentária, já buscava há muito tempo uma atividade estimulante. “Comecei em várias academias, mas eu nunca prosseguia. Com o Badminton eu me sinto incentivada a todo tempo. Mudei minha alimentação, alterei minha rotina e já consegui perder 9kg”, comemorou.
O envolvimento dos trabalhadores e da comunidade com o projeto não está apenas dentro da quadra, na prática do esporte. Muitos profissionais auxiliaram na criação do placar, confeccionam lembrancinhas para os atletas e torcedores. E até quem vive nas proximidades apoia a iniciativa. O comerciante Júnior Brás Ferreira é dono do sacolão que funciona próximo à unidade. Todas as quintas-feiras ele fornece gratuitamente melancias para as crianças participantes do projeto. “São crianças da comunidade e nós temos que incentivá-las”, disse Júnior.
Para 2019, a expectativa é de que mais pessoas participem das atividades e comprovem que saúde se faz com alegria!