Pular para o conteúdo principal

Agenda RIC 2025: PBH lança programação cultural que promove a igualdade racial
Ricardo Laf

Agenda RIC 2025: PBH lança programação cultural que promove a igualdade racial

criado em - atualizado em

A Prefeitura de Belo Horizonte lança nesta segunda-feira (17), a Agenda RIC 2025, uma iniciativa que integra o Programa Rede de Identidades Culturais – RIC, política permanente de promoção e reparação da igualdade racial, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura. O objetivo é reunir, em uma programação conjunta, atividades pertinentes à temática racial realizadas por meio da política cultural do município. Neste mês de março, a Agenda RIC apresenta uma série de eventos e atividades tais como oficinas de capoeira, apresentações de dança, show musical, exposições, entre outras atrações. Também será lançado o conteúdo virtual “Personalidades Negras” que irá homenagear mensalmente Mestres e Mestras Quilombolas e Congadeiros de Belo Horizonte.  A programação completa da Agenda RIC de abril pode ser consultada no Portal da PBH.

A Agenda RIC 2025 celebra os Quilombos, Congados e Reinados da capital mineira, visando potencializar as políticas públicas de reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira no processo histórico de construção de Belo Horizonte. Neste ano, a Agenda RIC traz uma novidade no formato: a partir de abril, serão incluídas as festas/festejos e celebrações dos calendários tradicionais dos Congados, Reinados e Quilombos da capital. A agenda de festas e festejos tradicionais será construída em parceria com a Diretoria de Patrimônio da Fundação Municipal de Cultura e em colaboração com lideranças dos quilombos e congados da capital.

Para Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura, a Agenda RIC 2025 reafirma o compromisso da Prefeitura de Belo Horizonte com a valorização da cultura afro-brasileira e o enfrentamento ao racismo por meio da arte e da memória. “A diversidade da programação que trazemos reflete a riqueza e a força das expressões culturais negras em Belo Horizonte. Essa é a nossa intenção com a continuidade do Programa Rede de Identidades Culturais. Seguimos promovendo políticas públicas que garantem espaço e voz às culturas de matriz africana, construindo, assim, uma cidade mais diversa e democrática”, completa Eliane.

Segundo Bernardo Correia, presidente da Fundação Municipal de Cultura, mais que uma programação cultural, a Agenda RIC se destaca pela reflexão e o compromisso da gestão Fuad/Damião no combate ao racismo e a celebração da cultura afro-brasileira. “Teremos atividades diversas, próprias e parceiras, que vão da capoeira à dança, exposições e performances. Neste ano daremos mais visibilidade aos Mestres e Mestras Quilombolas, Congadeiros e artistas negros da cidade, fortalecendo a identidade cultural e garantindo que essas vozes sejam ouvidas, reconhecidas e celebradas”, destaca.

Destaques da programação de março

O Centro de Referência da Dança de Belo Horizonte – CRDançaBH promove na próxima terça-feira, dia 18, às 20h, no palco do Teatro Marília, mais uma edição do Projeto Terça Da Dança, com a Mostra “Corpo Mostra Cultura”, primeira residência de gestão de carreira artística em dança voltada para artistas negros e negras de BH. A mostra é composta por seis solos assinados por Cyntia Reyder, Guidá e Mestra Marilda Cordeiro, que retratam temas como autoconhecimento, escolhas e consequências, ancestralidade, ritualização, valorização da história dos mais velhos, nostalgia, e a importância da transposição de barreiras na vida. Na semana seguinte, dia 25, às 19h, o Terça da Dança apresenta a performance “Tecido de um Corpo Ancestral”, da artista Zaida Anaconda Mojica, explorando a ancestralidade e a diversidade dos povos originários. As duas atrações têm entrada gratuita com retirada de ingressos na plataforma Sympla.

Já no domingo (23), às 19h, o Teatro Marília abre as portas para a performance “Corpo Fala”, criada por Suellen Sampaio. O espetáculo utiliza a linguagem corporal como instrumento de resistência e expressão das vivências do corpo negro em uma sociedade que impõe silenciamentos e naturaliza o racismo. A obra transcende a comunicação verbal, explorando o movimento como narrativa de luta, ancestralidade e pertencimento. A performance reafirma o corpo negro como agente ativo, presente e potente no cenário cultural contemporâneo. Para essa apresentação, os ingressos custam R$10 (meia) e R$20 (inteira) e podem ser adquiridos na plataforma Sympla.

No domingo (30), às 11h, o Teatro Francisco Nunes promove mais uma edição do “Música de Domingo”, em parceria com o Circuito Municipal de Cultura. Desta vez, sobe ao palco a cantora Augusta Barna, um dos nomes de maior repercussão na música mineira e brasileira contemporânea. A cantora e compositora apresenta o show “Na Miúda”, seu segundo trabalho de estúdio, com 12 faixas autorais, estilizadas na linguagem do new soul, funk soul, hip hop, samba rock e MPB. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados na plataforma Sympla. O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon.

A programação da Agenda RIC 2025 também chega aos Centros Culturais descentralizados, com oficinas de capoeira e de dança, exposições, entre outras atividades. Um dos destaques será a Videoinstalação “Mandingas e Benzimentos” que acontece no Centro Cultural Venda Nova, entre os dias 15 e 31 de março. A videoinstalação gira em torno de imagens e áudios criados a partir da experiência que cruza a prática do benzimento popular e da Umbanda. As visitas à instalação podem ser feitas de terça a sexta, das 9h às 18h e aos sábados das 9h às 17h. Já o Centro Cultural Bairro das Indústrias promove a exposição literária “De Olho na Estante – Sejamos Todos Feministas”, com curadoria de Érica Lima, que traz uma seleção especial de obras do próprio acervo do Centro Cultural sobre o feminismo e a luta pelo fim das desigualdades e do racismo. A mostra pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 19h, sábados, das 9h às 17h.

Personalidades Negras 2025

O “Conteúdo Personalidades Negras” é uma publicação virtual que visa promover o reconhecimento às trajetórias  de homens e mulheres, que, por meio de sua dedicação às artes, às culturas e às tradições negras  se destacam pelas significativas contribuições  para o movimento negro no Brasil. Neste ano, em comemoração à inserção do nome de Zumbi dos Palmares como Herói Nacional no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no dia 21 de março de 1997, o “Conteúdo Personalidades Negras” irá homenagear Mestres e Mestras Quilombolas e Congadeiros de Belo Horizonte. Guardiões de saberes ancestrais e tradicionais, repassados de geração para geração entre negros africanos e brasileiros, libertos e ou escravizados que viviam na região, estes homens e mulheres foram multiplicadores de conhecimentos que se mantiveram pelos modos de vida, tradições e costumes compartilhados daquela época até os dias de hoje.

Para celebrar o Mês das Mulheres, as primeiras homenageadas são Dona Wanda de Oliveira, matriarca do Quilombo Mangueiras e Dona Maria Geralda, matriarca da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá. O conteúdo completo, com a história e trajetória destas duas personalidades da cultura negra da cidade, pode ser acessado na página do Programa Rede de Identidades Culturais - RIC, no Portal da PBH.

O Programa RIC

O Programa Rede de Identidades Culturais é uma política contínua, que tem por objetivo ampliar a atuação da Cultura no âmbito das políticas permanentes e estratégicas de enfrentamento a discriminação racial e de fortalecimento das Culturas de Matrizes Africanas, como premissa para efetivação da diversidade e da democracia cultural em Belo Horizonte. A iniciativa surgiu no ano de 2023, tendo como motivação a celebração dos 20 anos da Lei 10.639, que alterou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação e tornou obrigatório o ensino de História da África, cultura africana e afro-brasileira no currículo da educação básica. Além dos 15 anos da Lei 11.645 que, após 5 anos, alterou a Lei 10.639 incluindo a temática indígena.

Reflexo de uma demanda histórica, a iniciativa é institucionalizada pelas normativas que amparam a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial, e traz ações internas e externas da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, tais como a Agenda RIC 2025 e o Conteúdo Personalidades Negras.

Serviço

Agenda RIC – Março 2025 e Conteúdo Personalidades Negras

Programa Rede de Identidades Culturais – RIC

Todas as atrações têm entrada gratuita ou com ingressos a preços populares.

Programação completa: Portal da PBH