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Adolescentes promovem mobilização na Praça 7 alusiva ao Dia de Combate ao Trabalho Infantil
Foto: Rafael Araújo

Ação na Praça 7 marca o Dia de Combate ao Trabalho Infantil

criado em - atualizado em

O Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil em BH foi lembrado por diversos órgãos e entidades que integram a frente de combate a este fenômeno na capital e no Estado de Minas Gerais.
 

Pela manhã, na Câmara Municipal, uma Audiência Pública reuniu vereadores, deputados estaduais, secretários municipais e do Governo do Estado, além de membros do Ministério Público do Estado, do Ministério Público do Trabalho, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, e conselheiros tutelares.
 

A secretária municipal de Políticas Sociais, Maíra Colares, integrou a mesa de abertura do evento, e destacou, em sua fala, aspectos que considera desafiadores para as entidades que trabalham no combate ao trabalho infantil. “Temos uma missão primeira que é identificar onde estão os casos, e, para isso, contamos com os conselheiros tutelares e os trabalhadores da rede. Porém, queremos contar também com outras políticas, como as de saúde e de educação. Além disso, é preciso que o atendimento para esses casos seja célere, efetivo e transversalizado na rede”, declarou a secretária.
 

Na audiência na Câmara Municipal, as galerias foram ocupadas por dezenas de jovens que trabalham nos programas que integram a rede de trabalho protegido na cidade. As jovens Darlene Ester e Aquila Gomes, ambas de 18 anos, terminam em julho o contrato com a empresa Emccamp, que disponibiliza vagas para jovens aprendizes. Para elas, a experiência foi uma ótima chance. “Eu queria trabalhar e ter meu dinheiro; mas foi muito mais que isso: aprendi sobre meus direitos e ganhei muita experiência na área contábil, pois trabalho no setor de cobrança da empresa”, contou Darlene que, em função dessa oportunidade, já se prepara para ingressar na faculdade de Ciências Contábeis.

 

Jogo desperta para a conscientização


À tarde, na Praça Sete, a Secretaria Municipal de Políticas Sociais realizou uma atividade de interação para conscientizar a população sobre a importância de não comprar produtos vendidos por crianças e adolescentes nos sinais de trânsito, bares e avenidas da cidade.
 

A ação, que contou com a apresentação de tambores do Projeto Juventude e Polícia, da Polícia Militar de Minas Gerais, convidou as pessoas que passavam pelo local a participarem do Jogo da Proteção, uma atividade recreativa com grandes cartas ilustradas sobre os mitos que envolvem o trabalho infantil. Utilizando uma linguagem lúdica e divertida, o objetivo foi alertar as pessoas sobre os malefícios causados a crianças e adolescentes submetidos ao trabalho.
 

José da Mata Carvalho, de 59 anos, parou na praça para ver como funcionava o jogo. Depois de trabalhar mais de 30 anos no setor de mecânica e borracharia, que iniciou aos 13 anos, lembrou que a legislação e fiscalização são importantes para preservar a integridade das crianças. “Comecei trocando óleo e arrumando motor. Ainda criança eu aspirava aquela fumaça, e não sabia que mais tarde isso ia me fazer tanto mal. Criança não pode mesmo trabalhar, não pode ser exposta desta forma”, afirmou o aposentado. 
 

Dados do Governo Federal indicam que em Belo Horizonte existem cerca de 9 mil crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, em situação de trabalho infantil na cidade. Durante todo o mês de junho, todos os 34 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) terão atividades referentes à Campanha de Combate ao Trabalho Infantil, utilizando o Jogo da Proteção. A brincadeira facilita o debate sobre as responsabilidades inerentes aos adultos e que são atribuídas a crianças e adolescentes, comprometendo o seu desenvolvimento saudável.