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Zoológico de BH ganha melhorias na sinalização interna
Foto: Livia Ansaloni/PBH

Zoológico de BH ganha melhorias na sinalização interna

criado em - atualizado em

A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica implantou mais de 130 placas - 38 de identificação de animais e 82 informativas com temáticas de educação ambiental – na Zoobotânica, especialmente o Jardim Zoológico.  O investimento para melhorar a sinalização do local é de aproximadamente R$ 80 mil.

 

A sinalização foi desenvolvida com o uso de cores mais vibrantes e atrativas para o público. As novas placas podem ser avistadas de diferentes pontos do Zoológico e os temas foram planejados e redigidos pela equipe de educação ambiental da instituição, de forma a complementar os conteúdos já existentes para informação dos visitantes. 

 

Os temas escolhidos e abordados nas novas placas visam apresentar as ameaças à biodiversidade, tais como o tráfico de animais silvestres para colecionadores e para abastecer ilegalmente o mercado de pets; o comércio de espécies para uso em biopirataria (práticas ilegais com fins científicos) e a exploração de produtos de fauna (uso de peles e outras partes dos animais para confecção de adornos, ferramentas e em atividades religiosas ou rituais culturais diversos).

 

Outro tema destacado na sinalização, também considerado uma ameaça à biodiversidade, são as práticas humanas que impactam os habitats, como o desmatamento, queimadas, os atropelamentos em rodovias, a caça, a expansão da exploração imobiliária, construção de hidrelétricas, entre outras, que implicam a necessidade de os zoos de todo o mundo atuarem também no resgate e reabilitação de animais silvestres e, muitas vezes, no abrigamento permanente. Em muitos casos, por causa das sequelas, os animais não conseguem mais sobreviver na natureza (perdem a habilidade de buscar alimentos ou de fugir de predadores), precisando, assim, passar a viver sob cuidados humanos.

 

Atuação de instituições modernas na conservação de espécies

 

Outro grupo de placas instalado tem por objetivo mostrar como os zoos modernos atuam contra essas ameaças. As placas indicam as parcerias que o Zoo de BH mantém com outras instituições para promover a reprodução de algumas espécies e até reintroduzir animais na natureza, como o caso de 11 aves - de duas espécies distintas, sendo uma delas ameaçada de extinção - que foram devolvidas à natureza por meio do Projeto Voar, da ONG Waitá.  Esse grupo de placas também mostra a atuação do Zoo de BH em 19 Planos Nacionais para Conservação de espécies nativas do Brasil, além da participação em 12 studbooks nacionais e internacionais de outras espécies. 

 

As novas placas também ajudam o visitante a entender a importância dos zoológicos modernos, como é o de BH, em que ações de conservação e a promoção do bem-estar dos animais é o objetivo principal, em detrimento da mera exposição ou entretenimento público. Outras placas apresentam também curiosidades sobre as espécies (as diferenças anatômicas em patas, asas, bicos, chifres e cornos, além de suas utilidades para cada espécie) e  como o Zoo de BH atua no cuidado com os animais: como são pensados e planejados os recintos, o papel da vegetação na manutenção da privacidade e do conforto térmico e acústico para os animais, diminuindo o estresse; como atuam as equipes de nutrição e veterinária e por que os animais nem sempre estão na área do recinto que fica visível para o visitante.  Por último, um grupo de placas traz dicas de visitação e de boas práticas para os visitantes. 

 

Contribuição para a conservação e melhoria da experiência do público 

 

A iniciativa faz parte do projeto de revitalização da sinalização da Zoobotânica, que vem sendo executado ao longo dos últimos anos em módulos. Em 2019, foram instaladas mais de 200 placas. E já está em andamento uma nota etapa do projeto, que irá contemplar agora o Aquário da Bacia do Rio São Francisco com novas placas e também um vídeo educativo para uso nas visitas de grupos agendados, além da atualização do que é usado no Borboletário, com introdução de novas tecnologias que favorecem o aspecto lúdico-educativo do material e também a tradução para o inglês e libras. 

 

A proposta do projeto é aprimorar a distribuição de informações e orientações ao público, possibilitando uma melhor experiência durante as visitas, além de contribuir para a disseminação da cultura de preservação da biodiversidade e da importância do foco no bem-estar dos animais. “O Zoológico de BH segue as práticas mais modernas de manejo de fauna conhecidas no mundo, já não sendo, há muitos anos, um local de mera exposição de animais, mas sim focado na conservação das espécies e apoio às instituições de reabilitação e resgate de fauna”, destaca a presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Aline Rolla.

 

O gerente do Jardim Zoológico, Humberto Mello, ainda explica que “boa parte dos indivíduos que estão no Zoo de BH são oriundos de operações de fiscalização por órgãos como Ibama, ou seja, foram vítimas do tráfico ou, após mantidos como animais domésticos por muitos anos, foram entregues voluntariamente ao órgão. Por sequelas físicas ou pela perda gradativa de instintos e de comportamentos naturais, se devolvidos de imediato à natureza esses animais morreriam rapidamente. Nossa função é tentar promover a reabilitação e, em conjunto com o IBAMA, analisar a possibilidade de retorno desses animais à natureza. Não sendo viável, o Zoo de BH trabalha para garantir que essas espécies tenham uma vida digna, recebendo cuidados e estímulos específicos conforme cada espécie e cada indivíduo, e possam também participar de programas de reprodução, que podem resultar na futura reintrodução de indivíduos jovens na natureza”.

 

“O visitante que se dedicar a ler a sinalização recentemente implantada sairá daqui com a visão correta do papel do Zoo e, ainda, com a certeza de que as ações humanas são as que mais impactam esses animais, contribuindo para processos de extinção”, finaliza a presidente Aline.

 

A Zoobotânica tem investido cada vez mais em materiais informativos e educativos, além de campanhas e atividades voltadas para o público, com o objetivo de que as pessoas conheçam melhor e apoiem o trabalho de preservação da fauna e da flora desenvolvido pela instituição.

 

Conhecendo o Zoo de BH em números: 

·  214 espécies de animais silvestres;

·  26 espécies de borboletas;

·  mais de 3.700 indivíduos entre peixes, répteis, aves e mamíferos;

·  78% do plantel é composto por animais da fauna nacional e 22 % da fauna exótica;

·  60% da fauna nacional hoje abrigada no Zoo de BH é proveniente de apreensões do IBAMA, IEF, programas de resgate de fauna e crimes ambientais. Os animais também chegam através dos Planos de Conservação, permutas entre outros zoos e dos nascimentos no Zoo;

·  18% das espécies do plantel são ameaçadas de extinção.

 

Foco na conservação:

·  manutenção e atualização constante do Plano de População;

·  Plano de Manejo e Programa de bem-estar animal orientam todas as ações técnicas do Zoo de BH;

·  atendimento veterinário local e em parceria com os melhores profissionais do Brasil e do mundo;

·  programa nutricional específico por espécie e, ainda, por indivíduo, atendendo a todas as necessidades e demandas de cada um dos mais de 3,7 mil animais; enriquecimento e ambientação de recintos visando a manutenção do bem-estar;

·  participação em 19 Planos de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas - ICMBio, 9 programas de manejo de espécies ameaçadas – AZAB/ICMBio e 12 studbooks nacionais e internacionais;

·  participação no Programa Europeu de Espécies Ameaçadas de Gorilas (Gorilla EEP);

·  desenvolvimento e constante atualização de Programa de Educação para a Conservação para atender aos diversos grupos de visitantes (famílias, estudantes e outros grupos organizados);

·  atendimento médio de cerca de 100 mil estudantes/ano, integrantes da educação infantil ao ensino superior das redes de ensino pública e privada.