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Visitantes já podem conhecer o Gorila Bu Bu no Zoológico de BH
Juan Espanha

Visitantes já podem conhecer o Gorila Bu Bu no Zoológico de BH

criado em - atualizado em

Os visitantes do Zoológico de Belo Horizonte já podem ver o novo integrante do grupo de gorilas, o macho Bu Bu, que foi transferido para o recinto na área de visitação. Bu Bu chegou em dezembro de 2024 e estava em quarentena. Passou com êxito pelos exames médicos e apresentou ótima adaptação ao novo ambiente e às novas companheiras de recinto.

Bu Bu chega para integrar o grupo de gorilas, que conta atualmente com as fêmeas Imbi, Lou Lou e Anaya. O objetivo é reestruturar o grupo após a transferência dos quatro machos: Leon, Sawidi, Jahari e Ayo. A ação foi necessária para assegurar o bem-estar físico e mental dos animais. 

Os grupos de gorilas são formados pelo silverback (ou macho alfa), fêmeas adultas e indivíduos jovens e bebês de ambos os sexos. Na natureza, ao atingir a maturidade sexual, tanto machos quanto fêmeas deixam o grupo natal por opção própria ou quando são expulsos pelo silverback. Dois dos jovens gorilas, nascidos no zoológico de BH, já haviam atingido a maturidade sexual e, com o tempo, passaram a confrontar o pai (silverback), um comportamento normal e saudável na sociedade dos gorilas, mas que poderia se tornar acentuado na presença de três fêmeas.

Transferências integram Plano de Conservação da Espécie

Para assegurar o bem-estar físico e mental dos animais, o Programa Europeu de Espécies Ameaçadas de Extinção (EEP/EAZA) recomendou que os quatro machos do Zoológico de Belo Horizonte (o pai e os três filhos) fossem transferidos para o Animália Park, o que ocorreu em maio de 2024. É importante ressaltar que o EPP/EAZA conta com grande experiência na formação de inúmeros grupos de machos dessa espécie, em vários zoológicos europeus. Sendo assim, o Zoo de BH segue as recomendações e diretrizes do programa e também da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários, que objetiva manter populações saudáveis sob os cuidados humanos, priorizando o bem-estar dos animais.

Com a proposta de continuidade do programa reprodutivo para essa espécie em Belo Horizonte, o EEP/EAZA recomendou, ainda, com base em análises genéticas e comportamentais, a transferência de um novo macho adulto proveniente da Hungria, a fim de introduzir uma nova linhagem genética junto às fêmeas mantidas no Zoo de BH, contribuindo com os esforços de conservação dessa espécie. Um dos objetivos do programa é de futuramente devolver grupos saudáveis e reprodutivos à natureza. “O Zoo de BH desenvolve um trabalho que é referência nos cuidados com os gorilas. Temos a expertise necessária e contamos com um planejamento bem feito e adequado, que já vem sendo executado com êxito. Sempre que sabemos da chegada dessa e de outras espécies, há um preparo direcionado dos recintos, da alimentação e da rotina para que esses animais sintam de forma mais amena as mudanças e tenham uma rápida e adequada adaptação, sempre tendo como premissa o seu bem-estar”, explica o presidente da FPMZB, Gelson Leite.

Sobre Bu Bu

O gorila Bu Bu veio de Magyarország Nyíregyhazi Allatpark – SOSTO ZOO, localizado na Hungria. Ele tem 27 anos, ainda não possui filhotes e veio para BH por meio de uma parceria entre a FPMZB e a Associação Europeia de Zoos e Aquários para conservação de gorilas ex situ (conservação fora do local de origem). O Zoo de BH participa do programa desde o ano de 2010.

Os gorilas no Zoológico de BH

O Zoo de BH mantém gorilas no plantel desde 1975, quando recebeu o Idi Amin, conhecido carinhosamente pela população belo-horizontina como Idi. As tentativas de se formar um grupo com potencial reprodutivo só foram concretizadas em 2010, quando a Associação Europeia de Zoológicos e Aquários aprovou a entrada do Jardim Zoológico de Belo Horizonte no Programa Ex Situ de Gorilas, como “participante não membro”, habilitando-o a participar do programa de conservação da espécie. Um grupo reprodutivo composto inicialmente pela importação de duas fêmeas adultas e, posteriormente, pela importação de um macho e uma fêmea adulta, foi constituído e, entre 2014 e 2021 registrou-se na instituição o nascimento de cinco filhotes, sendo o único registro de reprodução da espécie na América do Sul.

“O Zoo de BH possui uma extensa experiência na manutenção e na conservação de animais silvestres, adquiridos em seus 66 anos de história, que serão completados no dia 25 deste mês de janeiro. Contamos com uma equipe multidisciplinar com biólogos, médicos veterinários, zootecnistas, educadores, cuidadores de animais e vários outros profissionais que trabalham continuamente para manter de forma adequada o nosso plantel. Atualmente, são mais de 3.500 animais de 205 espécies diferentes sob cuidados da instituição. Nossa preocupação principal é o bem-estar desses animais, além de levar à população informações que contribuam para um melhor entendimento sobre o importante papel de todos na conservação das espécies”, conta a diretora Zoobotânica, Sandra Cunha.