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Trilha e educação ambiental movimentam Parque Ursulina no próximo sábado (29)
Suziane Brugnara/PBH

Trilha e educação ambiental movimentam Parque Ursulina no próximo sábado (29)

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Quem quer uma opção de lazer, contato com a natureza e bem-estar, além de aproveitar para conhecer sobre a importância e biodiversidade dos parques urbanos, pode se inscrever e participar da trilha guiada que será realizada neste sábado (29), no Parque Ursulina de Andrade Melo (Rua Dr. Sylvio Menicucci, 640, Bairro Castelo). A trilha, realizada com grupos de até 20 pessoas, contará com dois horários de saída, às 9h e às 9h30. A atividade é gratuita e aberta para o público geral, mas é necessária a inscrição prévia pelo e-mail: educaparques@pbh.gov.br.

Oferecida pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), o trajeto inclui visita à área de mata fechada do parque, onde será possível conhecer algumas espécies da flora e da fauna locais, nascentes de água, jardim de plantas medicinais, além de alguns pontos que estão sendo recuperados após sofrerem perdas significativas com queimadas ocorridas nos últimos anos. Os impactos desses incêndios e o processo de recuperação das áreas também serão explorados durante o passeio. “A proposta é conscientizar a população sobre a importância, não só para a região, mas também para toda a cidade, da grande biodiversidade que existe no espaço. Além disso, é importante chamar as pessoas à reflexão sobre como as ações humanas, muitas vezes impensadas, como o fogo, por exemplo, podem afetar as espécies e gerar impactos extremamente negativos para todo o ecossistema”, explica a assessora de Educação Ambiental da FPMZB, Roberta Martins.

A atividade é indicada para toda a família, mas a participação de crianças é permitida somente na companhia de um responsável. Para aproveitar melhor o percurso com conforto e segurança, é obrigatório o uso de sapatos fechados e recomenda-se a utilização de roupas confortáveis, protetor solar, repelentes, chapéu ou boné e levar uma garrafinha de água. É importante reforçar que a trilha conta com trechos em leve subida, não sendo indicada para pessoas com mobilidade reduzida.

“Não alimente os animais silvestres”

Durante a trilha no Parque Ursulina, a equipe de educação ambiental realizará uma importante ação educativa, com o objetivo de conscientizar e sensibilizar a comunidade sobre os impactos negativos ao alimentar os animais silvestres. A atividade visa dialogar diretamente com os visitantes do parque, explicando como essa prática afeta o equilíbrio ecológico entre as espécies, além dos riscos de transmissão de doenças tanto para os animais quanto para os seres humanos.

Alimentar os animais silvestres, embora pareça uma ação inofensiva, pode trazer sérios prejuízos ao equilíbrio ambiental. Quando os animais se acostumam a depender da alimentação humana, perdem a capacidade de caçar e forragear por alimentos naturais, o que compromete sua sobrevivência, além de prejudicar a dispersão de sementes de espécies de plantas nativas, um importante papel ecológico desenvolvido por eles. Os alimentos naturais dos animais são insetos, resinas de plantas, frutos, sementes, dentre outros, facilmente encontrados por eles no ambiente, no meio das matas e das florestas. Quando oferecemos a um animal silvestre um alimento de consumo humano, cheio de sódio, açúcares, conservantes, estamos prejudicando sua saúde. Ao morder ou manusear um alimento antes de oferecer ao animal ou descartá-lo indevidamente, deixando-o facilmente acessível, o visitante pode transmitir doenças para esses animais.

Além disso, alguns vírus comuns aos humanos, podem ser transmitidos pelo toque nos alimentos ofertados e são extremamente letais aos micos e esquilos, por exemplo, como os vírus do herpes e da gripe. Além disso, estes animais podem transmitir zoonoses como a raiva, uma doença grave e fatal, causada por vírus e que pode ser transmitida por qualquer mamífero infectado, seja doméstico (cães e gatos) ou silvestre (como morcegos, gambás, micos). A transmissão ocorre por contato, principalmente por meio de arranhões ou mordidas.

A campanha educativa está também presente, todas às sextas-feiras, no Parque das Mangabeiras e circulará ao longo do ano de 2025 nos demais parques municipais de BH.

Ações contínuas de recuperação do Ursulina

O Parque Ursulina de Andrade Mello, que sofreu com incêndios em 2020 e 2024, conta com um trabalho constante de recuperação. Somente no ano passado, o local recebeu mais de 10 mil novas mudas de árvores de diferentes espécies.

A área verde conta com uma rica biodiversidade. Um inventário preliminar realizado no Parque Ursulina, em 2021, pela equipe do Jardim Botânico da FPMZB, permitiu identificar 188 espécies de plantas vasculares, a maioria delas de mata semidecídua nas quais se destacam copaíbas, ipês, sibipirunas e algumas espécies que têm se tornado raras nos remanescentes de Belo Horizonte, como a braúna e o jequitibá. A maioria das espécies identificadas têm padrão de dispersão zoocórica (processo de dispersão de sementes por animais), demonstrando a importância desse remanescente para o estabelecimento de um corredor ecológico na região da Pampulha, onde os elementos comuns que mantêm com outras áreas verdes da região, como a Estação Ecológica da UFMG e da Zoobotânica, permitem o fluxo gênico e a amplitude de ambientes para a fauna.