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Ópera Operária
Foto: Paulo Lacerda

Teatro Francisco Nunes recebe a “Ópera Operária” do CEFART

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O Teatro Francisco Nunes (Avenida Afonso Pena, 1321, Centro) recebe, de quarta-feira (3) a sábado (6), às 20h, e domingo (7), às 19h, a “Ópera Operária”, espetáculo de formatura do Curso Técnico de Teatro do CEFART. Na próxima semana, também de quarta-feira (10) a domingo (14), os alunos reapresentam a peça, que tem direção de Lucas Fabrício e Rainy Campos, e dramaturgia de Nívea Sabino e Rogério Coelho.

 

O espetáculo busca refletir sobre as diferentes relações de trabalho, ecoando as próprias questões, vivências e sonhos de jovens atores e atrizes da turma. Os ingressos são gratuitos e podem ser adquiridos no site Disk Ingressos ou na bilheteria do teatro duas horas antes da apresentação. A atividade segue os protocolos sanitários de controle da Covid-19. A programação completa dos teatros municipais pode ser acessada no Portal Belo Horizonte.

 

A partir da investigação das relações de trabalho na atualidade e do funk enquanto expressão artística e cultural, “Ópera Operária” apresenta as histórias de “Da Silva”. O personagem busca representar os trabalhadores brasileiros que, de forma simultânea, enfrentam a precarização do trabalho e perseguem seus sonhos.

 

Com livre inspiração na obra “Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal, as histórias foram provocadas a partir das vivências e narrativas de vida dos alunos. As dificuldades de conciliar trabalho e estudo e as incertezas da arte como escolha profissional são pano de fundo que acompanharam o processo de criação, representando importantes reflexões pedagógicas. Ao levar estas questões para a cena, o espetáculo também marca a formatura da primeira turma da noite com ingresso a partir da implementação das políticas de ação afirmativa, ocorridas no processo seletivo para o ano de 2019. A iniciativa garante hoje que 50% das vagas da escola sejam ocupadas por estudantes oriundos de escola pública, com divisão por renda e declaração étnico-racial no CEFART.

 

A pesquisa corporal aliou o funk e o passinho para desenvolver um corpo cênico que transita entre o trabalho e o baile, o centro da cidade e a periferia, o entretenimento e a criminalização. Também foram exploradas técnicas circenses como caminho para atuação na rua. Já a criação musical, um dos eixos dramatúrgicos do espetáculo, passou pelo reconhecimento das raízes ancestrais do funk e de outros ritmos próprios das populações afro-brasileiras, como o samba, o congo e o batuque.