26 January 2023 -
As deposições clandestinas de resíduos, os chamados “bota-foras”, que poluem vias, lotes vagos e margens de córregos, estão diminuindo em Belo Horizonte. De acordo com levantamento da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), nos últimos quatro anos, a redução dos pontos críticos em Belo Horizonte foi de cerca de 49%. No final de 2017, eram 880 locais de despejo inadequado de lixos monitorados pela SLU. No final de 2021, o número diminuiu para 515. Atualmente, restam 433.
Muitos desses lixões dão lugar aos Pontos Limpos, programa da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), que tem o objetivo de transformar áreas degradadas em ambientes saudáveis para a comunidade. Somente em 2022, a SLU implantou 126 novos Pontos Limpos.
De acordo com a chefe do Departamento de Serviços de Limpeza da SLU, Erika Resende, a adesão da população é fundamental para acabar com as deposições irregulares de lixo. “Os moradores precisam se comprometer com a ideia e ajudar a manter o local limpo”, explica. Por isso, antes da implantação de um Ponto Limpo, é feita uma campanha educativa com toda a vizinhança do entorno. Terminada essa fase, o local é limpo e recebe uma placa, com os dizeres “Ponto Limpo – Proibido jogar lixo e entulho. Lançar resíduos neste local constitui crime ambiental. Sujeitos a multa”. Muitas dessas áreas também ganham plantio de árvores, jardins, cercas e pequenas obras. Assim, o que antes era alvo de descarte dos mais variados tipos de resíduos, como restos de construção civil, móveis velhos, e até mesmo os domiciliares, torna-se um local agradável para todos desfrutarem.
Nem sempre a colaboração da população é suficiente para manter o Ponto Limpo, que muitas vezes, depois de implantado, continua sendo alvo de descarte feito por pessoas que transportam o lixo em carroças, veículos e até caminhões, principalmente à noite.
Por outro lado, os 16 Pontos Limpos implantados na região de Venda Nova seguem preservados, gerando bons frutos para os moradores, que ficaram livres do lixo e do entulho que tanto prejudicava, atraindo insetos, animais peçonhentos, mau cheiro e poeira, entre outros.
“Conseguimos acabar com 82 lixões em 2022, um índice de sucesso aproximado de 68%, mas precisamos da conscientização de todos para que tenhamos um alcance maior”, pondera a chefe do Departamento de Serviços de Limpeza da SLU, Erika Resende.
Para ela, não há justificativa para alguém jogar lixo irregularmente pela cidade. “Em Belo Horizonte há opções corretas para esse descarte, como as Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) da SLU recebem gratuitamente os resíduos que não são recolhidos pela coleta convencional”, diz. Ela explica que existem 34 URPVs espalhadas por todas as regionais, que recebem entulho de construção e demolição, madeira, pneus, podas de árvores e jardins e móveis velhos, entre outros. Cada cidadão pode destinar até 1m³ por dia. Os endereços das URPVs estão disponíveis para consulta on-line.
Para quem precisa descartar uma quantidade maior de entulho, Érika Resende sugere a Usina de Reciclagem de Entulho, na rua Policarpo Magalhães Viotti, 450, Bandeirantes, que recebe o material transportado por caminhonetes e caminhões, também gratuitamente.
O cidadão que presenciar deposição clandestina de resíduos ou estiver prejudicado por esse tipo de prática deve registrar a denúncia nos canais de atendimento da Prefeitura: Central de Atendimento BH Resolve (avenida Santos Dumont, 363, Centro), aplicativo PBH APP ou pelo Portal de Serviços da Prefeitura.
“Ao descartar corretamente seus resíduos, a população colabora para a manutenção da limpeza urbana. O resultado é mais qualidade de vida e saúde para todos, além da preservação do meio ambiente”, afirma Érika Resende.
O combate às deposições clandestinas em Belo Horizonte, feito pela SLU, conta com o apoio da Guarda Municipal, secretarias municipais de Meio Ambiente e de Fiscalização, administrações regionais e o Centro de Operações da Prefeitura (COP). De acordo com a legislação de limpeza urbana (Lei 10.534/2012), a multa para quem despeja resíduos em vias públicas, lotes vagos e encostas pode chegar a R$ 6.651,80.