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Seminário discute presente e o futuro da dança afrodiaspórica e africana em BH
Divulgação/PBH

Seminário discute presente e o futuro da dança africana em BH

criado em - atualizado em

Valorizar e reconhecer a trajetória de mestres e mestras de diversas gerações da dança afro diaspórica e africana em Belo Horizonte. Esta é a proposta do “Seminário Ìrantí Dança, Território, Saberes e Ancestralidade”, ação continuada do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN BH 2023, que acontece, neste domingo (3), no Teatro Francisco Nunes. Fruto da provocação e articulação da sociedade civil, artistas, mestres e mestras, grupos e coletivos da Dança Afro da cidade de Belo Horizonte, o evento propõe a reflexão e celebra o encontro entre os mais novos e os mais velhos. A programação é um convite à vivência em que o tambor pulsa junto aos corpos que constroem a história da dança afro em Minas Gerais e em outros estados do Brasil. Com entrada gratuita, o Seminário é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Lumiar.

Inspirado no ideograma africano Sankofa, no movimento de retornar, o seminário provoca o público e artistas a revisitar e aprender com o passado, entender o presente e projetar o futuro da dança afro diaspórica e africana em Belo Horizonte, a partir de um cortejo, mesas temáticas, shows, performance, entre outras atividades.

Para a secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a realização de ações continuadas do FAN BH é um importante avanço para a política pública cultural. "É com grande satisfação e compromisso que objetivamos proporcionar aos trabalhadores da cultura e ao público da cidade um Seminário que valoriza as mestras e os mestres fundamentais na história da dança afro em Belo Horizonte. É a memória da cidade dialogando com a produção contemporânea na dança afro. Com toda sua potência cultural e artística, essa é uma ação que contribui para a formação de público e fortalece o setor artístico da cidade".

Já a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, ressalta a singularidade do seminário: "Este evento reafirma a importância de dar destaque à afrodescendência na dança e em outros ambientes artísticos de produção cultural. É mais uma atividade que reforça as políticas públicas para a cultura negra implementadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, cumprindo o papel de valorizar e promover as identidades socioculturais de matrizes africanas”.

Suellen Sampaio, profissional da dança afro e coordenadora geral do seminário, explica como será o evento: “Para nós da dança afro, o seminário tem como intuito resgatar discussões para além de movimento enquanto dança, mas também construir diálogo através da tradição da oralidade. Junto aos mestres e às mestras, o evento desperta vários sentidos do que a dança é e do o que ela pode ser - nesse movimento de passado, presente e futuro.  É sobre pensar e celebrar a dança afro, que foi conduzida pela Marlene Silva e que hoje perpassa por vários corpos, como Evandro Passos, Junia Bertolino, Carlos Afro, Marilene Rodrigues, Mestre João, entre outros. É fundamental registrar na história a importância dessas pessoas bem como o que elas têm a nos contar, quais as suas histórias, trajetórias, de onde vieram, porque vieram e todos os motivos que as fazem ser artistas”.

Homenagem à Marlene Silva - Com oito horas de programação, o evento também fará uma homenagem à Marlene Silva, precursora da dança afro em Belo Horizonte e em Minas Gerais, que faleceu em 2020 aos 83 anos.

Para Junia Bertolino, fundadora da Cia Baobá Minas, “Marlene Silva é, sobretudo, a precursora da dança afro em Minas Gerais. Tanto que nossos atuais mestres - Evandro Passos, Mestre João, Carlos Afro - aprenderam com ela, tiveram a oportunidade de beber nessa fonte de Marlene Silva. Se inspirar nessa grande mulher que considero ser o melhor feminino, a melhor música, o melhor palco.”

Programação

O Bloco Magia Negra abre as atividades, às 13h, com cortejo da entrada principal do Parque Municipal até o Teatro Francisco Nunes. Na sequência, a mestra de cerimônia Sandrinha Flávia convida Carlos Afro, Evandro Passos, Flávia Soares, Junia Bertolino, Marilda Cordeiro, Marilene Rodrigues, Madu Santos e Mestre João para a primeira mesa do dia: “Mestres E Mestras "Passado, Presente E Futuro Da Dança Afro", que tem como mediadora Flávia Tambor. A segunda mesa será composta por Camilo Gan, Gal Duvale, Jeferson Gomes, Jocasta Roque, José Nilson, Mamour Ba, Marcio Martins e Negãozão, sob mediação de Babilak Bah, com o tema Percussionistas "Ritmo, Dança E Sincronia".

Em homenagem à Marlene Silva, haverá o lançamento do Portal Memorial Marlene Silva e a exibição do curta-metragem “O legado de Marlene Silva: pele negra, dança negra”, de Elaine do Carmo. O público também assistirá apresentações de dança dos grupos Cia Primitiva, Cia Baobá, Cia Bataka, Odum Orixás e do Coletivo Adayeba.

Já as performances solos dos dançarinos Charles Davidson, Freddy Áfric, Lú Silva, Marilene Rodrigues e Walace Guedes marcam o intervalo para o café coletivo do MandakNega. O seminário também recebe shows do Samba da Meia Noite e Conexão African Beat.

Seminário Ìrántí Dança, Território, Saberes e Ancestralidade

13h - Cortejo de abertura - Arrastão banda de rua do Bloco Afro Magia

Negra

 

13h45 - 1ª mesa - Mestres e Mestras “Passado, Presente E Futuro Da Dança”

Mediadora: Flávia Tambor

1. Carlos Afro

2. Evandro Passos

3. Contramestra Flávia Soares

4. Júnia Bertolino

5. Marilda Cordeiro

6. Marilene Rodrigues

7. Mestre João 

8. Madu Santos

 

15h15 - Lançamento do Portal Memorial (acervo pessoal) Marlene Silva e

exibição do curta-metragem “O Legado de Marlene Silva: Pele Negra,

Dança Negra”, de Elaine do Carmo.

 

15h50 - Apresentação Cia Primitiva de Arte Negra

 

16h10 - Apresentação Cia Baobá Minas

 

16h30 - Intervalo - Café Coletivo MandakNega

Performances 

Charles Davidson, Freddy Áfric, Lú Silva, Wallace Guedes, Yami Aledi Gangah

Sandra Vilela

 

17h - Show Conexão African Beat

 

17h35 - 2º Mesa – Percussionistas “Ritmo, Dança e Sincronia”;

Mediador: Babilak Bahah

1. Camilo Gan

2. Gal Duvalle

3. Jefferson Gomes

4. Jocasta Roque

5. José Nilson

6. Mamour Ba

7. Márcio Martins

8. Antônio Carlos - Negãozão 

 

19h05 - Apresentação Cia de Dança Bataka

 

19h25 - Apresentação Associação Cultural Odum Orixás  

 

19h45 - Apresentação Coletivo Adayeba

 

20h15 - Show Samba da Meia Noite

Outras atividades - Ainda em dezembro, cerca de 50 alunos de duas escolas municipais de Belo Horizonte participarão de atividades que celebram a ancestralidade e africanidade com os dançarinos Aledi Gandah e Charles Davidson. Essa ação será destinada especificamente aos alunos das aulas. As atividades do "Seminário Ìrántí Dança, Território, Saberes E Ancestralidade” fazem parte da ação Continuada do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN BH 2023.

Serviço

O que? SEMINÁRIO ÌRÁNTÍ DANÇA, TERRITÓRIO, SABERES E ANCESTRALIDADE

Quando: 3 de dezembro (domingo) - 13h às 21h

Onde: Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1.321 - Centro/BH)

Entrada: gratuita - sujeito à lotação do espaço