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Projeto Expedições terá edição sobre Festas de Iemanjá e dos Pretos Velhos
Foto: Ricardo Laf

Projeto Expedições terá edição sobre Festas de Iemanjá e dos Pretos Velhos

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No Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial e Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, comemorado em 21 de Março, instituído pela Lei Federal Nº 14.519/23, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza a 16ª edição do Projeto Expedições do Patrimônio, que terá como tema “Festas de Iemanjá e dos Pretos Velhos: Patrimônio Cultural de Belo Horizonte”. O encontro acontecerá na terça-feira (21), das 14h às 16h30, e abordará estes festejos que são reconhecidos como Patrimônio Cultural pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município, desde 2019. A iniciativa, organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Fundação Municipal de Cultura, é virtual e tem vagas limitadas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Portal da Prefeitura.

 

A 16ª edição do Projeto Expedições do Patrimônio proporcionará aos participantes uma viagem panorâmica pela rica e pujante história da Festa de Iemanjá, que, desde 1958, acontece nas margens da Lagoa da Pampulha, e dos festejos dos Pretos Velhos, realizados desde 1982 na Praça 13 de Maio, no bairro Silveira. O encontro virtual apresentará a significância cultural destes bens para os adeptos das religiões de matriz africana e demonstrará a importância destas celebrações afro-brasileiras para a história, cultura e formação identitária da população belo-horizontina. Por fim, o projeto promoverá uma reflexão sobre o papel destacado do patrimônio cultural afro-brasileiro no combate à discriminação étnico-racial. Esta atividade integra a programação da Rede de Identidades Culturais, em comemoração aos 20 anos da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.

 

Os encontros do Projeto Expedições do Patrimônio são conduzidos por Marco Antônio Silva, historiador e doutor em Educação, coordenador do setor educativo da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público, e Arminda Aparecida de Oliveira, professora e mestre em Educação, da Diretoria de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria Municipal de Cultura. Esta edição terá como convidados Pai Ricardo de Moura, da Casa de Caridade Pai Jacó do Oriente, e Álan Oziel Pires, historiador da Diretoria de Patrimônio Cultural.

 

Desenvolvido desde 2019, o “Expedições do Patrimônio” é uma ação educativa da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura. A proposta permite a cada edição que os participantes aprofundem o conhecimento e vivência dos bens materiais e imateriais do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. O projeto até então contava com encontros virtuais ou presenciais. Este ano outra modalidade será oferecida aos participantes: as edições híbridas.  Alguns bens serão abordados por meio de videoconferência e, posteriormente, receberão visitas educativas in loco.

 

Sobre as Festas de Iemanjá e dos Pretos Velhos

 

Festa de Iemanjá - Realizada anualmente desde 1958, a Festa de Iemanjá possui uma relevância histórica para os adeptos das celebrações do Sagrado afro-brasileiro na capital mineira. Cerimônia de grande importância para os adeptos do Candomblé e da Umbanda, ela revela o sagrado no espaço urbano. Próximo à Praça Dalva Simão - que compõe o Conjunto Moderno da Pampulha, reconhecido, em 2016, pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade - a Festa faz reverência à orixá Iemanjá e à água, pela qual a vida flui e se faz caminho. O projeto original do Conjunto Moderno da Pampulha, inaugurado na década de 1940, não previa um espaço para manifestações do Sagrado das religiões de matriz africana. A ocupação e a permanência dos adeptos da Umbanda e do Candomblé, há quase seis décadas, atribuíram novos sentidos e significados para um espaço tradicional da cidade contribuindo para uma apropriação plural e democrática do espaço público.

 

Festa de Pretos Velhos - A Festa de Pretos Velhos reúne centenas de afro-religiosos que vão louvar seus ancestrais e pessoas que buscam atendimento nas dezenas de terreiros, das várias partes da cidade e região metropolitana que fazem parte do festejo. Desde 1982, nos meses de maio, em meio aos prédios e residências do bairro Silveira, a praça Treze de Maio abriga anualmente o culto aos Pretos Velhos e Pretas Velhas, ancestrais guias da Umbanda. Os Pretos Velhos e Pretas Velhas, entidades mais populares da Umbanda, guardam relação direta com a África e com o passado escravagista brasileiro. São ancestrais negros, homens e mulheres idosos, que vivenciaram a escravização com toda a sua violência no ‘novo mundo’. A maturidade, experiência espiritual e a sabedoria desses ancestrais estão vinculadas à caridade, simplicidade, humildade e paciência.