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Quilombo Manzo
Foto: Ricardo Laf

Projeto Expedições do Patrimônio terá edição sobre o Quilombo Manzo em agosto

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No próximo dia 30 de agosto, das 14h às 16h30, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza a 12ª edição do projeto Expedições do Patrimônio, que abordará a temática "Quilombo Manzo: Patrimônio Cultural de Belo Horizonte". O encontro proporcionará aos participantes uma viagem panorâmica pela rica e pujante história do Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, desde a sua fundação até os nossos dias. A iniciativa, organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Fundação Municipal de Cultura, é virtual e tem vagas limitadas. As inscrições são gratuitas e já podem ser realizadas.

 

Com o tema “Quilombo Manzo: Patrimônio Cultural de Belo Horizonte”, o encontro abordará os principais festejos, celebrações e práticas culturais do quilombo e discorrerá sobre os avanços e desafios enfrentados na preservação da cultura e tradições quilombolas. Além disso, será retratado como a comunidade, que está localizada na região leste de Belo Horizonte, no bairro Paraíso, possui forte relação com a Serra do Curral e a importância da conexão com a natureza dentro das práticas culturais do grupo. O encontro ainda promoverá uma reflexão sobre a significância cultural do Quilombo Manzo para população belo-horizontina.

 

Os encontros do Projeto Expedições do Patrimônio são conduzidos por Marco Antônio Silva, historiador e doutor em Educação, coordenador do setor educativo da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público, e Arminda Aparecida de Oliveira, professora e mestre em Educação, da Diretoria de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secretaria Municipal de Cultura. Esta edição terá como convidada Makota Kidoialê, liderança do Quilombo Manzo.

 

Desenvolvido desde 2019, o “Expedições do Patrimônio” é uma ação educativa da Diretoria de Patrimônio Cultural e Arquivo Público da Fundação Municipal de Cultura. A proposta é permitir que, a cada edição, os participantes possam aprofundar o conhecimento e vivência dos bens materiais e imateriais do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.

 

Sobre o Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango

 

O Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango está localizado no bairro Paraíso, região Leste, e conta com uma área de 360 m². Em 2017, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte reconheceu, em sua Deliberação 085/2017, o quilombo como Patrimônio Cultural da Cidade. A Comunidade Religiosa e Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango ocupa seu território desde a década de 1970, quando iniciou suas atividades como casa de Umbanda denominada “Senzala de Pai Benedito”, depois transformada em terreiro de Candomblé Angola. Hoje, ela se organiza através da Associação de Resistência Cultural da Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango.

 

A matriarca do grupo e sacerdotisa do terreiro, Mãe Efigênia (Efigênia Maria da Conceição – Mametu Muiandê), está ligada a todos os moradores por laços de parentesco, seja consanguíneo ou religioso. A dinâmica religiosa do grupo é pontuada pelos rituais do candomblé, bem como pelas consultas espirituais e jogos de búzios realizados por Mãe Efigênia. Desse modo, é possível ressaltar a importância das mulheres na comunidade do Manzo Ngunzo Kaiango, especialmente pela autoridade da matriarca e pelo envolvimento das mulheres do quilombo em todas as atividades.

 

O Terreiro e Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango possui uma série de atividades de valorização da identidade dos afrodescendentes. Além da festa de Pai Benedito, a festa do Caboclo e a festa do Exu Paredão, o quilombo oferece oficinas de dança, percussão, cabelos e indumentárias afro, entre outros, que contribuem para o resgate da identidade, da autoestima e como forma de educar os sujeitos dessas atividades para o exercício pleno da cidadania.

 

O quilombo urbano religioso de Manzo é, portanto, uma referência não somente para o patrimônio afrodescendente de nossa cidade e sua luta por cidadania, mas também um espaço de importância social, na medida em que atua na formação complementar de jovens residentes na região, notadamente um aglomerado de Vilas e Favelas.