Pular para o conteúdo principal

Prefeitura realiza certificação em bambuzeria de quilombos nesta sexta
Divulgação/PBH

Prefeitura realiza certificação em bambuzeria de quilombos nesta sexta

criado em - atualizado em

A Prefeitura vai realizar, nesta sexta-feira (3), a partir das 18h30, no Centro de Referência da Juventude, a cerimônia de certificação de cinco quilombos da capital que participaram do Projeto de Formação Técnica em Bambuzeria para Quilombos de Belo Horizonte. Durante a cerimônia, haverá exposição dos produtos em bambu resultantes do curso, como móveis e utensílios domésticos, além de homenagens a lideranças quilombolas da cidade e apresentação do bloco carnavalesco Magia Negra.

 

O projeto é uma realização da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, e nasceu de uma escuta das comunidades quilombolas da cidade, que reivindicavam o acesso ao conhecimento sobre as técnicas de manipulação e transformação do bambu, em um resgate que fortalecesse a identidade dos povos negros, em consonância com novas possibilidades de geração de renda e de desenvolvimento econômico sustentável.

 

“Os quilombos têm uma enorme importância cultural e histórica para a nossa cidade. Com esse projeto, estamos dando luz a essas comunidades e abrindo novos caminhos para que eles se qualifiquem profissionalmente e ganhem novas alternativas de geração de negócios e renda para suas famílias”, explica o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriano Faria.

 

Para a execução do projeto, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Belo Horizonte contou com a parceria do Centro de Referência do Bambu e das Tecnologias Substitutivas (CERBAMBU), comandado pelo mestre bambuzeiro Lúcio Ventania. Ele foi o responsável pela formação técnica das comunidades quilombolas e por coordenar a implantação e adaptação de unidades produtivas em cada um dos territórios.

 

De acordo com o mestre Lúcio, “o bambu é a matéria-prima do momento, um recurso acessível, inteiramente renovável e que remete à ancestralidade dos povos quilombolas na relação com a terra enquanto recurso vivo, sagrado e inesgotável. Neste sentido, a formação resgata também aspectos da ancestralidade cultural dos povos africanos, fazendo reverência à grandeza do bambu, que tem como orixá Iansã, a senhora dos ventos”.

 

Participaram do curso os quilombos Mangueiras, Luízes, Manzo Ngunzo Kaiango, Souza e a comunidade tradicional Matias. Durante uma semana, integrantes dos cinco quilombos realizaram uma imersão no CERBAMBU, situado no distrito de Ravena (MG), aprendendo a criar e manipular mobiliários, instrumentos e utensílios, tendo como matéria-prima o bambu.

 

Em uma segunda etapa, os próprios quilombolas, coordenados pelo mestre Lúcio, adaptaram seus territórios para a instalação de oficinas de bambuzeria, para que os conhecimentos se multiplicassem entre as comunidades e eles criassem condições para uma produção profissionalizada. O projeto cedeu aos quilombos todo o maquinário necessário para a produção, além de mesas de trabalho e matéria-prima.

 

Ancestralidade que gera negócios

 

Após a certificação dos quilombos, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico já planeja uma nova etapa do projeto ainda neste primeiro semestre de 2023, com foco na qualificação empreendedora dos quilombos, orientando os bambuzeiros na gestão de seus negócios e na organização da produção em um modelo comercial viável. A visualização e aquisição dos produtos pode ser feita atualmente por meio do perfil dos quilombos no Instagram: @bambuzeriadosquilombos.