O ano começou com a conclusão das obras de urbanização do Vila Viva no Aglomerado Santa Lúcia, região Centro-sul da cidade, beneficiando cerca de 4,4 mil famílias. No local foram realizadas intervenções urbanísticas, como abertura e ampliação de ruas e becos, implantação de rede de drenagem pluvial, redes de água e esgoto, e construção de áreas de lazer, além da construção de 588 unidades habitacionais e 18 lojas. Para viabilizar todo o empreendimento, a Prefeitura de Belo Horizonte contou com financiamento de R$ 160 milhões da Caixa Econômica Federal, além de contrapartida com recursos próprios do município.

Para a execução das obras, e em função do risco geológico existente no Aglomerado, 1.174 edificações foram removidas e as famílias reassentadas nos apartamentos construídos pelo programa ou indenizadas. Além disso, foram realizadas importantes obras em áreas de preservação ambiental permanente, no sistema viário, e implantados espaços de convivência social. Exemplos disso são a implantação de área de convivência incorporada ao parque existente, revitalização da “Praça do Amor”, implantação da Via do Bicão (ligando as avenidas Artur Bernardes e Senhora do Carmo), urbanização das ruas João Evangelista Pinheiro e Manoel Guilherme Roscoe, alargamento de um trecho da Rua Principal e construção de baias ao longo da mesma para viabilizar um melhor fluxo de veículos e transporte público, entre outros.

Durante todo o processo das obras, a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) fez o acompanhamento social das famílias, que consiste em um conjunto de ações e atividades de atendimento e apoio às famílias, principalmente as que optaram pelo reassentamento em unidade habitacional. Segundo a Analista Social da Urbel, Márcia Magrille, o objetivo principal é o favorecimento do processo de adaptação das famílias à nova realidade habitacional, o fortalecimento das relações sociais e laços de vizinhança, bem como a sustentabilidade dos conjuntos do ponto de vista estrutural, econômico e social.

O líder comunitário Paulo Roberto Braga, o Paulão da Creche, como é conhecido na região do Morro do Papagaio, tem 72 anos de idade e 33 anos de liderança comunitária, e conta que acompanhou de perto o Programa Vila Viva no Aglomerado Santa Lúcia desde o seu início. “Fizemos mais de 150 reuniões com representantes da Prefeitura e dos moradores. Eu pedia muito para que tivesse diálogo, conversa, para que todos os problemas e as resistências fossem resolvidos. Foi falando a verdade para os moradores que o projeto andou. A comunidade viu que o projeto era bom. E hoje está aí. Todo mundo satisfeito, morando bem e com segurança. Esse projeto é um grande projeto. Se alguém criticar é porque não conhece”, explica a liderança.

E apesar das obras do Vila Viva estarem concluídas, segundo o Diretor de Projetos e Obras da Urbel, Aluísio Rocha, a Urbel ainda aguarda a finalização do processo para desocupação de uma área de preservação permanente invadida recentemente. Além disso, duas obras do Orçamento Participativo ainda estão sendo executadas no Aglomerado; urbanização da rua José Bonifácio e construção de uma área de lazer na Vila Estrela; e o encaminhamento do procedimento licitatório para contratação de obras para requalificação de vias de pedestres no aglomerado. Além disso, permanece a atuação de técnicos sociais com desenvolvimento de capacitações de pós-morar e ações de desenvolvimento socioterritorial.