21 November 2019 -
As bibliotecas públicas municipais ganharam um acervo de mais de 18 mil títulos entre 2018 e 2019. Atualmente, a população de Belo Horizonte tem acesso gratuito a 46.350 títulos e 115.780 exemplares, entre livros, folhetos, artigos, dissertações, monografias, teses, periódicos, CD-ROMs, DVDs, catálogos e outros itens.
A rede é composta por 21 bibliotecas e é mantida pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e da Fundação Municipal de Cultura (FMC). As unidades atuam de forma integrada e oferecem empréstimo domiciliar de livros e gibis, jornais para leitura local, visitas mediadas, realização de oficinas, narrações de histórias, saraus, rodas e clubes de leitura, encontros com escritores e debates temáticos.
Segundo o técnico em Literatura da FMC, Samuel Medina, a integração entre bibliotecas foi possível a partir da instalação do Pergamum, sistema informatizado de gerenciamento de dados e informações. “Com este sistema, os acervos passaram a funcionar de forma conjunta. E, atualmente, cada leitora e leitor pode consultar pela internet o catálogo de todas as bibliotecas, tendo, desta maneira, acesso aos empréstimos de toda a rede”, explica.
A criação e a manutenção da rede estão atreladas aos direitos fundamentais aos bens culturais e, portanto, as bibliotecas públicas procuram fornecer acervo literário atualizado e de qualidade que atenda a todas as faixas etárias, com profissionais capacitados para o atendimento ao público. Inclusive, no sistema estão cadastrados mais de 15 mil usuários.
“Contudo, é importante ressaltar que o número de atendimentos é muito maior, considerando-se a frequência de pessoas que utilizam as bibliotecas para pesquisa local e para participar das atividades”, afirma Medina.
Marina do Couto Dias, 38 anos, estudante de Biblioteconomia, moradora do bairro Santa Inês, está entre as usuárias que se beneficiam com a integração da rede.
“Frequento duas das bibliotecas da FMC, a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil e a do MUMO, e o que mais gosto nelas, além do atendimento e do acervo super atual, entre clássicos e lançamentos, é como cada uma delas tem características coerentes com o lugar a que se propõe estar. Na primeira, encontro bastante conteúdo e atividades para meu filho de 12 anos e também para mim, como o clube do livro; na segunda, encontro conteúdo mais específico sobre moda e artes”.
Marina vê as bibliotecas como importantes equipamentos culturais e sociais que ampliam possibilidades de acesso. “Temos acesso a conteúdos informacionais diversificados, para finalidades acadêmicas ou recreativas”, conclui.
Além da integração e praticidade possibilitadas pelo sistema informatizado, o bom atendimento e a qualidade dos serviços são resultado de um trabalho realizado por uma equipe interdisciplinar, que integra a Gerência de Bibliotecas e Promoção da Leitura e da Escrita (GCBPLE). Os profissionais atuantes na rede são das áreas de Biblioteconomia/Ciências da Informação, Literatura, Patrimônio e Arte-educação, entre outros.
Para a seleção das obras, uma comissão realiza as pesquisas e o levantamento dos títulos e quantidades de exemplares que possam atender as demandas de cada biblioteca, pautando-se em conhecimentos técnicos e considerando mercado editorial, crítica literária especializada e o trabalho de mediação de leitura feito nas bibliotecas.
Carteirinha
Qualquer pessoa tem direito ao empréstimo mediante a apresentação da carteirinha de leitora ou leitor. Para fazer a carteirinha, basta apresentar um documento de identidade e comprovante de endereço em uma das bibliotecas da rede.
Os menores de 12 anos devem estar acompanhados pelos pais ou responsáveis ou com uma autorização por escrito, para que possam obter a carteirinha de leitor/leitora. Em casos nos quais não seja possível apresentar comprovante de endereço, o cadastro é realizado de forma especial.
A psicóloga Poliana Rocha Tavares, 35 anos, mora no bairro Santa Tereza e conheceu a biblioteca do MIS Cine Santa Tereza no início do ano e, desde que fez sua carteirinha de leitora, tem lido novos livros com frequência. “O acervo é bem interessante e percebi que, depois que comecei a frequentar a biblioteca, estou sempre lendo algum livro, pois quando termino um já pego outro imediatamente”.
Segundo Poliana, a facilidade do acesso é um fator que incentiva a leitura. “Tenho encontrado vários títulos que gostaria de ler e que antes não tinha acesso por não poder comprar. Deste modo, acredito que seja um espaço muito importante para a leitura”, afirma.
Além dos investimentos no acervo e no acesso facilitado da população aos títulos, a rede de bibliotecas realiza várias atividades que promovem e incentivam a leitura de maneiras diversas e criativas. Tais atividades são abertas a toda a comunidade e divulgadas nas mídias sociais, nos sites BH Faz Cultura e da PBH. Também circulam flyers com as programações mensais e agendas específicas.
Promoção da leitura
As ações que ocorrem nas bibliotecas da rede são articuladas pela Gerência de Bibliotecas e Promoção da Leitura e da Escrita ‒ GBPLE. Entre elas, está o projeto “Promoção da Leitura” que visa fomentar a leitura literária através de atividades de mediação junto às bibliotecas dos espaços culturais. Oficinas de escrita, de produção de fanzines e apresentações de narração artística são algumas das atividades propostas.
Para Samuel Medina, as visitas orientadas e o serviço de referência são duas das ações mais importantes da rede. “Através da referência, leitor e mediador se aproximam, criando uma relação de confiança e respeito. No balcão da biblioteca o leitor expande seu repertório de leitura, através de indicações de livros”, comenta.
Ele também chama a atenção para as ações conjuntas do calendário anual e bienal. “É preciso ressaltar o ‘Seminário Beagalê’, espaço de reflexão sobre o tema da mediação de leitura, que contribui para a capacitação e formação continuada de bibliotecários, professores e mediadores da literatura, bem como o Festival Literário de Belo Horizonte – FLI-BH, importante evento inteiramente dedicado ao universo literário”, destaca.
História
As bibliotecas públicas da Fundação Municipal de Cultura possuem um histórico que remete à própria história dos espaços culturais da Prefeitura de Belo Horizonte. Isso porque a maioria das unidades está localizada dentro dos 17 Centros Culturais existentes. As demais bibliotecas públicas ficam localizadas no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, no MIS Cine Santa Tereza e no Museu da Moda (MUMO).
Já a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH) está instalada no primeiro andar do Centro de Referência da Juventude (CRJ), sendo referência em todo o país no campo da leitura e da formação de leitores na infância e juventude.
Atualmente em fase de implementação, a Biblioteca da Escola Livre de Artes Arena da Cultura (BELA) oferece títulos voltados para a temática das Artes, contemplando todas as linguagens artísticas. Para ela, foram adquiridos mais de 15 mil novos exemplares de livros, e mais 800 títulos de literatura e artes em geral.
Entre os livros adquiridos nos últimos dois anos, parte foi custeada com recursos do projeto Ler, aprender e brincar em família (CMDCA/BH).