Pular para o conteúdo principal

Prefeitura celebra 8 anos de funcionamento do Abrigo Fábio Alves dos Santos
Foto: Stênio Lima

Prefeitura celebra 8 anos de funcionamento do Abrigo Fábio Alves dos Santos

criado em - atualizado em

À primeira vista, o imóvel de fachada verde e laranja em uma rua movimentada da regional Noroeste de Belo Horizonte pode parecer apenas mais um prédio público. Dentro dos cômodos, no entanto, histórias são reconstruídas e ganham novos caminhos diariamente. Uma unidade de acolhimento institucional para pessoas em situação de rua não significa apenas a garantia de um teto para dormir, mais do que isso, a moradia, em seu caráter temporário, é um caminho para a construção de novos projetos para suas vidas.

 

Neste mês, o abrigo Fábio Alves dos Santos, unidade de acolhimento de homens adultos, comemora 8 anos. Desde 2015, o espaço criado pela Prefeitura de Belo Horizonte garante a proteção de homens adultos com trajetória de vida nas ruas, apoiando sua reinserção social, comunitária e profissional e incentivando a superação da vida nas ruas, a partir do acesso a políticas públicas e da promoção da autonomia. O serviço na unidade é executado em parceria entre a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e o Instituto Promoção Social e Humana Darcy Ribeiro.

 

No total, 44 homens podem morar simultaneamente na unidade. Desde então, 240 foram acolhidos e tiveram suas vidas transformadas pelas políticas públicas. Izaquel Pereira, acolhido há um ano e um mês, já percebeu mudanças em sua vida. Após a entrada no abrigo, acessou a política de saúde, restabeleceu vínculos familiares e foi encaminhado para uma vaga de trabalho. “Estou há mais de 10 anos vivendo nas ruas. Já passei por cidades e por situações diferentes. Quando a vida da pessoa tá boa, só tende a melhorar. Quando a vida da pessoa tá ruim, só tende a piorar. Eu vi a minha vida melhorar”, conta.

 

Apesar de positivo, o acolhimento em uma unidade não é a única estratégia para a superação na vida nas ruas. É preciso diálogo constante com outros serviços públicos.. Izaquel, que tem o sonho de ser músico, sabe disso. “A equipe que trabalha aqui é muito bacana e me tratou muito bem desde o início. Hoje eu penso no meu futuro. Quero poder trabalhar e continuar fazendo música. Quero, em breve, ter minha moradia, ter meu espaço”, projeta.

 

Segundo o secretário Municipal Adjunto de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e Subsecretário de Assistência Social, José Crus, as unidades do SUAS-BH integram uma rede de proteção social na cidade, articuladas com os demais serviços e benefícios básicos e especializados e com as demais políticas públicas e sociais.

 

“São oito anos de histórias de superação da situação de rua e de construção de outros projetos de vida. É rico perceber que o funcionamento das unidades não altera a rotina dos territórios, do comércio e das residências próximas, tendo em vista o trabalho social desenvolvido por profissionais com expertises e competência nas unidades. É uma alegria para a Prefeitura de Belo Horizonte contribuir neste processo de forma organizada, ética e responsável”, comenta.

 

Ainda neste ano, a Prefeitura ampliará sua rede socioassistencial, com uma nova unidade de acolhimento para homens em processo de envelhecimento, uma nova unidade para famílias, além de três residências inclusivas, para acolhimento de pessoas com deficiência. Com essas ampliações, Belo Horizonte chega a 25 espaços, distribuídos democraticamente no território do município, para acolhimento de pessoas em situação de rua.

 

Parabéns, Fábio Alves

 

A coordenação do abrigo preparou um momento especial para celebrar os 8 anos do abrigo. Na tarde desta terça-feira (25), homenagens, apresentações musicais e exposições de artesanatos produzidos pelos moradores marcam o aniversário da casa.

 

O nome do abrigo é uma homenagem ao pedagogo, jurista e escritor pernambucano Fábio Alves dos Santos, que atuou em Belo Horizonte na primeira década dos anos 2000, engajado na defesa de direitos da população em situação de rua e de jovens encarcerados. Fábio Alves faleceu após anos de luta, em 2013, e foi homenageado dois anos depois.