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Peça sobre o universo masculino em cartaz no Teatro Raul Belém Machado
Foto: Igor Cerqueira

Peça sobre o universo masculino em cartaz no Teatro Raul Belém Machado

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O Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado recebe, do dia 30 de junho a 2 de julho, de sexta a domingo, a partir das 19h, o espetáculo “Adivinhe Quem Vem Para Rezar”, da Companhia da Farsa em colaboração com a Companhia Marginal, baseado no texto de Dib Carneiro, sobre um drama psicológico em torno do universo masculino, em que dois homens falam dos seus fantasmas, medos e traumas de infância. Os ingressos podem ser retirados no site da Sympla ou na bilheteria do teatro, a partir de duas horas antes das apresentações. A programação completa dos teatros municipais pode ser acessada no Portal Belo Horizonte.

 

O texto é dirigido por Yuri Simon e traz os atores Alexandre Toledo (Companhia da Farsa) e Luiz Drumond (Companhia Marginal) no elenco. A obra descreve um drama psicológico em torno do universo masculino, narrado por trocas de acusações, além de segredos que vêm à tona, lágrimas, cobranças e traições. Na trama, presente e passado se entrecruzam e antigas feridas são reabertas num conflito familiar de gerações entre dois homens, em que o amor é o elemento fundamental para o entendimento.

 

Toledo comenta que o texto chamou muita atenção pela sua força: mais do que um acerto de contas entre pai e filho, um conflito de sentimentos entre dois homens. A Companhia da Farsa tem no seu repertório a montagem de espetáculos que provocam, de certa forma, uma investigação da natureza humana, dos anseios, das paixões e fraquezas, e o texto da peça vai ao encontro dessa particularidade. A Cia já estreou montagens de autores como Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues, Sérgio Abritta, Maria Clara Machado, Tereza Frota, além de algumas autorais, mas é a primeira vez que trabalha com um texto tão contemporâneo e atual, como o de Dib Carneiro Neto.

 

Para Drumond, o espetáculo leva para o palco uma grande sessão de análise e se manterá atemporal por muito tempo. Ele comenta que é um texto muito forte, porque não está falando apenas de dois homens, mas de pai e filho, que resolvem mexer nas suas feridas. Ele diz que a paternidade, na sociedade machista atual, é cercada de frieza e estranhamento, e o texto consegue mostrar, de uma forma muito feliz, as histórias de muitos filhos, inclusive a dele, então a peça se manterá atual por muitos anos.

 

O desafio, segundo o autor, era escrever um texto sobre a resistência dos homens em querer discutir as relações e a dificuldade em se abrir uns com os outros. A peça propõe a reflexão do mal que o silêncio pode fazer, e faz personagens masculinos falarem de seus fantasmas, seus medos, seus traumas de infância. Fica no ar o tempo todo da obra a frase: não deixe para amanhã uma conversa que você pode ter hoje. É um acerto de contas entre homens com pouca prática de conversar.

 

O diálogo acontece em um cenário limpo e luzes recortadas, para que as palavras sejam valorizadas: apenas duas cadeiras e duas passadeiras se cruzam representando o centro da igreja, e tecidos ao fundo recebem projeções dos vitrais do santuário e o brilho dos relâmpagos. A conversa é pontuada pela trilha sonora de Márcio Monteiro, que mescla os efeitos dos trovões e da chuva a um tema musical lírico e melancólico, que surge em algumas das cenas mais intimistas.

 

Serviço

Adivinhe Quem Vem Para Rezar | Cia da Farsa e Cia Marginal

Duração: 70 minutos | Classificação indicativa 12 anos

Data: 30 de junho e 1º de julho, às 20h, e 2 de junho, às 19h

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia) no site da Sympla ou na bilheteria do Teatro a partir de 2 horas de antecedência, com lote promocional antecipado por R$16 (preço único)