15 Maio 2018 -
Dois filhotes nascidos no Zoológico de BH em breve serão “batizados” com nomes escolhidos por votação popular. A escolha dos prováveis nomes para os filhotes de hipopótamo e de lobo-guará movimentou estudantes da Rede Pública Municipal de Ensino e funcionários do Zoológico de BH.
Ao longo dos meses de abril e maio, em parceria com a Fundação de Parques Municipais e Zoobotãnica (FPMZB), a Secretaria Municipal de Educação (SMED) realizou uma mobilização com as escolas municipais, que fizeram um trabalho de educação ambiental com os alunos, abordando a importância do nome e também as características de cada espécie: origem, hábitos, aspectos físicos e comportamentais.
Com base no conteúdo trabalhado em sala, cada uma das nove diretorias regionais da SMED apresentou uma sugestão de nome à FPMZB, gestora do Zoológico. Com alguns nomes sendo escolhidos por mais de uma regional, foram então definidas sete opções de nomes para a filhota de hipopótamo e oito para o filhote de lobo-guará. Desta lista, funcionários da FPMZB escolheram, em uma votação interna no dia 10 de maio, três nomes para cada espécie.
Do total dos 151 votos computados para cada espécie, os nomes mais votados para a pequena hipopótamo foram “Aisha” (1º lugar), que significa “vida”; “Anaya” (2º), que significa “olhar de Deus” e “Odara” (3º), que significa “beleza/bela”. Já o lobo-guará teve como mais votados os nomes “Akin” (1º), que significa “guerreiro, valente”; “Yuki” (2º), que significa “felicidade” e “Porã” (3º), que significa “alegria”.
Agora, as três opções de nomes para cada espécie de animal serão colocadas em votação popular, pela internet, para que, no dia 5 de junho, sejam finalmente conhecidos os nomes eleitos para cada um dos filhotes.
A FPMZB divulgará, em breve, as coordenadas para votação.
Sobre as espécies
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
O lobo-guará é uma espécie da fauna silvestre brasileira, ou seja, nativa. Esta espécie consta na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção.
É um animal de hábitos solitários (unem-se somente na época de acasalamento) e noturnos, o que, por vezes, dificulta que o visitante do Zoológico o veja circulando pelo recinto. Sua alimentação é onívora (na natureza alimenta-se de frutos e pequenos animais e, no Zoológico, é tratado com uma mistura de frutas, legumes, ração e carnes – frango moído e coração de boi). É considerado o maior canídeo da América do Sul. O período máximo de vida registrado sob cuidados humanos foi de 16 anos e meio. O macho desempenha um papel importante no cuidado com os filhotes, defendendo-os de qualquer ameaça e, inclusive, oferecendo-lhes comida regurgitada.
Esta espécie sofre nas mãos de pessoas que acreditam em poderes mágicos e nas propriedades de cura com o uso de suas partes do corpo. Estas práticas comuns dos antigos são chocantes e continuam sendo utilizadas até os dias de hoje, o que têm contribuído para a diminuição de suas populações.
Hipopótamo (Hippopotamus amphibius)
O hipopótamo é uma espécie animal de origem africana e, portanto, exótica, ou seja, não ocorre naturalmente nos ambientes do nosso país. É também uma espécie ameaçada de extinção. Possui hábitos crepusculares e noturnos: passa praticamente todo o dia dormindo ou descansando na água ou próximo dela, que serve para manter a temperatura do corpo baixa e a impedir o ressecamento da pele. No fim da tarde e à noite sai para se alimentar, podendo percorrer distâncias de até 40Km. É um dos maiores mamíferos terrestres. Chega a medir 4 metros de comprimento e 1,5 metros na altura do ombro. Pode pesar até 4,5 toneladas. Sua expectativa de vida na natureza pode chegar aos 40 anos e quando estão sob cuidados humanos cerca de 50 anos. Na natureza, alimentam-se de gramíneas, folhas, ramos de arbustos, bulbos, rizomas e plantas semiaquáticas. Já no zoológico de BH, a dieta é composta de capim, alfafa peletizada e ração para cavalo, sendo esta fornecida duas vezes ao dia, manhã e tarde.
Apresenta na superfície lisa da pele glândulas que excretam, sob a forma de “suor avermelhado”, uma substância que o protege contra queimaduras dos raios solares diretos. Este fenômeno é popularmente conhecido como “suor de sangue”. A pele gordurosa, grossa e lisa, com 5 a 6 centímetros de espessura é ponteada por poucos e pequenos pelos esparsos. Seu couro, por resistir ao impacto de dardos e flechas e, por isso, antigamente era usado pela indústria bélica na confecção de capacetes e escudos protetores. Devido sua caixa torácica ampla e a gordura que tem acumulada sob a pele espessa, é que possui a capacidade de flutuar. Além disso, a gordura estabiliza a temperatura interna do corpo do animal, quando está dentro da água. Extremamente territorialistas, os hipopótamos podem oferecer riscos a quem ousar se aproximar deles. São considerados os mais agressivos do mundo.