31 March 2025 -
A Prefeitura de Belo Horizonte realizou nessa sexta-feira (28) oficina de lançamento do projeto Conhecer, Respeitar, Multiplicar, com foco na formação de servidores públicos do município para o respeito aos ritos de povos e comunidades tradicionais nos Parques, Centros de Vivência Agroecológica – CEVAES e Cemitérios Públicos de Belo Horizonte.
O principal objetivo desta ação é levantar a reflexão sobre a importância do povo negro e da cultura de matriz africana na construção e na cultura da cidade de Belo Horizonte com impacto no desenvolvimento da identidade cultural brasileira e, também, para evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população. Apresentação do Plano de educação permanente do Programa de Atendimento aos povos e comunidades tradicionais nos parques, centros de vivência agroecológica – CEVAES e cemitérios públicos de Belo Horizonte, instituído por portaria municipal.
No primeiro encontro estiveram presentes os gerentes e encarregados dos parques e cemitérios públicos de Belo Horizonte, além de guardas municipais. As reuniões serão periódicas e pretendem chegar à totalidade de profissionais que atuam nos cemitérios públicos, parques e CEVAEs. O projeto Conhecer, Respeitar, Multiplicar é conduzido por uma comissão que conta com representações da Subsecretaria de Direitos Humanos, da Fundação de Parques Municipais e Zoo-botânica e da Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção.
A diretora de Políticas de Políticas de Reparação e Promoção da Igualdade Racial de Belo Horizonte, Pamela Felício, explica sobre a necessidade de criar uma capacitação específica sobre esta temática. “A liberdade de consciência e crença religiosa, bem como o respeito à diversidade de cultos religiosos, é assegurada por diversos mecanismos legais, apesar disso, ainda vivenciamos a intolerância religiosa, sobretudo, contra as manifestações de povos de comunidades tradicionais e populares, para tanto estamos realizando a capacitação em caráter periódico dos agentes públicos lotados nesses espaços, de modo a enfrentar ativamente o racismo institucional, o racismo ambiental e a intolerância religiosa”, finaliza.
O encontro contou, ainda, com a participação da presidenta do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, Yalorisa Neli Sousa Martins, e da mestra e professora no Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG e doutora por notório saber pela UFMG, a liderança quilombola Makota Kindoialê, que abriu os debates sobre racismo ambiental no contexto da construção de Belo Horizonte.
“Respeito e solidariedade tem que ser mecanismos de combate ao racismo. É o mínimo que esperamos e é por isso que estamos aqui propondo essa capacitação. Preservar a história é preservar a nossa integridade e a nossa dignidade”, concluiu Kindoialê.