31 Maio 2021 -
A Prefeitura de Belo Horizonte iniciou nesta segunda-feira, dia 31, a liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia em mais três regionais da cidade: Barreiro, Leste e Oeste. A ampliação do método foi feita de forma gradativa e, atualmente, a estratégia abrange as nove regiões da cidade, com áreas selecionadas para a implantação.
Inicialmente foram liberados mosquitos nas regionais Venda Nova, Norte e Noroeste, já na segunda etapa o método foi implantado nas regionais Centro-Sul, Nordeste e Pampulha. Nas áreas de abrangência dos Centros de Saúde Jardim Leblon, Copacabana e Piratininga, onde as ações foram iniciadas em outubro do ano passado, assim como era esperado, mais de 60% dos mosquitos coletados estão com Wolbachia.
O projeto é uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, a World Mosquito Program (WMP) – iniciativa sem fins lucrativos que é responsável pelo método Wolbachia – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e tem apoio do Ministério da Saúde. O método é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
"A implantação e a expansão do método Wolbachia é um importante passo da Prefeitura de Belo Horizonte, sempre com o objetivo de melhorar a efetividade das ações de combate ao Aedes aegypti. Lembrando que a participação da população na eliminação de criadouros é imprescindível”, afirma o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.
Também faz parte das ações o Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e apoio do Ministério da Saúde. O objetivo é fazer um comparativo para verificar a incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti nos locais de soltura e onde não houve liberação de mosquitos, mas o resultado das ações deve aguardar as análises.
“A expectativa é que em até quatro anos, que é o tempo do estudo, seja possível conhecer o impacto do método Wolbachia no controle das arboviroses em Belo Horizonte”, explica o pesquisador da Fiocruz e líder do método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam essa bactéria têm a capacidade reduzida de transmitir os vírus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Nem os mosquitos nem a Wolbachia sofreram qualquer modificação genética.
Para a implantação do método, a Prefeitura construiu, com recursos próprios, uma biofábrica que produz Aedes com Wolbachia. O método está presente em 11 países, sendo que Belo Horizonte é a primeira cidade do mundo que conta com local próprio.