23 November 2021 -
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de outubro de 2021 demonstra que 1,9% dos imóveis pesquisados em Belo Horizonte estavam com a presença da larva do mosquito. Ou seja, a cada 100 imóveis visitados pela Secretaria Municipal de Saúde, em quase 2 foram encontrados focos. De acordo com a padronização do Ministério da Saúde, o índice de infestação larvária recomendado para minimizar o risco de epidemia é de até 1%. O indicador da capital é considerado de médio risco.
O LIRAa identifica as áreas da cidade com maior proporção/ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. O levantamento foi realizado em cerca de 45 mil imóveis e apontou que 81% dos focos do mosquito estão em ambiente domiciliar.
A pesquisa também indica quais os criadouros predominantes nas áreas. Os seis principais encontrados foram: 23,9% inservíveis, 22,7% pratinhos de plantas, 9,9% recipientes domésticos, 8,7% barris/tambores, 8,6% pneus e 5,7% caixas d’água.
O município adota todas as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, que são de responsabilidade do poder público, para reduzir a ocorrência de casos de Dengue, Chikungunya e Zika.
Confira o LIRAa por regional:
Regional | LIRAa |
Barreiro | 1,7 |
Centro-Sul | 0,7 |
Leste | 2,6 |
Nordeste | 1,8 |
Noroeste | 2,1 |
Norte | 1,6 |
Oeste | 1,5 |
Pampulha | 2,7 |
Venda Nova | 2,5 |
BELO HORIZONTE | 1,9 |
Índice | RISCO |
≥ 4,0% | Alto risco |
1,0 a 3,9% | Médio risco |
<1,0% | Baixo risco |
Com o resultado do LIRAa, há um maior direcionamento nas ações de combate à Dengue, Zika e Chikungunya, com intensificação nas regiões com maior infestação. “Os trabalhos são realizados em todo o município. Com o LIRAa vamos intensificar uma determinada ação em pontos de atenção, como exemplo, onde o criadouro predominante foi inservível vamos ampliar os mutirões de limpeza. Com relação aos pratos de plantas, os Agentes de Combate a Endemias, que já repassam essa orientação, darão mais ênfase durante as vistorias nos imóveis”, explica o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.
Ações
Durante todo o ano, a Prefeitura de Belo Horizonte mantém as ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os Agentes de Combate a Endemias percorrem os imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito, além de orientar sobre como eliminar estes criadouros e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas. Em 2021, foram realizadas cerca de 3,2 milhões de vistorias dos Agentes de Combate a Endemias com esse objetivo.
A Secretaria Municipal de Saúde também mantém a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local e em função de uma avaliação ambiental pelas equipes de Controle de Zoonoses. Em 2021 foram realizadas ações com uso UBV em cerca de 7 mil imóveis. O produto tem o objetivo de eliminar o mosquito em sua fase adulta, em que o vírus pode ser transmitido. A aplicação é realizada com equipamentos especiais e o trabalho ocorre, de preferência, pela manhã ou no final da tarde.
Em 2020, foi assinado um termo de cooperação para o uso de drones, que tem facilitado a identificação de possíveis focos em locais de difícil acesso para as equipes de Agentes de Combate a Endemias. Os drones também são utilizados para a aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco, quando estes são de difícil acesso para a equipe de Zoonoses. Até o momento, foram realizados 106 sobrevoos com a identificação de quase 8 mil prováveis focos em potencial nas nove regionais do município.
Há também a continuidade das liberações progressivas dos mosquitos com Wolbachia em todas as regiões do município. O método é complementar às demais ações de controle e prevenção da Dengue, Zika e Chikungunya executadas durante todo o ano pelo município de Belo Horizonte. A Wolbachia é um microrganismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam o microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo assim, o risco de surtos de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Cabe ressaltar que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.