Pular para o conteúdo principal

Servidores realizam retirada de lixo da Lagoa da Pampulha, uma das ações de recuperação do espaço
Foto: Rodrigo Clemente

PBH apresenta resultados da recuperação da Lagoa da Pampulha

criado em - atualizado em

A Prefeitura de Belo Horizonte apresentou, nesta quarta-feira, dia 22, em sua sede, no Centro, o resultado do trabalho de recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha. As metas estabelecidas pelo contrato para a execução da primeira etapa dos serviços, que correspondem ao enquadramento da lagoa nos padrões de Classe 3, conforme Resolução Conama 357/05 e DN Copam/CERH/001-08, foram alcançadas no final de dezembro de 2016.


Essa classificação permite, por exemplo, a recreação de contato secundário, ou seja, a prática de atividades em que o contato com a água seja esporádico ou acidental e a possibilidade de sua ingestão seja pequena, tais como a pesca amadora e o iatismo.

 

O secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, abriu a apresentação falando sobre a importância dessa etapa de recuperação da Lagoa da Pampulha: “A notícia de hoje é muito relevante e vai ao encontro dos interesses do prefeito Alexandre Kalil de criar uma cidade mais sustentável, mais progressista e, principalmente, uma cidade onde as pessoas possam viver melhor”, afirmou.

 

Em seguida, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, ressaltou o tamanho do desafio que foi enfrentado, considerando que a lagoa é alimentada por oito córregos, recebe poluição difusa e o lançamento de resíduos que, por muitos anos, se acumularam e criaram um passivo ambiental enorme. E que, para se chegar ao resultado de agora, antes do tratamento da água foi necessário remover 850 mil metros cúbicos de resíduos do fundo da Lagoa. “Concluímos uma etapa, mas será necessário um trabalho contínuo, ao longo do tempo, para manter a Lagoa da Pampulha viva”, disse.

 

Responsável pelo detalhamento técnico do trabalho executado, o gerente de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria de Obras, Ricardo Aroeira, alertou para o fato de que, mesmo com o sucesso da limpeza da água, agora enquadrada na Classe 3, ainda não é recomendável navegar e pescar na lagoa. “É preciso criar um plano de manejo que discipline o uso da Lagoa da Pampulha como, por exemplo, quanto aos tipos e tamanhos de barcos, e a frequência com que poderão circular. Em relação à pesca, será necessário um estudo para saber se os peixes estão adequados ao consumo. Tudo Isso será feito com a cautela necessária”, esclareceu. 



Recuperação da água

Os trabalhos de recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha começaram em março do ano passado. O investimento nesses serviços foi de cerca de 30 milhões de reais, numa ação do Programa Pampulha Viva, financiado pela PBH, Banco do Brasil e BDMG. Nos próximos meses, a empresa contratada dará sequência às atividades de manutenção da qualidade da água, que deverá permanecer atendendo aos parâmetros da Classe 3.

 

Na execução dos trabalhos são utilizados dois remediadores. Um deles tem a função de degradar o excesso de matéria orgânica (Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO) e reduzir a presença de coliformes fecais (E. coli). O outro remediador é capaz de promover a redução do fósforo e controlar a floração de algas. Ambos são registrados junto ao Ibama e testados em outros lugares do Brasil e do exterior, com excelentes resultados.

 

Em ação complementar, a Sudecap realiza diariamente a limpeza do espelho d’água da Lagoa. O volume diário de lixo recolhido é de cerca de 10 toneladas durante o período de estiagem e de 20 toneladas, no período chuvoso.

 

Outro fator fundamental para a garantia da qualidade da água da lagoa é que as metas estabelecidas pela Copasa sejam cumpridas, em relação à ampliação da cobertura do sistema de esgotamento sanitário na bacia hidrográfica de contribuição à lagoa, inclusive com investimentos em manutenção preventiva e corretiva, de forma a minimizar ocorrências de vazamentos que venham a aumentar a carga de poluição afluente à represa.

 

É essencial que se tenha a compreensão de que, mesmo com o enquadramento da água da Lagoa da Pampulha na Classe 3, ela continuará sujeita a variações em sua qualidade, pois se trata de um lago urbano, que sempre será afetado por fontes poluidoras, como a poluição difusa em função da lavagem do solo pelas chuvas, eventuais vazamentos no sistema de esgotamento sanitário, lançamento de efluentes domésticos ou industriais clandestinos, que podem superar a sua capacidade de autodepuração.

 

Entretanto, o trabalho executado proporcionou à Lagoa uma boa capacidade de recuperação, ela está muito mais resiliente, respondendo, em curto prazo, às agressões provocadas pelo aporte de poluentes que provocam alterações na qualidade de sua água. A sua capacidade de autodepuração está significativamente aumentada em função da ação dos remediadores aplicados durante a primeira etapa dos serviços.