26 January 2023 -
A Prefeitura de Belo Horizonte apresentou nesta quinta-feira (26) o modelo de implantação de miniflorestas em espaço urbano à secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, e à diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Mila Corrêa da Costa. A visita técnica foi realizada na unidade do bairro Ribeiro de Abreu, às margens do Ribeirão do Onça. A intenção é compartilhar a experiência de sustentabilidade a nível metropolitano e estadual, para futuras reproduções da iniciativa em outros locais.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, compartilhou com o grupo as etapas do desenvolvimento do projeto na região, construído a quatro mãos junto à comunidade, que também desenvolve de forma espontânea diversas ações de revitalização do espaço. Na área verde, antes cenário de ocupações e bota-foras irregulares em local com risco geológico, foi desenvolvido um processo de revitalização que já conta com 520 novas árvores, contemplando espécies frutíferas, nativas do Cerrado e da Mata Atlântica.
As miniflorestas fazem parte das estratégias da Prefeitura para promover espaços biodiversos e fortalecer o ecossistema nos grandes espaços urbanos. Trata-se de sistemas configurados por plantios mais adensados que têm como objetivo criar ilhas de biodiversidade em áreas pouco vegetadas, proporcionando novos locais de resfriamento, de descanso e de contato com a natureza, e tornando a cidade mais sustentável.
Por meio das políticas de compensação ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - nas quais os empreendimentos que se instalam na cidade ficam responsáveis pela aquisição, implantação e manutenção das mudas por um prazo pré-estabelecido nas condicionantes do licenciamento -, os terrenos públicos ganharam uma nova cara, trazendo segurança, espaços de sociabilidade e expandindo a qualidade de vida da comunidade que vive no entorno.
De acordo com o secretário Mário Werneck, a visita responde à necessidade de um olhar metropolitano para a emancipação ambiental de áreas mais vulneráveis: "Belo Horizonte desenvolve atualmente uma estratégia que precisa ser replicada por outros municípios. Felizmente, tanto o Estado quanto a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana partilham deste mesmo pensamento, voltado à recuperação de áreas verdes e reestruturação de espaços que devolvem a dignidade dos espaços e melhora significativamente a qualidade de vida local”, destaca.
A formatação de florestas nativas em áreas reduzidas são uma resposta solucionadora aos desafios ambientais nas grandes cidades. Elas atraem insetos e novas espécies de plantas, resgata serviços ambientais, restaura e preserva recursos hídricos, entre outros benefícios. Além disso, elas podem contribuir com o sequestro de carbono, ajudando no enfrentamento das mudanças climáticas e na adaptação do espaço ao aumento das temperaturas.
No local onde viviam cerca de 760 famílias, que sofriam com inundações e situações que colocavam em risco a segurança da comunidade, foram implantadas novas árvores, horta, pomar, quadra, parque e academia a céu aberto. Para a secretária de Estado Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, esta é uma transformação que vai além dos serviços ambientais. “Foi muito precioso conhecer esse projeto tão bonito, às margens de um importante afluente do Rio das Velhas, onde a Prefeitura e comunidade trabalham juntos na construção de uma nova realidade dessa relação com o rio. Exemplos como esse precisam ser multiplicados em outras regiões para uma nova perspectiva de conservação ambiental, especialmente das nossas bacias hidrográficas e das nossas águas. Para além dessa função ecológica, várias famílias foram retiradas dessa área que antes apresentava risco geológico, e esse projeto deu condição para que as pessoas morassem em espaços mais seguros”.
Do ponto de vista metropolitano, a diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Mila Corrêa da Costa, ressalta a importância da iniciativa como inspiração para as outras 34 cidades que compõem a Grande BH. “Trata-se de uma experiência fantástica de aproveitamento do espaço, do leito do Onça, de envolvimento da comunidade, entre outros benefícios muito relevantes para a nossa região metropolitana. Essa referência precisa ser expandida para outros territórios, de forma que poder público e comunidade configurem ações sustentáveis, de proteção ao meio ambiente e envolvimento social”, conclui.