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PBH anuncia fim do decreto de emergência em razão da epidemia de dengue
Rodrigo Clemente/PBH

PBH anuncia fim do decreto de emergência em razão da epidemia de dengue

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O prefeito Fuad Noman anunciou nesta quinta-feira (13) o fim da vigência do Decreto de Emergência em Saúde Pública em razão da epidemia de dengue. A decisão foi motivada pela queda nos atendimentos realizados pelas unidades de saúde do município. Em março, mês com maior demanda assistencial, foram 193.216 atendimentos realizados, número que caiu para 30.190 em maio – redução de 84%. E a tendência de queda permanece: nos 10 primeiros dias de junho foram pouco mais de 3 mil atendimentos.

O decreto foi publicado em fevereiro, quando o município registrou um expressivo aumento nos atendimentos relacionados às arboviroses, passando de 28.696 em janeiro para 118.312 no mês seguinte. As ações para ampliar o acesso da população à assistência foram iniciadas pela Secretaria Municipal de Saúde ainda em janeiro, com o anúncio do Plano de Enfrentamento às Arboviroses, a abertura de centros de saúde aos sábados e domingos e a intensificação das ações de combate e prevenção ao mosquito.

"Nós temos que tirar o chapéu e agradecer a equipe de saúde da Prefeitura, os médicos, as enfermeiras, os técnicos de saúde, os auxiliares de enfermagem, toda a equipe que trabalhou incessantemente, de manhã de tarde e de noite, nos centros de saúde, nas UPAs, nos hospitais, para fazer todo esse trabalho de proteção da comunidade do Belo Horizonte", afirmou o prefeito Fuad Noman.  

A abertura dos centros de saúde aos finais de semana para atender pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika aconteceu de 27 de janeiro a 21 de abril, compreendendo 14 sábados e 14 domingos. Foram mais de 23,7 mil atendimentos. Em 2019, último ano epidêmico, foram feitas aberturas de centros de saúde aos finais de semana entre os dias 13 de abril e 18 de maio, compreendendo seis sábados e domingos.

À medida que a demanda assistencial foi aumentando, a Secretaria Municipal de Saúde abriu novos serviços e reforçou a contratação de profissionais. Os Centros de Atendimento às Arboviroses (CAAs) e as Unidades de Reposição Volêmica (URVs) foram implantados nas regionais Centro-Sul, Barreiro e Noroeste. Nos CAAs foram mais de 16 mil pessoas atendidas. Já as URVs receberam cerca de 3,5 mil pacientes para internação. Na última epidemia de dengue, em 2019, foram abertos três centros de atendimento aos pacientes com sintomas da doença.

Outra importante ação da Prefeitura foi a abertura de três hospitais, sendo um de campanha, na Regional Norte, e dois temporários, em Venda Nova e na Oeste. Juntos, os equipamentos atenderam 27,5 mil pessoas e realizaram a internação de outras 3 mil.

Considerando todas as unidades, a Prefeitura realizou cerca de 500 mil atendimentos. Nas duas últimas epidemias, em 2016 e 2019, foram - respectivamente - 189 mil e 168 mil atendimentos. A Prefeitura também articulou, junto aos hospitais que atendem ao SUS, a abertura de 117 leitos de enfermaria adulto e pediátricos, além de 24 leitos de CTI.

Ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti

As equipes de zoonoses intensificaram as ações de campo para prevenir e combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Foram mais de 1,5 milhão de vistorias em imóveis. Foram realizados, em parceria com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), 138 mutirões de limpeza, quando foram acessados 2,3 mil imóveis e recolhidas 420 toneladas de materiais.

Além das ações rotineiras de vistoria, as equipes atenderam 8 mil denúncias e solicitações de visitas em imóveis. Foram feitas 156 ações de controle vetorial químico, com uso de inseticida UBV em mais de 90 mil imóveis. A PBH realizou 46 sobrevoos com drones abrangendo cerca de 10 mil imóveis. Foram identificados cerca de 7 mil pontos com possíveis focos do mosquito.

Investimento e RH

Para enfrentar a maior epidemia de dengue registrada em Belo Horizonte, a Prefeitura investiu cerca de R$ 37,2 milhões - sendo R$19,79 milhões apenas em contratações emergenciais. Desde fevereiro foram contratados 1.721 profissionais de diversas categorias, como médicos, enfermeiros, técnicos superiores de saúde, técnicos de enfermagem e assistente administrativos.

Vacinação contra a dengue

A Prefeitura de Belo Horizonte mantém as doses da vacina contra a dengue para a população de 10 a 14 anos disponíveis nos 152 centros de saúde e também no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante. O público contemplado para receber a vacina foi definido pelo Ministério da Saúde. Até o momento, cerca de 48 mil pessoas receberam a 1ª dose e 5 mil foram imunizados com a segunda dose.

Casos de dengue, zika e chikungunya

Em 2024 já foram confirmados 72.624 casos de dengue em Belo Horizonte e 70 óbitos. Há 143.211 casos notificados pendentes de resultados de exames laboratoriais e avaliações epidemiológicas. Foram investigados e descartados 22.747 casos.

No que se refere à chikungunya foram confirmados 4.880 casos e cinco óbitos. Há 1.834 casos notificados pendentes de resultados. Não há registro de casos de zika na capital.

Cabe ressaltar que a Prefeitura de Belo Horizonte permanece monitorando o cenário assistencial e epidemiológico da dengue, zika e chikungunya. As ações de prevenção e combate ao mosquito também seguem sendo realizadas pelas equipes de zoonoses.

Cenário das doenças respiratórias

Para enfrentar as doenças respiratórias na capital, a Prefeitura de Belo Horizonte conta com um plano de enfrentamento ativado mediante aumento de casos e maior demanda por atendimento. Dentre as ações, a abertura de novos serviços e incremento de profissionais. Até o momento, já foram contratados 239, incluindo pediatras que atendem nas UPAs e no Hospital Metropolitano Odilon Behrens.

A Secretaria Municipal de Saúde faz o acompanhamento sistemático da demanda assistencial. No momento, a tendência é de queda na procura por atendimentos nas unidades de saúde. Em abril, foram 71 mil atendimentos. Já em maio, foram prestados cerca de 63 mil e em junho, dados parciais, 17 mil.

As solicitações para internação por doenças respiratórias também seguem tendência de queda. “O que nos chama a atenção e fica um alerta é que 35% das solicitações são para pessoas acima de 60 anos. E 31% para crianças de até 4 anos. Os dois grupos podem receber as vacinas da gripe e covid. Ou seja, é fundamental que essas pessoas procurem um ponto de vacinação e se protejam”, afirma o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias.

Até o momento já foram aplicadas cerca de 570 mil doses da vacina contra a gripe na população a partir de 6 meses. A campanha foi prorrogada até a duração do estoque do município, que atualmente está em cerca de 500 mil doses. Considerando o grupo prioritário pelo Ministério da Saúde, já foram aplicadas 294 mil doses, o que corresponde a 49% de cobertura. Já com relação à vacina monovalente contra covid-19, já foram aplicadas 46 mil doses. A vacina é aplicada em grupos específicos, de acordo com critérios do Ministério da Saúde.