3 Fevereiro 2021 -
Em meio à pandemia da Covid-19 em Belo Horizonte, uma triste estatística foi observada na capital: o crescimento do número de animais abandonados nas ruas ou vítimas de maus-tratos. “Desde abril, notamos que o número de ocorrências de resgate de animais vagando em via pública tinha crescido, coincidindo com a sensível redução de circulação de pessoas pelas ruas, devido ao isolamento social”, explica o subinspetor Gilberto Rodrigues, que coordena a Patrulha Ambiental da Guarda Municipal de Belo Horizonte.
O trabalho de resgate de cães e gatos em situação de maus-tratos tem sido uma tarefa constante na rotina de trabalho da equipe que compõe a Patrulha Ambiental da Guarda Municipal de Belo Horizonte. E essa demanda ganhou impulso também com a aprovação da Lei 14.064/2020, que ficou conhecida como Lei Sansão. O nome faz alusão ao crime cometido contra um cão da raça Pitbull, que teve as patas traseiras decepadas por um homem na cidade de mineira de Confins, fato que gerou comoção em todo o país.
Ao ressaltar a importância de garantir a proteção aos animais – em qualquer época –, o subinspetor lembra o resgate de dois cães que permaneceram abandonados por mais de 10 dias, período em que ficaram sem comida e água, em um barracão do bairro Granja de Freitas, na região Leste de Belo Horizonte. “Os dois cães estavam fracos e prostrados, mas, ao avistarem a presença dos guardas municipais, foi como se renascessem. Fizeram uma verdadeira festa, pois sabiam que aquele momento marcaria o fim de um ciclo de sofrimento”, recorda.
Trabalho em equipe
A Patrulha Ambiental da Guarda Municipal foi criada em 2018, com a missão de proteger a fauna e da flora da cidade. Os agentes atuam de forma integrada com equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Delegacia de Crimes Ambientais (DEMA) da Polícia Civil, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e do IBAMA, formando uma rede articulada de proteção ao meio ambiente.
Deste o início das atividades da patrulha os guardas municipais já registraram 205 ocorrências, que resultaram no resgate de animas domésticos e silvestres e no encaminhamento dos autores dos crimes ambientais à delegacia. Somente em 2020, por meio do trabalho conjunto, foram registrados 57 resgates de animais em via pública. Em janeiro, foram 11. As situações mais frequentes são de casos de maus-tratos contra animais domésticos, seguido por episódios de cavalos soltos em via pública, do comércio ilegal de espécies silvestres, bem como de plantas raras como orquídeas e bromélias, que é proibido.
Os animais que são vítimas de maus-tratos e abandono são encaminhados ao CCZ, ao IMA ou ao IBAMA, de acordo com cada caso. Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas pelo telefone 197 da Polícia Civil, no 153 da Guarda Municipal e ainda no 190 da Polícia Militar.