2 June 2025 -
Destaque pela beleza e importância ambiental para a região Oeste, o Parque Jacques Cousteau é um dos grandes produtores de mudas ornamentais, contribuindo para o desenvolvimento paisagístico em diferentes espaços da cidade. A produção, que era em torno de 2 mil mudas por mês, teve um aumento significativo, passando a ser entre 4 mil e 5 mil mensais.
Essa ampliação só foi possível devido a um trabalho planejado, que além de contar com profissionais dedicados às manutenções periódicas, também utiliza na matéria prima o reaproveitamento de podas, como explica a bióloga e gerente do Parque, Edanise Reis. “Uma das nossas prioridades é o reaproveitamento de mudas provenientes de podas e replantios de espécies ornamentais. O Parque atua como um viveiro central, enriquecendo a produção de mudas que contribuem para a beleza paisagística de diversos parques na cidade. A manutenção periódica dos jardins, seja através do replantio com o entouceiramento de mudas ou por meio de podas, gera um volume significativo de novas mudas. Acreditamos que o descarte dessas mudas seria um desperdício, uma vez que possuem grande potencial de aproveitamento”.
Etapas do processo de produção
A produção de mudas envolve a preparação de sementeiras com diferentes substratos, como areia, terra de formigueiro, terra misturada com areia e palha de arroz queimada. As mudas de estacas são preparadas e colocadas nas sementeiras para enraizamento, sendo posteriormente transplantadas para sacolas, após um período específico para cada espécie. Essas mudas permanecem sob cobertura de sombreamento, por cerca de 30 a 40 dias, antes de serem transferidas para a área de estoque. Já as mudas de touceira, como lírios e barbas de serpente, são separadas, podadas e plantadas diretamente nas sacolas, também passando um período sob sombreamento antes de serem estocadas.
Dentre as espécies em produção, estão lírio, agapanto, estrelítzia, camarão amarelo, camarão branco, camarão azul e odontonema. Mas, segundo Edanise, o objetivo é ampliar a produção da flora nativa. “Nossa proposta é investir, cada vez mais, em espécies nativas. Já produzimos em grande quantidade a lutiela, a alamanda, a vedélia, a azulzinha e a grama amendoim. Introduzimos recentemente, ainda com baixo estoque, as helicônias nativas, a cana de macaco, a gota de orvalho, a ruelia pingo de sangue e a pluma dourada. Incluímos também o bastão do imperador nos jardins do Parque Jacques Cousteau e do Parque Aggeo Pio Sobrinho, visando a futura produção de mudas dessa espécie que, apesar de não ser nativa, tem grande valor ornamental e atrativo para a fauna”, conta.
Compostagem gera economia e destinação sustentável de resíduos
A grande quantidade de folhas secas e os restos de podas das árvores, que poderia ser um problema em alguns casos, no Parque transformou-se em insumo de grande importância. Por meio do processo de compostagem, eles são transformados em composto orgânico, ou seja, adubo (de excelente qualidade e pureza) utilizado na produção das mudas ornamentais. No espaço destinado a compostagem, são feitos agrupamentos das folhas em pilhas, chamados de leiras, que ficam ali por aproximadamente 10 meses. A irrigação é feita de forma natural, ou seja, ocorre somente no período de chuvas, não exigindo dedicação da equipe. Depois do período chuvoso, o produto que resta nessas leiras é passado em uma peneira, resultando no adubo que é utilizado nos jardins dos parques, em vasos e na produção de mudas ornamentais do parque Jacques Cousteau.
Edanise explica que o calor gerado no acúmulo de folhas das composteiras, torna o ambiente propício para que as bactérias transformem as folhas e restos de poda das camadas abaixo em matéria orgânica. “O resultado da compostagem produz um ótimo condicionador do solo para melhorias nos jardins, além de aumentar o potencial de retenção de água no local onde é aplicado, o que também favorece e otimiza a irrigação dos jardins onde o composto é usado. Tudo isso resulta em estímulo à atividade biológica, criando um ambiente de micro-organismos que auxilia na prevenção de pragas e doenças nas plantas”, finaliza.