Pular para o conteúdo principal

Observatório do Turismo de Belo Horizonte realiza estudo sobre atividades criativas em cidades brasileiras
Foto: Qu4rto Studio

Observatório do Turismo realiza estudo sobre atividades criativas

criado em - atualizado em

O Observatório do Turismo de Belo Horizonte (OTBH) participou na última semana do encontro da Rede Brasileira de Observatórios de Turismo - formada para estimular o planejamento do setor com base em dados e aplicações. O objetivo da reunião foi discutir as possibilidades de metodologias e ferramentas para análise do turismo e economia criativa. O evento teve mediação de Maria Thereza Saez Magalhães, gerente de estudos e pesquisa da Belotur e coordenadora do OTBH, e apresentação do artigo "Análise da dinâmica e especialização das atividades criativas nas capitais brasileiras e cidades criativas" por Jonas Henrique, economista, assessor do OTBH e professor colaborador da Universidade Federal de Minas Gerais.


A proposta do artigo de Jonas Henrique foi monitorar as atividades criativas que se relacionam com o turismo em dois períodos. Entre os anos de 2011 e 2015, foram estabelecidas políticas públicas e diretrizes para a economia criativa. Já no período que compreende os anos de 2016 e 2020, o país passou por crises econômicas, institucionais, políticas e sanitárias. O estudo teve como referência as capitais do país e todas as cidades brasileiras que fazem parte da Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO, grupo de cooperação internacional entre cidades que têm atividades criativas como propulsoras do desenvolvimento sustentável. 


O pesquisador usou duas metodologias para estudar os dados. Primeiro, foi realizada uma análise shift-share, que serve para desmembrar o crescimento ou declínio econômico de uma região em mais fatores que ajudem a explicar o cenário observado. Em um segundo momento, o pesquisador fez o uso do Quociente Locacional, que ajuda a visualizar a concentração de um setor da atividade produtiva, no caso a criativa, em uma região, após compará-lo com outras.


De uma perspectiva geral, o estudo chegou aos seguintes resultados:

  • As atividades criativas permanecem representativas em todos os períodos observados em Paraty (RJ), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), São Paulo (SP) e Santos (SP); 
     
  • Entre 2011 e 2015, as cidades de Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Santos (SP), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Porto Alegre (RS) apresentaram resultados inferiores ao crescimento estrutural médio, que deveria ser de 11,82%;
     
  • Entre 2016 e 2020, houve um encolhimento generalizado da economia criativa. O crescimento médio para as cidades foi negativo (-9,14%). Somente as cidades de Paraty (RJ), Palmas (TO) e João Pessoa (PE) apresentaram crescimento em taxas positivas;
     

Em Belo Horizonte, de 2016 a 2020, as áreas de Arquitetura e Design, Publicidade, Artes visuais, Patrimônio, Gastronomia, apresentaram concentração de produção acima da média, mas com taxas de crescimento inferiores às das outras cidades analisadas. A única área que destoa desses resultados é a de Artes Performáticas, que apresentou vantagem competitiva e especialização. 

 

Observatório do Turismo de Belo Horizonte


O Observatório do Turismo de Belo Horizonte tem a função de monitorar as práticas do turismo na capital mineira, por meio do levantamento de indicadores, estatísticas, pesquisas e dados complementares, visando o aprimoramento das tomadas de decisões da administração pública e sociedade civil. Entre os estudos recentes realizados pela instituição, vale destacar os que tratam sobre gastronomia, economia criativa e carnaval.