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Imagem do muro do CRAS sendo grafitado
Foto: Stênio Lima

Muro do CRAS Vila Antena ganha vida após intervenção artística

criado em - atualizado em

Os usuários e as usuárias do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Vila Antena têm um motivo a mais para acessar a unidade pública municipal a partir desta segunda-feira, dia 1º. Além dos serviços e benefícios socioassistenciais ofertados no espaço, o antigo muro verde se tornou tela para que sete artistas voluntários expressassem sua arte através do grafite em cores e formas variadas, dando um novo significado para o CRAS, instalado na região Oeste de Belo Horizonte.

A iniciativa, que faz parte do Circuito SerUrbano de Grafite, do Instituto Dom Quixote, além de proporcionar um novo cenário para quem passa pela rua Central, no bairro Vila Antena, pretende aproximar ainda mais a comunidade da unidade. A Coordenadora Cleile Camilo explica que o intuito da intervenção, além do novo visual, é fortalecer o vínculo da equipe de referência com a comunidade.

“Temos construído um processo de identidade do CRAS no território com a população. Nesse espaço físico eram realizadas outras atividades antes do CRAS, então, temos realizado um trabalho de construir e fomentar essa identidade, de explicar que unidade é essa, qual o trabalho social desenvolvido no CRAS e sua importância na vivência das famílias e indivíduos. Com essa intervenção esperamos fortalecer ainda mais o vínculo com a comunidade”, conta.

Atualmente, a equipe de referência coordenada por Cleile Camilo atende os integrantes das quase 4 mil famílias referenciadas no CRAS. Grande parte do público atendido está inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais e é beneficiária de Programas de Transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC Loas).

A coordenadora espera que a sensação de pertencimento das famílias e indivíduos com a unidade seja ampliada depois da intervenção. “Quando possibilitamos que artistas, inclusive do território, façam intervenções como essa, estamos dizendo: essa unidade é de todo mundo, é de vocês, das famílias”, explica.

Uma das artistas que emprestou sua arte para o muro é Maria Flor Canuto, moradora do território e educadora social. Ela foi a responsável pela articulação entre o instituto e a gestão do SUAS/BH. “O CRAS é uma ferramenta de política pública muito importante para a região e às vezes não temos a dimensão dessa importância. Quando trazemos uma movimentação de arte, a gente consegue fazer com que os jovens entendam que aquele espaço também é deles”. Maria Flor grafitou uma Vênus, que, segundo ela, representa a vivência do ser mulher e também uma abertura feminina e trans dentro do grafite.

As vizinhas Andrea Fonseca e Rosilaine Pereira são usuárias do CRAS e acompanharam atentas a intervenção, que percorreu toda a manhã desse domingo, dia 28. Andrea conta que as intervenções fazem com que ela lembre do irmão, que também é artista. Para ela, os desenhos estão dando a cara da comunidade.

“Às vezes, só vemos coisas erradas e ruins sobre o nosso território, e ter uma coisa bonita assim valoriza e reflete muito o espaço”, comenta. Rosilaine acredita que a intervenção traz vida para o território. “Além de trazer vida, isso valoriza muito esse espaço que nos apoia sempre que precisamos de algum serviço ou alguma informação. Creio que isso vai atrair ainda mais famílias”, declara.

O CRAS executa o Serviço de  Proteção e Atendimento Integral a Famílias e Indivíduos (PAIF), além de atendimentos individuais, visitas domiciliares e institucionais. Conta também com coletivos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) voltados para crianças, adolescentes, jovens, pessoas idosas e intergeracional. Em função da pandemia, atividades presenciais coletivas como palestras, oficinas, campanhas, reuniões e grupos de reflexão foram temporariamente suspensas.