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MAP inaugura a exposição “Poemas Fantásticos para Jardim”, de Efe Godoy
Veronica Manevy

MAP inaugura a exposição “Poemas Fantásticos para Jardim”, de Efe Godoy

criado em - atualizado em

Neste sábado (13), às 10h, a Prefeitura de Belo Horizonte inaugura a exposição “Poemas fantásticos para jardim”, da artista Efe Godoy, integrando as ações do MAP Itinerante do Projeto Museus Pampulha. A mostra também marca a retomada do Arte Contemporânea no MAP, um dos pilares da instituição e que busca promover o desenvolvimento e a visibilidade de artistas contemporâneos, além de estimular novas formas de diálogo entre a arte e a sociedade. O evento de abertura ainda terá apresentação da performance “Quando um peixe-planta me ensinou a dançar”.

A exposição “Poemas fantásticos para jardim”, que fica em cartaz até 2 de novembro, tem entrada gratuita e integra as ações do projeto Museus Pampulha, realizado pela PBH, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Lumiar, na busca pelo fortalecimento dos equipamentos museais da Pampulha com exposições, atividades formativas e apresentações culturais. A programação completa pode ser acessada no site do projeto.

Do desejo de ocupar um jardim nasceu a exposição “Poemas fantásticos para jardim”. O convite feito pelo MAP para a artista revelou-se um encontro simbólico e especial, já que Efe Goy participou, em 2015, do programa Bolsa Pampulha, quando apresentou o trabalho “Ensaio para um conto fantástico”, no qual o personagem menine capivara — metade gente, metade capivara — habitava o museu em tom de protesto, reivindicando seu espaço. Agora, dez anos depois, a artista retoma esse vínculo com o museu para expandir sua pesquisa e criar novas fábulas que dialogam com o território.

A presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, comemora a retomada do protagonismo do Museu de Arte da Pampulha como um polo de arte contemporânea. “A mostra de Efe Godoy, com suas criaturas híbridas e imaginativas, se une de forma sensível e poderosa ao jardim de Burle Marx, criando um universo de fantasia e reflexão. Ao ocupar um espaço tão emblemático, a artista não apenas nos convida a repensar a natureza e o corpo, mas também nos lembra que a arte é um processo de constante transformação, assim como o próprio espaço do museu”.

Para a Diretora de Museus da FMC, Isabela Tavares Guerra, a exposição “Poemas Fantásticos para Jardim” é a prova de que a arte não precisa estar confinada a quatro paredes. “Ao levar as obras de Efe Godoy para o icônico jardim do MAP, reafirmamos o compromisso da Prefeitura em democratizar o acesso à cultura e em criar experiências artísticas únicas, mesmo com o edifício-sede em vias de iniciar sua restauração. A mostra nos convida a ver a paisagem de Burle Marx com novos olhos, transformando-a em um palco vibrante onde a imaginação e a realidade se encontram. É um privilégio ver como a arte floresce, ocupa novos espaços e continua a fomentar a pesquisa e a produção, fazendo do nosso jardim um local de pura contemplação e descobertas”.

“Depois desse longo período, percebo que o desejo de ser híbrida e de transparecer essa hibridez vai além do meu trabalho artístico e também se manifesta no meu corpo de mulher trans. Na série que ocupa o deslumbrante jardim de Burle Marx, criei silhuetas e pinturas de animais misturados a plantas encontradas na região da Pampulha, abrindo espaço para novas fábulas e para a reflexão de que tudo o que está vivo muda, se transforma, gira e permanece em movimento”, destaca Efe.

A artista leva para o Jardim do MAP uma série de instalações compostas de pinturas em painéis recortados de seres imaginários, apresentando uma fauna e flora híbridas, característica marcante de sua poética, estabelecendo um diálogo sensível com as espécies que habitam os jardins do museu e seu entorno. Nesse universo, nascem do meio de uma bromélia verdejante fios de cabelos sintéticos cor de rosa que transbordam e ocupam parte do jardim, numa espécie de miragem, sonho e realidade.

Performance e oficina

O evento de abertura vai contar com apresentação da performance “Quando um peixe-planta me ensinou a dançar”, de Efe Godoy, que propõe a ativação das instalações por meio de um corpo em trânsito entre a pintura e a paisagem. Portando uma silhueta recortada, uma figura liminar entre peixe e planta, a artista instaura uma zona de fricção entre natureza e artifício, transitando pelos jardins de Burle Marx. O que se desenha é um instante de metamorfose, em que corpo, obra e ambiente se entrelaçam em uma dança.

No dia 27 de setembro (sábado), das 15h às 17h, será realizada a oficina “Descobertas fantásticas para jardim”, na qual a artista Efe Godoy convida as crianças a explorar os jardins do MAP com muita curiosidade e imaginação. Ali, vão descobrir cheiros, cores, formas e sons escondidos entre as plantas, flores e árvores e, na sequência, poderão transformar suas descobertas em desenhos, pinturas com aquarela e pequenos poemas ou frases, criando trabalhos cheios de imaginação e fantasia, inspirados nas obras da artista.

Sobre Efe Godoy

Efe Godoy (1988) é mineira, sagitariana, poetisa, artista trans, míope, compositora, performer, fazedora de imagens híbridas e pesquisadora de realismo mágico. Natural de Sete Lagoas, vive e trabalha em Belo Horizonte, já ilustrou capas de livro e também capas de discos, circulou com seus trabalhos em exposições coletivas e individuais e residências de arte pelo Brasil, EUA, França, Uruguai, Argentina, México e Japão.

Serviço:

Abertura da exposição “Poemas fantásticos para jardim” e apresentação de performance “Quando um peixe-planta me ensinou a dançar”
Data: sábado (13)
Horário: 10h
Local: Jardins do Museu de Arte da Pampulha
Visitação: até 2 de novembro de 2025 - de segunda a domingo, das 9h às 18h 
Atividade gratuita/classificação livre

Oficina “Descobertas fantásticas para jardim” 
Data: 27 de setembro (sábado)
Horário: 15h às 17h
Local: Jardins do Museu de Arte da Pampulha
Atividade gratuita/ classificação livre

Endereço:
Museu de Arte da Pampulha (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585 – Pampulha)