5 January 2018 -
Sete jardins temáticos, 130 espécies de plantas ameaçadas de extinção, 3.500 espécies em exposição, 100 mil m2 de área e 26 anos de história. Os números impressionam muitos cidadãos belo-horizontinos, que ainda não conheciam o Jardim Botânico da cidade, localizado na Pampulha.
A principal função do Jardim Botânico de BH é contribuir para conservar a flora, especialmente a de Minas Gerais, por meio da realização de pesquisas e manutenção de coleções de plantas vivas, que são devidamente documentadas e preservadas, trazendo para o público o conhecimento da botânica e do meio ambiente.
O Jardim Botânico de BH é responsável por produzir mudas destinadas à arborização pública e à recuperação de áreas. Ele é composto por estufas e jardins temáticos, pergolados, praças, lagos, fonte, galpão de compostagem, minhocário e sementeira. O espaço também conta com estufas de produção de mudas e uma seção para vendas de mudas ao público. O destaque vai para os sete jardins temáticos: de folhagens, de suculentas, de bromélias, de plantas medicinais e tóxicas, de palmeiras, plantas aquáticas e o jardim de flores e cores.
Além dos jardins, a FPMZB possui três estufas temáticas, onde são cultivadas e expostas espécies que representam os biomas mineiros, como o campo rupestre, a caatinga e a mata atlântica, além da estufa de evolução, que mostra a história das plantas e suas adaptações conforme o passar dos anos.
Por toda essa riqueza, funcionários que atuam no Jardim Botânico da cidade têm muitos motivos para se orgulhar. O local tem sido cada vez mais procurado pelos fotógrafos da cidade para a realização de bookings de noivas, gestantes e debutantes. Anderson Eurides, fotógrafo há 12 anos, destaca que em qualquer época do ano, mesmo na seca, esse jardim está sempre colorido e exuberante. “Muitas pessoas me chamam no facebook para saber onde foi o cenário das fotos que divulguei e muitas se surpreendem quando falo que é aqui, dentro da cidade. Todos acham que é alguma fazenda, sítio ou cidade próxima de BH”, conta.
O jardineiro Marcelo Geraldo, responsável pelo Jardim de Flores e Cores, revela a receita para qualquer pessoa manter um jardim tão belo quanto o da Fundação. “A planta é um ser vivo e deve ser tratada com carinho, amor e atenção. Todo mundo gosta de cuidado e a planta é a mesma coisa. Se você quer ter um jardim em casa, você não precisa ter o conhecimento técnico específico, se você tiver carinho e atenção e se dedicar a ele, pode ter certeza que ele vai te retribuir”, entrega.
A beleza e variedade de plantas no Jardim Botânico são creditadas ao trabalho de uma vasta equipe composta por biólogos, engenheiros agrônomos e florestais, e os jardineiros. Cada jardim tem seu jardineiro específico, que entende e conhece a dinâmica daquele espaço com zelo e dedicação.
O jardineiro Fernando Silva Santos, responsável pelo jardim de plantas medicinais há 21 anos, adora a possibilidade de acompanhar o crescimento das plantas e ressalta que, com a experiência adquirida, já é capaz de entender que tipo de atenção cada planta precisa e assim organizar melhor suas rotinas de trabalho, pensando em cada planta.
Com princípios ativos que atuam sobre determinadas enfermidades, as plantas cultivadas no jardim medicinal são tratadas com muito zelo por Fernando, que relata sua motivação. “São muitas coisas que me motivam. Mexer com a terra, cuidar da planta, ver o crescimento dela, a reprodução, saber que ela pode fazer bem a alguém... isso tudo é muito importante não só para mim, mas para o que o Jardim Botânico se propõe a oferecer”, conta.
Para que as plantas mantenham sua beleza e aroma, o trabalho de irrigação promovido pelos jardineiros é indispensável. Alexandre Fernandes Pacheco que há três anos é o responsável pela irrigação de todas as plantas do Jardim Botânico é um funcionário “coringa”: não tem jardim fixo para cuidar e ajuda no que for preciso. “A irrigação é bastante importante, principalmente no período de seca longa em que as plantas não se desenvolvem bem. Além disso, é fundamental que o jardim esteja belo, bem cuidado e seja um lugar agradável para os visitantes, já que muitos gostam de vir aqui para tirar fotos”.
Histórico
Administrado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), o Jardim Botânico de BH foi criado em 5 de junho de 1991 e funcionou, durante nove anos, no bairro Betânia, zona Oeste da capital. Em 2001, sua atual estrutura foi inaugurada, dividindo na região da Pampulha o espaço onde também funciona o Jardim Zoológico, numa área total de quase 1,5 milhão de m2. Em 2008, foi inaugurado no local o Jardim Japonês, um espaço contemplativo que busca integrar o ser humano ao mundo natural. As composições arquitetônica, paisagística, artística e religiosa se somam e transmitem a cultura milenar japonesa, que preza a beleza, a harmonia e uma relação próxima com a natureza e com o universo.
O Jardim Botânico funciona de terça a domingo e feriados, das 8h às 17h.
Confira os valores de entrada:
Valores de entrada nos Jardins Zoológico e Botânico* | ||||
| 3ª a 6ª | sábado | Domingo e feriado | |
Pedestres | 4,00 | 5,00 | 8,00 | |
Veículos**
| Moto | 5,00 | 10,00 | |
Automóvel | 10,00 | 20,00 |
* O ingresso dá acesso aos Jardins Zoológico e Botânico. A entrada no Aquário é paga a parte, no valor de R$6,00, de terça a domingo e feriados.
** Cada tripulante do veículo deve, ainda, pagar a entrada individual, conforme valores para pedestres
Em todos os casos, existe o benefício da gratuidade às crianças até 4 anos e aos beneficiários dos Programas Sociais Federais, devidamente cadastrados e com apresentação de comprovante. Meia entrada prevista para criança e jovem de 4 a 25 anos, além dos demais casos previstos na legislação.