8 Fevereiro 2019 -
São pequenas porções de terra, mas de muito significado para a comunidade, trabalhadores e usuários dos centros de saúde, pois funcionam como integração comunitária e ação terapêutica, além de proporcionar mudanças nos hábitos alimentares. Esses são os principais objetivos da implantação de hortas comunitárias nas unidades básicas de saúde de Belo Horizonte.
Na região Nordeste, a mais nova experiência acontece no Centro de Saúde Alcides Lins, Renascença, que está aproveitando um pequeno espaço ocioso para garantir o cultivo de hortaliças e plantas medicinais. A iniciativa foi da direção e dos funcionários da unidade, mas já ganhou a simpatia e entusiasmo dos integrantes dos grupos de Nutrição e Diabetes, que participaram de uma oficina de plantio em espaços alternativos, no final do último ano, conduzida pelo agrônomo Walacy da Rocha Cruz, técnico da gerência de Fomento à Agricultura Familiar e Urbana, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
No encontro, Walacy falou sobre a importância de se manter uma alimentação saudável. Ele abordou as técnicas que devem ser aplicadas para o plantio em espaços alternativos como pneus, garrafas pets, caixotes, tubos de pvc e em espaços reduzidos. O agrônomo ressaltou ainda o quanto é importante abolir o uso de adubos químicos e agrotóxicos para a garantia da segurança alimentar.
Valdênia Nepomuceno é nutricionista no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF) dos centros de saúde Alcides Lins e Cachoeirinha. No Centro de Saúde Alcides Lins, ela coordena o grupo de nutrição Passo a Passo. O trabalho reúne cerca de 15 pacientes que têm todo o acompanhamento para promoção da saúde e o controle do peso. A ideia de incentivar a implementação de hortas, mesmo em pequenos espaços, também é pauta nos encontros do grupo.
“Trabalhar a terra é algo bastante prazeroso e traz inúmeros benefícios, como a redução dos níveis de ansiedade, estresse e a inclusão das hortaliças na alimentação, por isso estamos incentivando os integrantes do grupo de nutrição e os outros usuários a participarem da criação e manutenção da horta comunitária aqui no Alcides Lins e também a criarem hortas em suas próprias casas para socializarem a produção uns com os outros”, ressalta a nutricionista que defende o empoderamento dos usuários para escolhas alimentares saudáveis como meio de se promover saúde e melhorias na qualidade de vida.
Centro de Saúde Cachoeirinha
A experiência de implantar horta comunitária nos centros de saúde encontra-se consolidada no Centro de Saúde Cachoeirinha (rua Borborema, 1.325), que mantêm há quase dois anos projeto dessa natureza. Nessa unidade, todos os espaços ociosos foram preenchidos com plantações. A horta do Cachoeirinha ocupa uma área de aproximadamente 60 metros quadrados e nela há o cultivo de diversos gêneros como tomate, beterraba, alface, rúcula, cebolinha, salsa, jiló, cenoura, repolho, espinafre, quiabo, almeirão e acelga. Além dessas hortaliças, há árvores frutíferas como jabuticaba, amora, acerola, cereja, banana, goiaba, grumixama, maracujá, figo, entre outras. As plantas medicinais também integram a produção.
A inciativa é do médico pediatra José Maria Fernandes, servidor do Centro de Saúde Cachoeirinha, mas a ideia foi abraçada por todos os trabalhadores da unidade, que também contam com o apoio da comunidade local. Todos os alimentos cultivados beneficiam os funcionários, usuários e demais moradores da região.
Apoio Técnico
As ações contam com o auxílio da gerência de Fomento à Agricultura Familiar e Urbana, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania que tem entre os seus eixos de trabalho a promoção de sistemas agroecológicos. Por estarem dentro de um equipamento público, são denominadas hortas institucionais e, além dos centros de saúde, também podem ser encontradas em Centros de Referência em Assistência Social, Centro de Referência em Saúde Mental, entre outros.