17 January 2025 -
A Prefeitura de Belo Horizonte está mobilizada desde a noite dessa quinta-feira (16) após a forte chuva que caiu na capital causar estragos pelo grande volume de água. Mais de 350 pessoas, 5 retroescavadeiras e cerca de 40 caminhões trabalham para recuperar os danos. Equipes da Subsecretaria de Zeladoria Urbana (Suzurb), Defesa Civil Municipal, Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC) foram deslocadas para as regiões mais afetadas como a Avenida Vilarinho, em Venda Nova; Avenida Teresa Cristina, Oeste da capital; Avenida Heráclito Mourão de Miranda, na Pampulha, e no Barreiro. Na manhã desta sexta-feira (17), o prefeito em exercício Álvaro Damião visitou as áreas afetadas.
Para atender aos chamados, a Defesa Civil trabalha com 136 profissionais em turnos de 24 horas. Cerca de 50 técnicos sociais, engenheiros e geólogos da Urbel atuam realizando vistorias nas vilas e favelas. As equipes da Assistência Social atuam na identificação, cadastro e atendimento às necessidades de proteção às famílias atingidas.
A SLU mobilizou 90 garis e 14 caminhões que trabalham na limpeza dos resíduos provenientes da chuva dessa quinta-feira (16). Na parte da manhã, cerca de 43 toneladas de resíduos foram recolhidas, dos quais aproximadamente 20 toneladas apenas na Avenida Teresa Cristina. Foram gastos cerca de 70 mil litros de água para lavar as vias atingidas. Os trabalhos continuam e vão ser concluídos na parte da tarde.
Cabe destacar que apenas da regional Pampulha choveu 58 mm em apenas 2 horas, o que representa mais de 17% do esperado para todo o mês de janeiro. Em Venda Nova, o índice chegou a mais de 15% do esperado para todo o mês, com 51,5 mm em apenas 2 horas.
Reconstrução das vias
A Subsecretaria de Zeladoria Urbana (Suzurb) está com mais de 80 pessoas, 27 caminhões e 5 retroescavadeiras executando os serviços de limpeza das vias, desobstrução e reconstituição das redes de microdrenagem (galerias e bocas de lobo) e recomposição dos pavimentos asfálticos. Os trabalhos estão concentrados nas regiões Pampulha (vias do Bairro Santa Terezinha paralelas ao Córrego Sarandi), Oeste (Av. Teresa Cristina) e Venda Nova (Av. Vilarinho e Rua Dr. Álvaro Camargos). A previsão é de que, nos casos em que há necessidade de reconstituição do pavimento asfáltico, com recomposição de base e posterior recapeamento de trechos, como nas avenidas Tereza Cristina e Vilarinho, os serviços sejam concluídos até o próximo domingo, a depender das condições climáticas.
Investimentos
A Prefeitura de Belo Horizonte vem investindo nos últimos anos em diversas intervenções que contribuíram para mitigar as enchentes na capital. Na região da Avenida Tereza Cristina, que está inserida na bacia do Arrudas, foram implantadas as bacias de detenção do Córrego Bonsucesso com capacidade de 250 milhões de litros; duas bacias no córrego Túnel/Camarões, com capacidade de reter 400 milhões de litros d´água. Foram concluídas também as bacias de detenção dos córregos Olaria/Jatobá com capacidade de reter 180 milhões de litros atuando conjuntamente. Também foi concluída, no 1º semestre de 2022, a primeira etapa das obras da Bacia de detenção do bairro das Indústrias com capacidade de reter até 120 milhões de litros de água. Todas essas bacias juntas são capazes de armazenar mais de 1 bilhão de litros d´água em eventos severos de chuvas, como o registrado nessa quinta-feira (16).
Além disso, a Prefeitura de Belo Horizonte concluiu as obras de implantação da bacia B5 para prevenção de enchentes na região da Avenida Teresa Cristina. A B5 tem capacidade volumétrica para 270 milhões de litros d'água em uma área de 41.776 m², com a função de escoar gradativamente as águas das chuvas. Continuam em andamento apenas as obras de paisagismo e urbanização, estando a bacia já funcionando em plena capacidade. A bacia está localizada na Vila Sport 2, entre a Avenida Amazonas, 9.400, e a linha férrea, Região Oeste da capital. O objetivo deste empreendimento, juntamente com as obras no Córrego Ferrugem a serem realizadas pela prefeitura de Contagem - é conter as recorrentes enchentes que atingem os moradores e comerciantes da área da Avenida Teresa Cristina.
Já na região de Venda Nova, a obra da caixa de captação da Avenida Vilarinho concluída em 2021 tem área aproximada de 2.500 m² e capacidade de armazenar volume da ordem de 10 mil m³ (10 milhões de litros), com a função de drenar o excesso de águas sobre as vias durante os eventos chuvosos mais intensos. De acordo com dados da Defesa Civil, na noite desta quinta-feira (16), em apenas duas horas, choveu 51,6 milímetros na região de Venda Nova. O valor corresponde a pouco mais de 15% da média de chuva prevista para todo o mês de janeiro. A PBH reitera que, obra muito importante, a caixa de captação melhorou muito a situação na região e, com a conclusão de um conjunto de obras, poderá minimizar os problemas em eventos severos de chuva.
A primeira etapa das obras de tratamento de fundo de vale e contenção de cheias da bacia do Córrego do Nado (Sub-bacias Lareira e Marimbondo) foi concluída em janeiro de 2022. Foram feitas duas barragens de concreto no córrego Lareira com capacidade de armazenar 78 milhões de litros de água durante os eventos de chuvas fortes. Ao regular as vazões dos córregos Marimbondo e Lareira, melhorou a capacidade de escoamento do córrego Vilarinho. Foram investidos aproximadamente R$ 98 milhões neste empreendimento.
Outra etapa de obras que estão em andamento na região, é a otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro (TR 10 anos) com a implantação de dois Reservatórios Profundos - Vilarinho 2 e Nado 1, visando reduzir as inundações recorrentes na av. Vilarinho e rua Dr. Álvaro Camargos. Esses dois grandes reservatórios subterrâneos têm capacidade de armazenamento de aproximadamente 115 milhões de litros d’água cada um, incluindo a laje de conbertura. Logo, sem a estrutura, em eventos de fortes chuvas, esse volume fica sobre a via, causando possíveis danos. A PBH esclarece que o reservatório profundo Vilarinho 2 já apresenta funcionalidade armazenando cerca de 60 milhões de litros de água, evitando ocorrências de maior proporção. Estão sendo investidos R$ 263 milhões de recursos financiados pela Caixa Econômica Federal.