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FAN-BH anuncia programação em coletiva no Teatro Francisco Nunes

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Os organizadores do Festival de Arte Negra de BH - FAN-BH anunciaram, nesta terça, a programação completa da 10ª edição do evento, que tem início no dia 18 de novembro. Na coletiva, realizada no Teatro Francisco Nunes, a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, e as curadoras do festival, Aline Vila Real, Grazi Medrado e Rosália Diogo, detalharam as apresentações que serão levadas a público, as mostras e todas as ações que compõem a edição 2019.

 

Nessa edição, o festival está mais robusto, diversificado, e com maior investimento direto da Prefeitura, conforme afirmou a presidente Fabíola Moulin. “O orçamento de R$ 2,8 milhões destinado à realização do FAN representa um aporte comparável ao de todos os outros grandes festivais da cidade realizados pelo poder público e que permite um panorama amplo da atual produção das artes negras”, salientou.

 

A partir do pensamento e das proposições da historiadora, roteirista, professora, poeta e ativista sergipana Maria Beatriz do Nascimento (1942–1995) foi estabelecido como eixo de reflexão do 10º Festival de Arte Negra de BH - FAN-BH o tema "Território Memória", que norteia as ações formativas do evento. Oficinas, aulas públicas, seminários, residências artísticas e minicursos compõem a grade do festival, junto às apresentações artísticas, que passam pela música, teatro, performance, e mostras de artes visuais e cinema.

 

“O festival é, sobretudo, um local de encontro, com o intuito de jogar luz sobre a produção cultural da cidade em diálogo com outros estados e outros países. É um lugar de confluência, um quilombo contemporâneo”, destacou Aline Vila Real.

 

Participam desta edição representantes de dez estados – Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Bahia, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Rondônia, Espírito Santo – e de quatro países – Brasil, Gana, Senegal e Alemanha. Antes de anunciar a programação, Grazi Medrado sublinhou que o FAN-BH tem a particularidade de ser um festival de multilinguagens.

 

O desfile de atrações que integram a edição 2019 do evento inclui o lançamento do novo álbum de Chico César, Mateus Aleluia convidando Laércio e Thalma de Freitas, o show “Sambas do Absurdo”, com Juçara Marçal, Rodrigo Campos e Gui Amabis, o espetáculo “Embarque Imediato”, com Antonio Pitanga e seus filhos Rocco e Camila Pitanga, o musical “Ícaro and the Black Stars”, com Ícaro Silva, o stand up “Tia Má com a Língua Solta”, com Maíra Azevedo, BNegão cantando o repertório de Dorival Caymmi e Black Alien apresentando o repertório de seu mais recente disco, entre outras. Confira a programação completa.

 

Grazi Medrado destacou, como traço marcante da programação, os encontros geracionais, que se alinham diretamente com o tema “Território Memória” e que estão expressos na presença de Laércio e Thalma de Freitas – pai e filha – no show de Mateus Aleluia, no encontro de Antonio Pitanga com seus filhos em “Embarque Imediato” ou nos tributos que BNegão presta a Dorival Caymmi e que Lira Ribas presta a seu pai, Marku Ribas, com o espetáculo “Orange Lady”. “E temos ainda, com os espetáculos ‘Navalha na Carne Negra’, ‘Medéia Negra’ e ‘Gota D’Água (Preta)’, releituras de clássicos do teatro pelo olhar da negritude”, acrescentou a curadora.

 

Responsável pela curadoria de cinema do festival, Tatiana Carvalho destacou que a seleção de filmes foi pensada tendo como baliza o tema “Território Memória”, com títulos recentes, representativos do momento potente da produção audiovisual em Minas Gerais e no Brasil. “Os curtas também são, prioritariamente, fruto de uma produção recente, e primam pela diversidade. São filmes que se contrapõem diretamente aos estereótipos, num panorama bem diverso”, disse, ressaltando, ainda, as presenças de dois nomes de projeção na área – a doutora em história, pesquisadora e curadora Janaína Oliveira (RJ) e a diretora e produtora Everlane Moraes (SP) – à frente de ações formativas.

 

No campo das artes visuais, Rosalia Diogo falou da mostra “(Re)Conhecendo a Amazônia Negra: Povos, Costumes e Influências Negras na Floresta”, que lança um olhar sobre a nem sempre notada presença afrodescendente na região amazônica. “É uma mostra fotográfica da Marcela Bonfim, que é de São Paulo e está morando em Rondônia, identificando a presença negra na região amazônica”, disse. Ela também destacou a reinauguração da placa do monumento a Zumbi dos Palmares, criado por Jorge dos Anjos e instalado no início da avenida Brasil, no bairro Santa Efigênia, na primeira edição do Festival de Arte Negra de BH – FAN-BH, em 1995.

 

Fabíola Moulin falou dos diversos espaços que vão abrigar a programação do festival, com destaque para os equipamentos que compõem o circuito cultural da Praça da Estação – o que inclui o Museu de Artes e Ofícios, o Centro Cultural da UFMG, o baixio do viaduto Santa Tereza e o Centro Cultural CentoeQuatro, onde estará concentrada boa parte das atividades e também o Ojá – Mercado das Culturas. “É um espaço bastante importante, de encontro, de diálogo e de intercâmbio, onde vão acontecer shows, debates, oficinas e outras atividades”, disse.

 

“Outros espaços fora do corredor cultural da Praça da Estação também serão ocupados, como a Casa do Beco, o Espaço Lamparina, no bairro Maria Goretti, o Tambor Mineiro, no Prado, a Mansão do Bloco Seu Vizinho, no Aglomerado da Serra, e o Cerbambu – Centro de Referência do Bambu e das Tecnologias Sociais, em Ravena. São territórios de manifestação e resistência”, sublinhou a presidente da Fundação Municipal de Cultura.

 

 

Serviço

Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN-BH

Música, teatro, cinema, artes visuais, performances, aulas e oficinas

Programação gratuita

Data: 18 a 24 de novembro

Local: Mais de 20 espaços de Belo Horizonte