12 November 2024 -
Novembro já se tornou referência para ressaltar as atividades que inspiram a luta, a resistência e, principalmente, o enfrentamento ao racismo articulado nas diversas esferas da sociedade. Para celebrar o Mês da Consciência Negra, a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura apresentam uma programação especial do Projeto Museus Pampulha que reflete sobre as ausências e presenças das culturas negras na arte brasileira. Para isso, serão oferecidas uma série de atividades interativas, que contemplam ciclos de palestras, oficinas, performances e um baile especial em comemoração aos 82 anos da Casa do Baile. Todas as atrações são gratuitas e a programação completa pode ser acessada no site do projeto.
Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o Instituto Lumiar, o projeto Museus Pampulha busca fortalecer as ações realizadas pelo Museu de Arte da Pampulha (MAP), o Museu Casa Kubitschek (MCK) e a Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design.
A abertura das atividades será com “Mestre Ray: apresentações culturais de matriz africana”, das 10h às 12h, em 20 de novembro, que marca o Dia da Consciência Negra, data simbólica por marcar a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola e capoeirista, reconhecido como um dos principais ícones da luta pela fim da escravidão no Brasil. A ação, produzida pela equipe do MAP e realizada nos jardins do Museu Casa Kubitschek, homenageia a capoeira como importante instrumento de emancipação e resistência afro-brasileira e inclui expressões culturais que moldaram a identidade nacional, como o maculelê e o samba de roda, com performances do renomado Mestre Ray. Não é necessário inscrição prévia para participar.
Seguindo a programação especial, o Museu de Arte da Pampulha realiza, no dia 23 de novembro, das 10h às 12h, a ação ‘’Diálogos culturais: expressões afro-brasileiras’’, por Chris Avelino, que convida o público a dialogar sobre a presença de línguas africanas no Brasil, por meio da construção de um jogo de palavras que destaca a rica influência diaspórica na nossa cultura, sublinhando sua presença na vida cotidiana brasileira. A ação acontece no Museu Casa Kubitschek, é voltada ao público em geral, a partir de 10 anos, e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail map.educativo@pbh.gov.br.
A reflexão também é ponto chave da programação idealizada para celebrar a data, com a realização, pelo Museu Casa Kubitschek, de um ciclo de palestras intitulado “Ausências e presenças do negro na arte brasileira", reunindo importantes nomes do universo artístico para compartilhar suas experiências e pesquisas, em encontros que serão realizados no auditório da Casa do Baile. Entre os convidados, Deri Andrade é nome de destaque no cenário artístico brasileiro e profundo investigador do tema. Jornalista, curador e pesquisador à frente da plataforma Projeto Afro, que realiza um extenso mapeamento de artistas e pesquisadores negros no Brasil e promove exposições temáticas sobre questões afrodiaspóricas, Andrade compartilha sua experiência com o público no dia 27 de novembro, das 19h às 20h30. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br e a classificação é 14 anos. Haverá intérprete de Libras na atividade.
As artistas Massuelen Cristina e Negona Dance também farão parte do ciclo, no dia 28, das 19h às 20h30, trazendo à tona discussões sobre a performatividade de mulheres negras e a importância da identidade negra na dança contemporânea. A artista Massuelen Cristina participa do ciclo de reflexões idealizado pelo MCK com a palestra “Curar Tempo”, na qual dialoga sobre as performatividades de mulheres negras e as intersecções de raça e gênero na luta pela defesa do território. Já Negona Dance reflete sobre “As Áfricas que o Brasil Dança”, abordando a construção e a relevância da identidade negra na dança, destacando o hip-hop, o passinho e o funk, entre outras manifestações. A atividade é aberta a todos os interessados, a partir de 14 anos e a mediação do encontro será com a multiartista, poeta, escritora, antropóloga e colagista Lara De Paula. Informações e inscrições pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br. Haverá intérprete de Libras na atividade.
- “Baile das Princesas Pretas” celebra aniversário da Casa do Baile
Para celebrar seus 82 anos, a Casa do Baile convida o público a festejar numa noite especial e com um cenário estonteante à beira da lagoa da Pampulha. No dia 29 de novembro, das 20h às 23h, o Salão do espaço recebe uma ação que busca ressignificar o uso original do espaço, um restaurante dançante, com uma reinvenção do “Baile das Princesas Pretas”, em uma festa dançante ao som da DJ Fê Linz e apresentação de passinho com o “Corre de Preta”.
O espaço, que no século XX foi ocupado principalmente pela elite belo-horizontina, ganha uma nova possibilidade de fruição, aberta à diversidade do tempo contemporâneo, com uma outra visão sobre o “Baile das Princesas Pretas”. O evento que, na década de 1960, foi o único baile de debutantes dedicado exclusivamente a meninas negras, realizado no Clube dos Oficiais, será agora revisitado e ressignificado como um baile funk, que atualmente habita o imaginário e o cotidiano das periferias. A ação é aberta ao público em geral, a partir de 16 anos, e promete ser uma grande celebração aos 82 anos desse importante espaço museal da cidade.- Sobre o projeto Museus Pampulha
Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar, o Museus Pampulha busca fortalecer as ações artísticas, culturais e de formação das instituições museológicas que integram o Conjunto Moderno da Pampulha, sendo elas a Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design, o Museu de Arte da Pampulha e o Museu Casa Kubitschek.
O projeto chega à sua segunda edição, dando continuidade à missão de promover uma ampla agenda de atividades artísticas e culturais, que incluem exposições, programas educativos, publicações e programações culturais relacionadas aos museus e ao território.
“O Museus Pampulha atua na proposição de ações de formação e difusão dos acervos desses espaços tão representativos de Belo Horizonte, criando diálogos com o território da Pampulha e com a cena cultural da cidade e do Brasil. Poder dar continuidade a esse projeto é o reconhecimento de que estamos colaborando para o fortalecimento desses espaços museais tão representativos para nossa cidade”, comemora Richard Santana, coordenador do projeto.