27 June 2025 -
Todas as escolas da rede municipal afetadas pela greve dos professores estarão abertas na manhã deste sábado (28) para fornecer alimentação para os alunos. A medida foi determinada pelo prefeito Álvaro Damião e busca garantir que os estudantes que estão sem aulas tenham acesso à refeição que receberiam durante a estadia na escola em um dia normal de aulas. A partir da próxima semana, a abertura das unidades de ensino para as refeições será de segunda a sexta-feira, nos dois turnos.
“A partir de amanhã, mesmo sendo sábado, as escolas estarão abertas para receber as crianças que precisam ir à escola para se alimentar. Eu conheço bem essa realidade, e as escolas estarão abertas para que a mãe, o pai, a avó, o avô possam levar suas crianças para se alimentar. Neste sábado, será somente pela manhã. A partir da próxima semana, será de segunda a sexta-feira, normalmente nos horários das refeições nos turnos da manhã e da tarde, com café, com almoço e com sopa. A família leva a criança, ela se alimenta, e vai embora”, disse Álvaro Damião.
A paralisação dos professores da rede municipal de educação já dura 22 dias. Nesta sexta-feira (27), balanço da Secretaria Municipal de Educação indicou que, das 324 unidades da rede municipal, 60 escolas funcionaram normalmente, 253 parcialmente e 11 escolas permaneceram fechadas. Dessa forma, escolas que estão totalmente paralisadas ou funcionando parcialmente deverão abrir as portas para servir a refeição a todos os alunos matriculados e que não estejam em sala de aula.
O alimento será servido no mesmo horário adotado na instituição durante um dia de funcionamento normal. A proposta da Secretaria Municipal de Educação é que o café da manhã seja servido para os alunos entre 7h e 9h. A partir da adesão, será calculado o preparo do almoço, com previsão de disponibilização a partir das 11h.
Justiça
A PBH acionou o Tribunal de Justiça nesta sexta-feira com um pedido de declaração de ilegalidade da greve. E os dias de paralisação serão descontados no contracheque dos servidores. “Não existe a possibilidade de pagar uma pessoa que não trabalhou. A Justiça não me permite fazer isso e é ela quem vai decidir agora. Aproveito para agradecer a todos os professores que estão em sala de aula”, justificou Álvaro Damião.
Somente neste ano, a Prefeitura já se reuniu 34 vezes com o sindicato que representa os servidores. As propostas apresentadas foram aceitas por todas as categorias do funcionalismo público – com exceção dos professores. Projeto de lei com o reajuste dos servidores já foi encaminhado à Câmara Municipal e não contempla os profissionais da Educação, justamente em razão da falta de acordo.
Foi oferecido um reajuste de 2,49%, índice que representa a inflação medida entre janeiro e abril de 2025; um nível a mais na carreira a partir da escolaridade, o que garante 5% a mais no salário; aumento no vale-refeição para R$ 60/dia; auxílio alimentação para quem trabalha 6h diárias, o que não existia; e o estabelecimento da data-base, em 1º de maio, uma antiga reivindicação do funcionalismo.
“Estamos dentro dos parâmetros do que a prefeitura pode e deve pagar. E nós temos responsabilidade, inclusive com o fim do ano: não posso oferecer nada agora e depois não conseguir pagar o 13º dessas mesmas pessoas. Eu tenho esse compromisso que é com a responsabilidade”, enfatizou o prefeito.