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Delegação Russa e Equipe responsável pela recepção na Escola Municipal Zilda Arns
Foto: Janete Ribeiro

Escola Municipal Zilda Arns recebe delegação da Rússia

criado em - atualizado em

Uma delegação da Rússia, composta por representantes do ministério das Finanças daquele país e do Programa de Fortalecimento de Iniciativas Locais, apoiado pelo Banco Mundial, estiveram na manhã de terça-feira, 30 de maio, na região de Venda Nova, onde conheceram a Escola Municipal Zilda Arns (rua Erva Mate, 26, bairro Visconde do Rio Branco) e a experiência dos alunos que participaram da terceira edição do Orçamento Participativo da Criança e do Adolescente (OPCA), realizada no ano passado. 


A escola foi uma conquista da comunidade no OP 2005/2006 e está funcionando desde fevereiro de 2010, atendendo estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. Na visita da delegação russa, os alunos contaram como foi a metodologia do OPCA, os mecanismos de engajamento e a aplicação prática do recurso de R$ 20 mil reais nas propostas escolhidas por eles que gerou a construção de um parquinho, a compra de seis jogos de mesas para o pátio da escola, a instalação de chuveiros no vestiário da quadra, insumos para a horta da escola e a realização da festa de final de ano. 


Os visitantes foram recebidos pelo diretor Luiz Gonzaga, pela vice Marizete Oliveira e pela coordenadora pedagógica Aline Rezende. Estiveram presentes na visita Humberto Pereira de Abreu Junior, Administrador Regional Venda Nova, Ana Paula Siqueira, secretária adjunta de Gestão Compartilhada, Marina Siqueira, Assessora de Projetos Especiais da Secretaria de Educação (SMED), representando a secretária Ângela Dalbem, entre outros representantes da Secretaria Adjunta de Relações Internacionais (SMARI) e Desenvolvimento Econômico (SMDE). 

Apresentação para russo ver


No auditório da escola, um grupo de 13 estudantes de 7 a 14 anos se apresentou para a delegação russa, a maioria deles, em inglês. Após as apresentações, o grupo se dividiu e mostrou apresentações em powerpoint do processo de escolha dos delegados, defesa das propostas e eleição das 10 demandas escolhidas pela escola no fórum realizado no dia 27 de agosto de 2016. Por fim, detalharam as despesas do OPCA 2016 e os valores gastos em cada realização. A estudante Izabella Aleixo, de 7 anos, foi uma das crianças que defendeu a construção do parquinho e conta que ficou muito feliz com a experiência “Ficou muito bom, a gente usa o parquinho às quintas e sextas. Eu fiquei muito feliz”, disse.


Questionados por Ivan Shulga, coordenador do Programa de Apoio a Iniciativas Locais do Banco Mundial, sobre o que essa experiência significou para eles, muitos estudantes fizeram questão de dar a opinião e o fizeram com segurança. Wagner Henrique, de 14 anos, contou que foi uma experiência muito nova e que vai levar para o resto da vida. “Nunca tinha visto crianças e adolescentes participarem de decisões sobre aplicação de recursos. O OPCA nos deu um tipo de autonomia, nos ensinou a ouvir, debater, defender nossas idéias. Foi um processo muito rico”, avaliou. A delegação russa ficou encantada com a maturidade mostrada pelos estudantes. Sentimento também de Marina Nogueira, assessora de Projetos Especiais da SMED. “O mais bacana é que não é só para inglês ou russo ver, isso aqui é a realidade da escola. Esse projeto propicia a participação coletiva. Vocês foram brindados com o OPCA, souberam aproveitá-lo muito bem, não só os empreendimentos, mas também na interação, no processo, que é até mais importante, porque isso aqui é uma lição de cidadania, isso é democracia. Saber ouvir, saber dialogar, para o consenso, para o bem do coletivo, isso é super importante”, avaliou. 

O diretor da EMZA, Luiz Gonzaga, é um histórico militante do Orçamento Participativo e relatou que busca na memória como era Belo Horizonte antes e depois do OP e conclui que o programa é uma das melhores políticas publicas que já teve noticia. O depoimento dele à delegação russa fez uma retrospectiva das várias obras realizadas em Venda Nova desde 1993 e apresentou uma liderança do OP que trabalha como cantineira e coordenadora do Projeto Escola Aberta do Zilda Arns, nos finais de semana. Sayonara Nascimento é titular do OP 2013/2014 e lutou durante anos por melhorias na qualidade de vida dos moradores das vilas próximas do bairro Santa Mônica com a Vila Várzea da Palma e Vila Itamarati. 


O encontro da delegação russa na escola municipal Zilda Arns foi finalizado com a visita ao parquinho, a horta e ao vestiário da quadra. 


Orçamento Participativo


O Orçamento Participativo (OP) foi criado em 1993 e tem sido o principal canal de participação social da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele propicia uma nova forma de administrar o município ao envolver os cidadãos na definição de obras e investimentos a serem realizados na cidade. A Prefeitura já investiumais de R$ 2,4 bilhões nas quatro modalidades do Orçamento Participativo oferecidas: OP Regional, OP Digital, OP Habitação e OP da Criança e do Adolescente. São definidas pela população. Destas, 1.215 já foram concluídas (dados de março de 2016).