7 January 2019 -
Durante a estiagem ou no período chuvoso, a capina e a roçada são tarefas rotineiras de limpeza em áreas públicas de Belo Horizonte. São 14 equipes compostas por 310 colaboradores, entre capinadores e operadores de roçadeira, envolvidas ao longo do ano nessa atividade. O trabalho é feito por meio da remoção ou do corte rente ao solo da cobertura vegetal herbácea ou arbustiva presente em passeios, canteiros centrais e nas faixas de rolamento de ruas e avenidas, às vezes próximo às sarjetas, de maneira manual ou mecânica.
O serviço é realizado pelo menos quatro vezes ao ano em cada região. Ao todo, são 2,5 mil km capinados de vias ao mês. Para a diretora Operacional da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Andréa Pereira Fróes, essa frequência assegura um bom atendimento em todas as vias pavimentadas da cidade e mantém a vegetação baixa ao longo dos meses.
As equipes utilizam avental, máscara, óculos apropriados, protetores auriculares, caneleiras protetoras, além dos equipamentos habituais de proteção individual como luvas, bonés, botas e filtro solar com repelente. “A tela é indispensável, pois evita que pequenos pedaços de madeira, pedra e outros resíduos sejam atirados contra pedestres e veículos”, alerta o encarregado Antônio Magno Gerônimo, que atua na SLU desde 1995. “Sem o uso dessa tela, essas partículas poderiam atingir uma distância de até 20 metros, ocasionando ferimentos ou prejuízos materiais.” Segundo ele, todas as recomendações de segurança são seguidas à risca.
Antônio afirma que o objetivo é concluir a capina de uma rua ou avenida em um único dia, porém, conforme a demanda, pode haver necessidade de o trabalho ser retomado no expediente seguinte. “Alguns fatores podem impactar as tarefas, como a chuva, o trânsito ou até mesmo o volume de serviço”, lembra. “Contudo, há um grande esforço de todos para manter a produtividade regular.”
O chefe explica que, na época de chuvas, a roçadeira pode apresentar dificuldade em cortar o capim em virtude da intensa umidade. “É importante contar com a compreensão da população, pois pode parecer que o serviço está sendo realizado de forma um pouco mais lenta.” Ele salienta que há uma grande preocupação com o cumprimento do quantitativo de pessoal e as metas a serem alcançadas. “Na minha turma, por exemplo, são cerca de 20 profissionais, entre roçadores, ajudantes, monitor de caminhão e motorista”, acrescenta.
O trabalho nos grandes corredores de trânsito é sempre acompanhado por técnicos de segurança do trabalho, quando são utilizados cones zebrados para sinalizar as vias. Já o mato dos taludes, que são aquelas áreas de inclinação na superfície lateral de um terreno, é removido por equipes de multitarefa que utilizam utensílios especiais como a corda, que protege os empregados de escorregões e quedas.
O roçador Elbert Gomes dos Reis, de 31 anos, procura fazer o seu melhor, esbanjando disposição em seu dia a dia profissional. “Estou há 8 anos nessa função e gosto do que faço, procuro desempenhar minhas atividades da melhor forma possível, de modo a produzir menos poeira, barulho ou qualquer outro desconforto aos moradores locais”, relata.
Todos os dias, o líder de capina Antônio Batista Madalena, de 49 anos, distribui as tarefas para o grupo e informa as ruas onde vão trabalhar. Para ele, o único obstáculo enfrentado em sua rotina costuma ser mesmo o calor, brinca. “O serviço é bem organizado, o que facilita as coisas. Mesmo liderando as atividades, sempre que é preciso, ainda dou uma forcinha na capina, pois o trabalho em equipe é fundamental”, finaliza.