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Em parceria com a PBH, Coleção “BH. A Cidade de Cada Um” lança 40º título
Arte/PBH

Em parceria com a PBH, Coleção “BH. A Cidade de Cada Um” lança 40º título

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Nascida com o objetivo de resgatar a crônica literária para narrar histórias sobre bairros e outros lugares afetivos para os moradores, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” se consolidou como uma das principais referências para a memória coletiva de Belo Horizonte. Ao completar duas décadas neste ano, a série chega ao 40º título, “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela, e prepara novos lançamentos para 2025.

Na terça-feira (10), a coleção celebra o sucesso em um evento no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, a partir das 18h30, com lançamento de livro, relançamento de obras anteriores, leitura de textos e presença de autores e profissionais que contribuíram com o projeto desde o início. O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura.

Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” estreou em 2004, com uma inspiração principal: aumentar o sentimento de pertencimento do belo-horizontino a locais marcantes no imaginário coletivo, como bairros, praças e escolas, que ainda eram carentes de registros literários, capazes de unir as relações afetivas aos contextos históricos, em linguagem leve e divertida.

Os três primeiros títulos reverenciam uma famosa tríade da cultura mineira: a paixão pela gastronomia, pelo futebol e pela boemia, registrada nas obras “Lagoinha”, do escritor Wander Piroli; “Mercado Central”, do escritor e letrista do Clube da Esquina Fernando Brant; e “Estádio Independência”, do locutor esportivo e radialista Jairo Anatólio Lima.

“Desde o início, a marca da coleção é convidar pessoas com um vínculo afetivo muito grande com o lugar. Brant era um frequentador assíduo do Mercado; Jairo iniciou a carreira de locutor no Independência, onde narrou partidas da Copa de 1950. E o Wander tem o universo literário baseado na Lagoinha, uma clássica região boêmia, crescida à margem do centro, e que abrigou os primeiros deserdados da cidade. Wander disponibilizou textos inéditos sobre personagens incríveis do bairro”, diz o jornalista José Eduardo.

“A coleção ‘BH: A Cidade de Cada Um’ é mais do que uma série literária, é um convite poderoso para que os belo-horizontinos redescubram a cidade e se apropriem dela de forma afetiva e coletiva. Ao apoiar ações como esta, a Prefeitura de Belo Horizonte reforça o compromisso com a valorização da memória coletiva e o fortalecimento da identidade cultural da nossa cidade. Essa parceria é essencial para garantir que histórias, afetos e vivências dos moradores sejam preservados e celebrados, consolidando a cidade como um espaço de pertencimento e conexão para todos”, afirma Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura.

Partindo de olhares e lembranças individuais, e sob influências literárias afiadas, os escritores narram sobre lugares, eventos e personagens, sem se restringirem a versões oficiais da história. Ainda que os contextos históricos e os fatos sejam rigorosamente certificados, os livros não se enquadram na categoria de registros históricos, mas, sim, de compartilhamento de histórias — captando sentimentos individuais dos autores, mas que se somam à construção da memória coletiva de toda a população.

Isso inclui desde as famosas lendas que circundam o bairro de Venda Nova, como a temida aparição do Capeta na Quadra da Vilarinho, burburinho que rendeu notícia até no jornal americano The New York Times na década de 1980, e é contado pelo historiador Bruno Barreto; até relatos curiosos sobre os moradores ilustres do Bairro Floresta, narrados pelo professor de literatura Carlos Junqueira Maciel, incluindo histórias sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade e também sobre o sambista Noel Rosa, que viveu uma temporada no bairro da região Leste da capital para o tratamento de uma tuberculose, no início dos anos 1930.

“No conjunto, esse grande mosaico de histórias conta uma parte importante da nossa história de Belo Horizonte. A coleção  tem um raio de abrangência amplo: temos bairros tradicionais da região Leste, como Floresta, Santa Tereza e também, no lado oposto da cidade, os bairros Caiçara e Carlos Prates; lugares muito conhecidos, como a Pampulha; e ainda o bairro Campo Alegre, berço do poeta Ricardo Aleixo, que quase ninguém conhecia, até então”, avalia José Eduardo.

 

Colégio Marconi

O mais recente lançamento da série é a obra do escritor mineiro Luiz Vilela, dedicada ao tradicional Colégio Marconi. Uma das instituições de educação mais tradicionais da cidade, a escola foi construída em 1937, no Bairro Santo Agostinho, por imigrantes italianos. Na década de 1970, foi municipalizado, se mantendo como Escola Municipal Marconi.

As memórias do colégio são narradas pelo mineiro Luiz Vilela, ex-aluno da escola, e considerado um dos principais contistas do Brasil na atualidade, tendo sido agraciado com o Prêmio Jabuti em 1974 pelo livro “O Fim de Tudo”, lançado em 1973.

“A coleção já tinha contado a história de algumas instituições de educação, como a UFMG, o primeiro Colégio Municipal da cidade (que funcionou dentro do Parque Municipal), o Sacre Couer de Marie e o Estadual Central. Agora, chegamos ao Marconi, outro colégio muito importante. É uma obra narrada pela perspectiva de um jovem que sai de Ituiutaba, no interior, para estudar na cidade grande”, diz José Eduardo.

Além do inédito “Colégio Marconi”, no evento do próximo dia 10 serão relançadas obras anteriores: “Carmo” (2008), de Alberto Villas, “Serra” (2012), de Nereide Beirão, e “Morro do Papagaio” (2019), de Márcia Maria Cruz. Estes livros, lançados há mais de 10 anos, foram revistos e atualizados pelos autores, trazendo muita informação nova para os leitores.

Próximos lançamentos

A partir de 2025, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” prepara ao menos dois novos títulos: um sobre o Bairro Santa Efigênia e outro sobre o Pindorama, localizado no limite entre Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. Dois outros títulos também estão em fase avançada de produção: um sobre o Zoológico, na Pampulha, e outro sobre a icônica Praça da Liberdade. “O nosso maior desafio é manter a qualidade dessa coleção, a coerência dos livros, a capacidade que esse projeto tem de sensibilizar as pessoas. E queremos crescer, ampliando essa diversidade”, completa José Eduardo.

A coleção “BH. A Cidade de Cada Um”

Desde setembro de 2004, a coleção "BH. A Cidade de Cada Um" vem construindo a memória afetiva da cidade por meio de textos literários escritos por pessoas de diversas gerações, incluindo professores, historiadores, poetas, escritores, artistas e muitos outros, escolhidos pela grande identificação com os temas e lugares trabalhados.

Publicada pela Conceito Editorial, fazem parte da coleção os seguintes 40 títulos: “Lagoinha” de Wander Piroli; “Mercado Central”, de Fernando Brant; “Estádio Independência”, de Jairo Anatólio Lima; “Rua da Bahia”, de José Bento Teixeira de Salles; “Fafich”, de Clara Arreguy; “Parque Municipal”, de Ronaldo Guimarães; “Praça Sete”, de Angelo Oswaldo de Araújo Santos; “Livraria Amadeu”, de João Antonio de Paula; “Sagrada Família”, de Manoel Lobato; “Pampulha”, de Flávio Carsalade; “Cine Pathé”, de Celina Albano; “Caiçara”, de Jorge Fernando dos Santos; “Carmo”, de Alberto Villas; “Lourdes”, de Lucia Helena Monteiro Machado; “Colégio Sacré Coeur de Marie”, de Marilene Guzella Martins Lemos; “Carlos Prates”, de Humberto Pereira; “Morro do Papagaio”, de Márcia Cruz; “Maletta”, de Paulinho Assunção; “Montanhez”, de Márcio Rubens Prado; “Santa Tereza”, de Libério Neves; “Serra”, de Nereide Beirão; “Padre Eustáquio”, de Jeferson de Andrade; “Centro”, de Antonio Barreto; “Mineirão”, de Tião Martins; “Colégio Estadual”, de Renato Moraes; “Santo Antônio”, de Eliane Marta Teixeira Lopes; “Viaduto Santa Tereza”, de João Perdigão; “Funcionários”, de Maria do Carmo Brandão; “Colégio Municipal”, de José Alberto Barreto; “Renascença”, de Ana Elisa Ribeiro; “Anchieta”, de José Márcio Vianna; “Arraial do Curral del Rei”, de Adriane Garcia; “Campus da UFMG”, de Heloísa Murgel Starling; “Venda Nova”, de Bruno Viveiros Martins; “Barro Preto”, de Chico Brant; “Campo Alegre”, de Ricardo Aleixo; “Cemitério do Bonfim”, de Maria de Lourdes Caldas Gouveia; “Floresta”, de Caio Junqueira Maciel; e o mais recente, “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela.

Serviço | 20 anos da Coleção “BH. A Cidade de Cada Um”

Lançamento do livro “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela

Quando: Terça-feira (10), às 18h30

Onde. Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena S/N – Parque Municipal Amérco Renné Giannetti.

Entrada gratuita