25 November 2024 -
O Cine Santa Tereza exibe nesta quarta-feira (27), às 19h, o documentário “Môa - Raiz Afro Mãe”, do diretor Gustavo McNair, que retrata a história do Mestre Môa do Katendê, músico, capoeirista, educador e símbolo de resistência cultural. O longa celebra o legado e a militância do multiartista baiano em defesa da cultura afro. Após o filme, haverá uma sessão comentada pelo mestre Jurandir, um dos pioneiros da Capoeira Angola em Belo Horizonte, mediada pela mestre Alcione Oliveira.
A exibição do documentário “Môa - Raiz Afro Mãe”, atividade do Circuito Municipal de Cultura, acontece na Mostra Especial Dia da Consciência Negra, realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte no Cine Santa Tereza, com a apresentação de filmes e outras atividades. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados on-line pela plataforma Sympla. Mais informações pelo site do Circuito Municipal de Cultura, que é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon.
Fundador do Afoxé Badau, multiartista e educador Môa do Katendê fez história em Salvador (Bahia) por ser fundador do Afoxé Badauê promover a reafricanização do carnaval baiano e influenciar uma geração de artistas, negros e brancos. O seu desejo sempre foi “reafricanizar" a juventude e combater a desigualdade sociorracial, por meio da valorização da cultura afro-brasileira.
Com 100 minutos de duração, “Môa, Raiz Afro Mãe" é um mergulho na ancestralidade brasileira, ao acompanhar a trajetória e militância de Môa do Katendê até o seu trágico assassinato político, em 2018. O longa começou a ser gravado no ano da morte de Môa, com ele ainda vivo. O diretor Gustavo McNair se interessou pelas histórias e sabedoria do artista e o convidou para retratar, em filme, os seus ensinamentos. Na época, Môa chegou a gravar entrevistas para compor o trabalho, que conta a sua história por meio dos seus relatos de depoimentos de amigos e artistas, como Gilberto Gil, Fabiana Cozza e Lazzo Matumbi; e de imagens de arquivo. O filme também revela e exalta as raízes africanas no carnaval da Bahia, com o axé, os blocos, a capoeira e demais manifestações afro, em uma reconexão com a cultura originária do Brasil .
Produzido pela Kana Filmes, “Môa, Raiz Afro Mãe” já foi exibido em diversos festivais internacionais”, entre eles o Panorama Coisa de Cinema 2022, o Festival de Cinema de Alter do Chão 2022, o Festival du Cinéma Brésilien de Paris 2023 e a 15ª edição do In-Edit Brasil.
Sessão comentada
Após a exibição, o documentário "Môa, Raiz Afro Mãe" será comentado pelo mestre Jurandir, um dos pioneiros da Capoeira Angola em Belo Horizonte. Jurandir tem se destacado pela preservação e disseminação da capoeira, contribuindo intensamente para a formação de novas gerações de capoeiristas, por meio de oficinas e palestras sobre a história e filosofia da Capoeira Angola em universidades, escolas e eventos, tanto no Brasil quanto no exterior. É também um dos fundadores da Fundação Internacional de Capoeira Angola (FICA), criada em 1995, com a missão de preservar e promover a capoeira, respeitando sua ancestralidade e tradição ritualística, em contextos nacionais e internacionais.
A sessão comentada será mediada pela mestre Alcione Oliveira, discípula da Capoeira Angola desde 1992. Alcione fez parte do Grupo Iúna (Mestre Primo) e da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro (Mestre João). Em 1997, passa a integrar a primeira formação da Associação de Capoeira Angola Dobrada (ACAD) em Belo Horizonte. Nesse período, residiu na Alemanha, França e Itália ensinando Capoeira Angola, além de viagens para encontros nacionais e internacionais. Recebeu na ACAD o título de Contramestra em 2006 e o título de Mestre em 2017, pelas mãos de Mestre Rogério e Mestre Índio, sendo a primeira mulher a receber tais titulações na Capoeira Angola em Minas Gerais. Em 2018, inaugura o Espaço Sociocultural da Floresta e, em 2019, funda o Grupo Candeia de Capoeira Angola, onde atualmente desenvolve seu trabalho.