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Desapropriação do anexo do Novo Sulamérica restitui Praça da Independência
Amira Hissa/PBH

Desapropriação do anexo do Novo Sulamérica restitui Praça da Independência

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A Prefeitura de Belo Horizonte publicou o decreto de desapropriação, assinado pelo prefeito Fuad Noman, que garante a preservação integral do Conjunto Sulacap-Sulamérica e a restituição da Praça da Independência.

 

O decreto de desapropriação do anexo do Edifício Novo Sul América e sua posterior demolição cumpre a deliberação nº 24/2000 do CDPCM-BH, assim como a restauração dos jardins anteriormente existentes como espaço público. Estas ações estão previstas no Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte, “Centro de Todo Mundo”, que tem entre os objetivos, qualificar a região central da capital aumentando as oportunidades de moradia, trabalho e lazer.

 

“Com a publicação do decreto assinado pelo prefeito Fuad Noman, iniciamos o processo de desapropriação, conforme as diretrizes do Conselho do Patrimônio. Esperamos restituir a Praça da Independência, bem público e cultural, para o povo de Belo Horizonte”, afirmou o subprocurador-geral do Contencioso, Caio Perona.

 

As desapropriações destinam-se à valorização do patrimônio histórico e cultural, e à restituição da Praça da Independência, na avenida Afonso Pena entre as ruas da Bahia e dos Tamoios. Os prazos para obras serão definidos após a conclusão do processo de desapropriação.

 

O Conjunto Sulacap-Sulamérica

O conjunto Sulacap-Sulamérica bem cultural já tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio do Município de Belo Horizonte – CDPCM-BH, em suas deliberações nº 004/2015 e nº 037/2015, será preservado em sua feição original por possuir valor histórico e cultural para o município.

 

Considerado de interesse cultural, o conjunto Sulacap-Sulamérica está inserido no perímetro de tombamento do Conjunto Urbano da avenida Afonso Pena e no Conjunto Urbano rua da Bahia e Adjacências. O projeto do conjunto arquitetônico foi assinado pelo arquiteto italiano Roberto Capello, em 1941, e carrega o estilo protomoderno. As duas edificações que compõem o conjunto são idênticas e estão simetricamente dispostas.

 

A primeira das edificações – o edifício Sulamérica – foi inaugurada oficialmente em 1947. O edifício foi projetado para uso misto: residencial e comercial, mas, com o passar do tempo, a maioria dos pavimentos residenciais foram revertidos para o uso comercial. Ainda assim, o Sulamérica ainda abriga apartamentos em sua planta. Ao contrário deste, o Edifício Sulacap foi construído posteriormente e com o uso exclusivamente residencial

A Praça da Independência

Entre os dois edifícios existia uma praça ajardinada que foi apropriada pela população de Belo Horizonte e conferiu singularidade ao conjunto dos prédios. Essa praça passou a ser conhecida como Praça da Independência e propiciava uma vista privilegiada do Viaduto Santa Tereza. A ideia da praça era a de emoldurar o referido viaduto e criar um espaço de convívio dentro do centro da cidade.

 

Na década de 1970, no entanto, esse espaço sofreu uma drástica descaracterização, com a construção de um anexo de dois andares, ligando o Sulacap ao Sulamérica. A intervenção prejudicou a leitura do projeto original do arquiteto Roberto Capello e ao invés de unir os dois blocos principais acabou por separá-los ainda mais.

 

Apesar dessa construção da edificação anexa ter sido legal, ele atentou indiretamente contra a proposta da Prefeitura de manter um espaço de uso público por meio de uma galeria, com dimensões previamente estabelecidas.