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Lagoa da Fundação Zoobotânica durante o dia.
Foto: Suziane Fonseca/PBH

Conheça a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica

criado em - atualizado em
Imagine o desafio de administrar mais de 10,7 milhões de m² de áreas verdes, área equivalente a 1.500 campos de futebol? Considere que essa área seja rica em fauna e flora, incluindo 75 parques espalhados por toda Belo Horizonte, um Jardim Zoológico, um Jardim Botânico, quatro cemitérios, uma capela velório e cinco Centros de Vivência Agroecológica. Essa é a principal tarefa da recém-criada Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB). A instituição prima pela valorização de atividades e projetos que visam a preservação da fauna e da flora, a manutenção da qualidade de vida da capital e da beleza de suas áreas verdes.

 
Resultado da fusão entre as antigas fundações Municipal de Parques e Zoo-Botânica de Belo Horizonte, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica foi criada pelo Decreto 16.684, de 31 de agosto de 2017, com a principal missão de promover ações e programas de educação e manejo ambientais, atividades de lazer, esporte, cultura e cidadania. 


Para manter toda a estrutura de projetos, serviços e atividades, a FPMZB mantém uma equipe qualificada, apta a lidar com demandas bastante específicas de cada setor, e, ao mesmo tempo, garantir a saúde e o bem-estar dos animais, a manutenção dos equipamentos e exuberância das áreas verdes, além de promover a qualidade do atendimento ao público. São cerca de 650 funcionários. 


De acordo com o presidente da instituição, Sérgio Augusto Domingues, a Fundação assume um papel de grande relevância na política ambiental de Belo Horizonte. Para ele, a FPMZB surge como um ponto de conjunção de distintas áreas relacionadas à questão ambiental, pela diversidade de seus espaços e assuntos que contempla. “Temos desde áreas de conservação ambiental - com mata nativa e fauna local preservada, até um jardim zoológico que traz uma história de mais de 55 anos e que concentra uma gama expressiva de espécies da fauna brasileira e exótica. Isso sem falar dos parques criados por meio da recuperação de áreas degradadas, e ainda dos cemitérios e suas particularidades. Esta nova instituição nasce com o compromisso de cuidar de um valioso patrimônio da cidade que demanda diferentes e específicas estratégias de gestão, trazendo um grande desafio para toda a equipe”, explicou. 


Mais do que áreas de lazer para a população, parques, zoológicos e jardins botânicos são áreas para a preservação da natureza e também para pesquisa científica. Gerente de Educação Ambiental da FPMZB, Nadja Hemetrio explica que a cidade ganha uma instituição engajada em duas modalidades de conservação da natureza: a conservação ex situ e in situ. “A conservação in situ acontece em parques, ou seja, plantas e animais nativos são protegidos nos locais onde normalmente ocorrem na natureza. Os parques também protegem cursos d’água, formações geológicas relevantes por sua função ou beleza cênica, além de processos ecológicos que ligam as espécies e o ambiente. Já os jardins botânicos e zoológicos promovem a conservação ex situ das espécies”. 


Nadja Hemetrio esclarece que essas instituições lidam com as espécies fora do seu ambiente natural, aumentando as informações sobre as mesmas. “Isto é possível porque biólogos e veterinários conseguem acompanhar o cotidiano dos seres vivos com maior proximidade e de forma mais controlada. É possível, por exemplo, pesquisar as condições que facilitam a reprodução de uma determinada espécie de planta ameaçada de extinção. Zoológicos e jardins botânicos são muitas vezes a garantia de que, mesmo que a espécie seja extinta na natureza, exista um estoque para que ela não deixe de existir” completa a gerente. 

 

Espaços e equipamentos da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica

 

Cevaes
Os Centros de Vivência Agroecológica (Cevaes), espaços público-comunitários, buscam difundir práticas ecologicamente adequadas de segurança alimentar, saúde, educação ambiental e agricultura urbana, entre a população de Belo Horizonte. As ações dos centros estão aliadas a programas de capacitação e geração alternativa de renda, possibilitando a melhoria da qualidade de vida na cidade.



Parques
Os parques municipais contribuem para preservação da flora, fauna e dos recursos hídricos, além de permitir um contato próximo da população com o verde, garantindo assim a boa qualidade ambiental das cidades.


Nos parques da cidade estão representados os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, onde são encontradas mais de 200 espécies de animas; cerca de 1.000 espécies vegetais e diversas nascentes que abastecem os córregos da Bacia do Rio São Francisco. Cerca de 40 possuem nascentes, córregos ou lagoas.



Jardim Zoológico
No Jardim Zoológico estão mais de 3.500 mil animais de mais de 250 espécies, entre répteis, aves, peixes, anfíbios e mamíferos, representantes dos cinco continentes. Além disso, a infraestrutura do Zoológico conta com hospital veterinário.



Borboletário
O Borboletário, localizado dentro do Zoo, concentra mais de mil animais de cerca de 20 espécies diferentes. É composto por um auditório onde o visitante assiste a um vídeo sobre o mundo das borboletas e interage com o animal por meio de painéis educativos e informativos, viveiro de exposição, laboratório de lagartas e horto.



Aquário Temático da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
O Aquário da Prefeitura – Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que busca promover a divulgação e a conservação de uma das principais bacias hidrográficas do Brasil, tem 2.400m2 e abriga 22 tanques para peixes, ambientados com vegetação que reproduz as margens do rio São Francisco. É um espaço para os visitantes conhecerem novas espécies de peixes e obter informações sobre o “Velho Chico”. Conta, ainda, com espaços de exposições lúdicas, laboratório, lagoa marginal, auditório, biblioteca, jardins, lanchonete e lojinha. 



Jardim Japonês de Belo Horizonte
O Jardim Japonês de Belo Horizonte, espaço de lazer e contemplação, traz em sua concepção a filosofia Zen de busca da naturalidade, serenidade, assimetria e simplicidade a partir da expressão essencial da natureza. O jardim ocupa cinco mil metros quadrados no Jardim Zoológico e tem projeto paisagístico inspirado nos jardins existentes no Japão. O projeto é de Haruho Ieda, paisagista japonês residente no Brasil há mais de 20 anos.


Jardim Botânico
No Jardim Botânico, mais de 3.500 espécies de plantas são expostas nos sete jardins temáticos: Jardim de Folhagens, Jardim de Suculentas, Jardim de Bromélias, Jardim de Plantas Tóxicas e Medicinais, Jardim de Palmeiras, Jardim de Flores e Cores e Lago de Plantas Aquáticas. As quatro estufas implantadas – as Evolutivas, de Mata Atlântica, de Caatinga e de Campo Rupestre – também abrigam importantes espécies. 


O Jardim Botânico também produz e fornece mudas para o plantio nas vias públicas, nas áreas verdes de Belo Horizonte, nas escolas municipais, no aterro sanitário da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana e nos demais setores da Prefeitura.



Parque Ecológico da Pampulha 
Com área de 30 hectares, o Parque Ecológico possui árvores representantes dos biomas Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado, que formam o atual bosque. No local são desenvolvidas atividades permanentes como pesquisa científica e visitas monitoradas. O parque conta com sanitários, lanchonete, bebedouros, equipamentos de ginástica, playgrounds, bancos, telefones públicos, pistas para caminhada e ciclismo e recantos com pérgulas.


O Parque Ecológico desenvolve trabalhos nas áreas de zoologia, botânica e educação ambiental. Na rotina do parque estão atividades executadas por veterinários e biólogos com a fauna local, como pesquisas, triagem de animais e cuidados veterinários. Os bichos que habitam o espaço e podem ser vistos eventualmente são: capivara, furão, garça-branca-grande, martim-pescador-grande e biguá, além de iguana, camaleãozinho, jacaré-de-papo-amarelo, sapo, rã e alguns peixes. A flora local também é composta por espécies como jetirana, leucênia, mamona, o angiquinho e vários tipos de capins (colonião, braquiária e outros).



Memorial da Imigração Japonesa
Projeto do arquiteto mineiro Gustavo Pena, o Memorial da Imigração Japonesa, construído no Parque Ecológico da Pampulha, celebra a boa relação entre Belo Horizonte, Minas Gerais e o país oriental, unidos por traços culturais, além de parcerias comerciais e tecnológicas. A obra, que impressiona pela beleza, ineditismo e envolvimento das duas culturas, trata-se de uma ponte suspensa sobre um imenso espelho d’agua, cujas extremidades representam de forma simbólica o Japão e Minas Gerais, separados geograficamente por um oceano, porém ligados em ideias e ideais. 


Ao centro, fica o pavilhão de arte contemporânea, uma sala pintada integralmente de vermelho, que estimula nos visitantes uma experiência sensorial. A cor foi escolhida por ser simbólica nas bandeiras do Japão e de Minas Gerais, além de servir como referência à cultura nipônica. O acesso ao pavilhão de arte contemporânea é feito a partir de duas rampas que remetem às duas culturas: uma cercada por ipês brancos, que representa Minas Gerais, e a outra, rodeada por cerejeiras, simbolizando o Japão.


Muito trabalho pela frente


Desde o início de 2017 os esforços de melhoria da qualidade das unidades da Fundação são orientados por um Plano de Ação Estratégico. Em muitos casos, tendo em vista as inúmeras demandas existentes, foram organizadas “forças-tarefas”, inclusive com apoio de outros setores da PBH.


As intervenções de recuperação dos parques vêm ocorrendo em paralelo à elaboração dos planos de manejo dessas áreas, um ganho muito expressivo para a cidade e, especialmente, para o meio ambiente. No zoológico, a melhoria do bem-estar dos animais se dá concomitante às ações de conservação da fauna ameaçada. 


No jardim botânico, a produção de mudas ocorre em meio aos projetos de pesquisa. Melhorias nas necrópoles já apresentam avanços no atendimento à população e, por fim, boas parcerias já começam a ser implementadas nos Cevaes.

 

 

24/11/2017. Fusão Zoobotânica. Fotos: Suziane Fonseca/FPMZB