29 November 2024 -
Uma série de medidas de enfrentamento à emergência climática, redução da emissão de gases do efeito estufa, prevenção de riscos e políticas públicas ambientais executadas pela Prefeitura de Belo Horizonte serão debatidas na Conferência Municipal do Meio Ambiente nesta sexta-feira (29) e sábado (30), na capital. Ao anunciar os objetivos do evento, o secretário Municipal de Meio Ambiente e presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Gelson Leite, detalhou em coletiva de imprensa as principais ações que já estão em curso, como o investimento em energia limpa, plantio de árvores, criação de refúgios climáticos e construção de bacias de contenção de enchentes.
O secretário destacou que a mobilidade urbana é um dos principais fatores poluentes. Para mitigá-lo, 950 ônibus com a tecnologia do motor Euro 6 passaram a compor a frota do transporte coletivo de BH. A tecnologia estabelece limites para a emissão de poluentes por veículos a diesel. Também estão em testes 100 ônibus elétricos, que farão parte da frota em 2025.
Em 2024, já foram plantadas 30 mil árvores na cidade, e até 31 de dezembro o número de plantios chegará a 35 mil. Foram criadas 23 mini-florestas e mais quatro serão implantadas até o fim do ano. Mais de mil árvores foram plantadas no Corredor Verde da Avenida Antônio Carlos, que vai receber mais mil exemplares. O Plano Municipal de Arborização anunciado em junho facilitará a gestão dos plantios, podas e supressões.
Gelson Leite ressaltou que nos últimos dois anos foi intensificada a construção de bacias de contenção de enchentes. Foram implantados na Pampulha 60 jardins de chuva, a cidade ganhou um refúgio climático e mais dois serão concluídos em dezembro. A Prefeitura fez obras no Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça, nos bairros Ribeiro de Abreu e Novo Aarão Reis, regiões Norte e Nordeste, respectivamente, com a proposta de ampliar espaços sustentáveis oferecidos à população.
Mais avanços na Conferência
Outras medidas destacadas pelo secretário de Meio Ambiente foram a modernização do protocolo em parceria com o Corpo de Bombeiros para resposta rápida no combate a incêndios florestais, que resultou no menor índice de ocorrências desta natureza, nos últimos anos; ampliação da oferta de bebedouros sobretudo no Centro da cidade, onde encontra-se a maior parte da população em situação de rua; a recente aprovação na Câmara Municipal do projeto de lei que cria a Política de Enfrentamento às Emergências Climáticas; e o Selo BH Sustentável.
Novas propostas vão surgir na Conferência Municipal de Meio Ambiente, que tem mais de 400 inscritos. “A gente espera que surjam boas propostas, principalmente do setor acadêmico, para que possamos executá-las nos próximos quatro anos. Esperamos avançar principalmente no combate às ondas de calor. Já avançamos muito ao adaptar a cidade para as chuvas, com as bacias de contenção, queremos ampliar as áreas verdes, os parques na cidade, e principalmente mais árvores e mais corredores verdes, jardins de chuva e refúgios climáticos”, afirmou Gelson Leite.
Definição de dez propostas
Além de promover o debate e a troca de conhecimento, o objetivo da Conferência de BH é definir 10 propostas para o enfrentamento da emergência climática e eleger os delegados que as levarão para a Comissão Organizadora Estadual, em março de 2025. Elas serão incluídas no Caderno de Propostas que será debatido na etapa estadual.
As propostas serão definidas após as palestras e discussões que acontecerão neste sábado, a partir das 8h30, dentro de cinco eixos temáticos definidos:
I – Mitigação: redução da emissão de gases de efeito estufa.
II - Adaptação e preparação para desastres: prevenção de riscos e redução de perdas e danos.
III - Justiça climática: superação das desigualdades.
IV - Transformação ecológica: descarbonização da economia com maior inclusão social.
V - Governança e educação Ambiental: Participação e controle social.
Serão escolhidas duas propostas para cada eixo.