O Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE) aprovou documento em que se opõe à autorização para que a Taquaril Mineração S.A (Tamisa) explore a Serra do Curral. A nota foi aprovada por 96% dos integrantes do Comitê, sob o argumento que, além da referência paisagística e cultural, a Serra do Curral é berço de dezenas de nascentes e de grande diversidade de fauna e flora, devendo ser conservada e protegida da exploração predatória. 

O CMMCE é um colegiado consultivo, formado por representantes dos governos municipal e estadual, da sociedade civil, de organizações não-governamentais e do setor empresarial e acadêmico. O papel do grupo é propor e deliberar sobre políticas municipais de proteção climática e conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão dos problemas decorrentes da mudança do clima na capital, com vistas ao desenvolvimento inclusivo e sustentável e a ampliação da qualidade de vida local. 

Leia, abaixo, a nota na íntegra

"O Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência de Belo Horizonte vem a público manifestar seu repúdio e oposição à concessão da licença ambiental que permite à empresa TAMISA implantar novas frentes de lavra na Serra do Curral. Além de referência paisagística e cultural que inspirou a concepção da primeira cidade planejada do Brasil, a Serra do Curral é berço de dezenas de nascentes e de uma riquíssima diversidade de fauna e flora, devendo ser conservada e protegida da exploração predatória. A licença ora apresentada prescinde da devida instrução e de estudos e análises abrangentes e profundos, em especial aqueles relativos aos potenciais impactos do empreendimento na ambiência climática dos municípios afetados, contrapondo-se assim ao movimento mundial no sentido de que sejam envidados todos os esforços para, não só impedir, mas também reduzir e suprimir o desenvolvimento de ações que contribuam para o aumento do aquecimento global e o agravamento de seus efeitos. 

A área da Serra do Curral possui enorme potencial de desenvolvimento do ecoturismo, sendo a implantação de empreendimento minerário uma proposta de exploração de curto prazo frente a um potencial econômico renovável, com geração de renda e de empregos para muito mais pessoas do que a mineração seria capaz de atender. 

A preservação da Serra, além disso, está em consonância com os princípios fundamentais de proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres preconizados pela Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Nações Unidas, tendo o município de Belo Horizonte se comprometido com o cumprimento das metas propostas.”