15 July 2019 -
Com o tema “Não aos retrocessos. Revivendo Stonewall”, a 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte reuniu, no domingo, dia 14, aproximadamente 250 mil pessoas. Promovido pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais com a parceria institucional da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e da Belotur, o evento teve início na Praça da Estação para depois o cortejo ganhar as ruas da capital, em direção à Praça Raul Soares.
O prefeito Alexandre Kalil e a primeira-dama Ana Laender compareceram ao palco principal da Parada do Orgulho LGBT. “Estar presente na Parada do Orgulho LGBT tem a mesma importância de quando sou convidado para me reunir com os pastores evangélicos e ouvir as suas reivindicações, ou de quando recebo o Arcebispo Dom Walmor, da Igreja Católica. Não fui eleito somente pelos evangélicos, pelos católicos ou pela população LGBT. Quem não tem a sensibilidade de estar governando para todo mundo e para quem precisa – e todos precisam – é porque está na contramão do que está acontecendo em nosso país”, destacou o prefeito.
Para a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra Colares, a Parada LGBT traz a oportunidade de debater questões relevantes. “Este é um momento importante para trazermos à tona uma discussão sobre respeito e inclusão. A Prefeitura reconhece a importância da pauta para a cidade. Com muito orgulho, afirmamos que nesta gestão criamos a Diretoria de Políticas para a População LGBT e fizemos um Centro de Referência LGBT na área central da cidade, com as portas abertas para a população. No primeiro semestre de 2019, já realizamos nove vezes mais atendimentos do que o que foi feito em todo o ano de 2016”, ressaltou Maíra Colares.
Stonewall
Há 50 anos, em 28 de junho de 1969, uma série de protestos foi desencadeada nos Estados Unidos em resposta às ações de policiais que perseguiam e discriminavam o comportamento afetivo-sexual de frequentadores de um bar LGBT de Nova York. Os protestos, mais tarde, seriam reconhecidos como o início do movimento pelo Orgulho LGBT. O conceito de “orgulho” se difundiu mundialmente, e ano a ano, o mês de junho é dedicado às paradas e eventos relacionados à população LGBT.
Crescimento
A Parada do Orgulho LGBT tem apresentado um crescimento desde a edição de 2017, quando, pela primeira vez em duas décadas, um prefeito de Belo Horizonte compareceu ao evento. Antes da Parada de 2017, o recorde era de 30 mil participantes. Naquele ano, o público saltou para 80 mil pessoas.
Em 2018, 150 mil pessoas participaram da Parada. Segundo dados da Belotur, o gasto médio no evento do ano passado foi de R$ 46,90 por participante, o que resultou numa movimentação financeira estimada em R$ 7 milhões.
Pesquisa
Uma pesquisa, desenvolvida em parceria pela Prefeitura, por meio da Belotur, Universidade Federal de Minas Gerais e CELLOS-MG, será feita pelo quarto ano consecutivo para traçar o perfil dos visitantes e moradores de Belo Horizonte presentes à 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT. O questionário trará informações como: o perfil socioeconômico; o acesso aos serviços e políticas públicas pela população LGBT; a experiência de situação de violência e a avaliação da infraestrutura do evento; além de gastos e estimativas referentes à movimentação econômica gerada pela manifestação.
Políticas da Prefeitura para a população LGBT:
• Criação da Diretoria de Políticas para a População LGBT, em fevereiro de 2017.
• Implantação da sede para o Centro de Referência LGBT (CRLGBT), em dezembro de 2018.
• Reestruturação da equipe e aumento do atendimento do CRLGBT, em 2019 - com um número 9 vezes maior de atendimentos do que em 2016.
• Ampliação dos investimentos e apoio institucional para a Parada do Orgulho LGBT.
• Aumento do público da Parada (de 80 mil pessoas, em 2017, para 150 mil em 2018 e 250 mil em 2019).
• Implementação do Nome Social na Prefeitura de Belo Horizonte - adequação de mais de 200 formulários incluindo o campo do nome social para pessoas transexuais e travestis.
• Primeira aplicação da Lei 8.176/2001, que estabelece penalidades para estabelecimento e agentes públicos que discriminarem pessoas em virtude de sua orientação sexual.
• Capacitação de mais de 2.500 agentes públicos na temática diversidade sexual e de gênero com vistas à qualificação do atendimento à População LGBT respeitoso e sem preconceito.
• Criação de acolhimento emergencial de LGBTs vítimas de violência ou violação (previsão para dezembro de 2019).