Pular para o conteúdo principal

Três alunos e um professor em uma sala de aula
Foto: Eustáquio Araújo/PBH

Centro de Referência da Juventude oferta educação para jovens e adultos

criado em - atualizado em
Para tornar mais eficiente a oferta de serviços para os cidadãos, as diversas áreas da Prefeitura de Belo Horizonte trabalham de forma integrada. Uma ação conjunta entre as secretarias municipais de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e de Educação, por exemplo, possibilita que o Centro de Referência da Juventude (CRJ) abrigue turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), programa de atendimento a pessoas maiores de 18 anos e que ainda não completaram o Ensino Fundamental e Médio.
 
“O CRJ é um equipamento focado primordialmente nas demandas da juventude de Belo Horizonte. Fazer um trabalho entre áreas, que busque atender a demanda desta população, é nosso dever como gestão municipal”, define Paola Abreu, diretora de Políticas para a Juventude, da Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
 
Lá os alunos dispõem de material didático e de biblioteca, computadores, salas de aula e espaço de convivência, estrutura permanente do Centro e que também pode ser acessada por toda a população. Aulas de teatro e gastronomia são exemplos de projetos do CRJ que podem ser acessados pelos alunos durante o período na EJA, o que enriquece o serviço ofertado.
 
“Esse projeto, primeiramente, tem o objetivo de trazer autoestima para os alunos. Nós, como professores, atuamos para que os jovens tenham mais opções para o futuro e para que possam transformar o contexto em que vivem”, explica Gisella Nogueira de Souza, professora de Linguagens e Ciências Humanas da EJA.
 

Motivação para estudar

A atriz e dançarina, Yohane Ferreira, 23 anos, cursa o nono ano do Ensino Fundamental na EJA do CRJ. Mulher trans, ela aponta que momentos de discriminação vividos formam o motivo de sua saída da escola quando tinha 15 anos. Decidida a completar os estudos básicos e cursar uma faculdade, a jovem mostra que o acolhimento e a humanidade de todas as pessoas envolvidas a motivam a continuar frequentando as aulas.
 
“O que eu mais gosto na EJA do CRJ é ver pessoas querendo ajudar as outras. Os professores, outros alunos, os funcionários do espaço, todos estão determinados em fazer a gente completar os estudos”, afirma Yohane.
 
“Em minhas aulas no CRJ, procuro fazer atividades práticas e teóricas o mais próximo possível dos jovens. Vejo que essa estratégia tem ajudado na comunicação desses jovens, na interação e faz com que eles tenham muito mais foco”, relata Fernando Henrique de Lima, professor das disciplinas de Ciências da Natureza e Matemática.
 

Sem preconceito

De acordo com o subsecretário de Direito e Cidadania da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Thiago Alves Costa, a ação tem como objetivo facilitar e estimular o retorno aos estudos, especialmente para quem sofre com a discriminação.
 
“Alguns públicos evadiram do ambiente escolar porque a relação de discriminação e preconceito que viveram tornava o ambiente adoecedor. Por isso, acolhemos a iniciativa de uma turma de EJA no CRJ, para que seja reescrita essa relação de forma positiva em um ambiente livre de discriminação. Hoje atendemos prioritariamente jovens em situação de rua, travestis e transexuais, mas a turma é aberta a qualquer um, só não é bem-vindo o preconceito”, afirma.
 
Novas matrículas para a EJA no CRJ acontecerão no início de 2019, em virtude do início do ano escolar. As aulas acontecem de segunda a quinta-feira, a partir das 17h30. O CRJ está localizado na Praça da Estação, na rua Guaicurus, 50, Centro. O telefone é (31) 3277-9795.
 

28/07/2018. BHP EJA no CRJ. Fotos: Eustáquio Araújo/PBH