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Fachada do Centro Cultural Alto Vera Cruz
Foto: Poliana Pinto/Divulgação

Centro Cultural Alto Vera Cruz comemora 25 anos com programação na praça

criado em - atualizado em

Com história marcada pela efervescência cultural de diversas linguagens artísticas e iniciativas culturais, o Centro Cultural Alto Vera Cruz completa 25 anos de articulação entre o poder público, comunidade, agentes culturais locais, artistas novatos e veteranos.

 

A mostra “Conexão Cultural: 25 anos de Arte pela Vida” dá continuidade às comemorações do aniversário do Centro Cultural Alto Vera Cruz, que completou 25 anos. No próximo dia 09 de abril, uma programação especial, realizada pelo Circuito Municipal de Cultura em parceria com os Centros Culturais em Rede, valoriza a história e as expressões artísticas dos territórios Alto Vera Cruz, Granja de Freitas, Taquaril e Castanheiras (território L4). O evento comemorativo é gratuito e acontece na Praça Padre Marcelo - Alto Vera Cruz (Praça do Posto), a partir das 14h, com shows de artistas locais e convidados como Cacá Gualberto, Berêta, Du Gordo, Legusta e os grupos ZLOST e Setor, além da realização de graffiti ao vivo com os artistas Wanatta, Patty_Nowsei, Pedro CRIA e Lucas Alfa (Taquaril). A iniciativa segue os protocolos de prevenção à covid-19 vigentes em Belo Horizonte. Para mais informações acesse www.circuitomunicipaldecultura.com.br

 

De acordo com Bárbara Bof, Diretora de Promoção dos Direitos Culturais da Fundação Municipal de Cultura, "o Centro Cultural Alto Vera Cruz é fruto de um rico processo de mobilização que fortalece e garante a participação da comunidade desde sua inauguração. A mostra resgata a história do espaço, valoriza as expressões artísticas locais e reforça os vínculos entre o Centro Cultural, os artistas e a comunidade de maneira geral".

 

O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

 

SOBRE A CONSTRUÇÃO DA PROGRAMAÇÃO “CONEXÃO CULTURAL: 25 ANOS DE ARTE PELA VIDA”

 

Durante janeiro e fevereiro de 2022, artistas do Alto Vera Cruz, Taquaril, Granja de Freitas e Castanheiras se encontraram para conhecer e debater a importância da herança cultural de seus territórios. A programação foi construída em conjunto com a Comissão Local de Cultura L4, criando ações culturais que valorizem as expressões artísticas produzidas no território. O objetivo é fortalecer vínculos da comunidade com o Centro Cultural Alto Vera Cruz.

 

A residência artística aconteceu sob a coordenação artística de Marilda Cordeiro e possibilitou aos participantes a criação de novas propostas artísticas conectadas aos temas discutidos nas linguagens da música, dança e graffiti. Como resultado, composições autorais dos coletivos artísticos e criações conjuntas feitas durante os encontros.

 

SOBRE A PROGRAMAÇÃO

 

Em uma performance inédita criada para a ocasião, o rap de Berêta, Du Gordo e Legusta coloca em pauta as dificuldades impostas pelo “manual de sobrevivência da sociedade”.  O grupo convida seus manos Jhon e Emerson, do Grupo Cultura do Guetto, que irão apresentar danças urbanas durante o show.

 

A motivação e elevação da autoestima da juventude periférica é a proposta da ZLOST, banca de drill (novo subgênero do Hip Hop) composta por Chagas, Chacodein, SW, Berêta e Zvka.  Através de letras descontraídas, melódicas e que mandam “papo reto”, a apresentação conta ainda com a participação especial do rapper Douglas Din (BH).

 

A paixão pela música dos jovens músicos e rappers Gaby, Mateus e Sandrão, da comunidade do Taquaril, dá origem à Setor, um dos principais grupos de Rap da Zona Leste da capital. Com músicas que trazem letras sobre redução de danos, violência, preconceito e exclusão social, o grupo entra em cena com uma reflexão sobre a autoestima dos jovens e a valorização de suas comunidades. Sandrão conta que em 2012 se envolveu artisticamente com o Centro Cultural Alto Vera Cruz. Na época, o equipamento cultural identificou a desmobilização dos artistas e da comunidade no uso do espaço, e, então,  promoveu ações  para aproximá-los. “Evandro MC contribuiu muito com o processo, ele é um cara que ajudou nesta reaproximação das pessoas que faziam cultura no território com o Centro Cultural. Foi o meu caso e do meu grupo ”.

 

O cantor e compositor Cacá Gualberto apresenta um trabalho autoral com letras que retratam o cotidiano em suas diversas situações. Acompanhado dos músicos Andinho Santos, Paulo Cardoso e Bruno Souza,  o repertório do artista será mesclado com intervenções de Rap e interações com outras linguagens culturais e musicais.

 

Para Cacá Gualberto, nascido e criado no Alto Vera Cruz, o CCAVC foi fundamental, especialmente quando passou a desenvolver um trabalho solo por volta de 99. “Eu já frequentava o espaço, mas quando comecei a desenvolver um trabalho autoral, o Centro Cultural me deu o suporte técnico para ensaios e equipamentos. Foi fundamental para eu começar a andar. Participei de aulas da Escola Livre de Artes Arena da Cultura e me apresentei no segundo FAN - Festival de Arte Negra. O Centro Cultural tem um papel muito importante no meu início como artista dentro da comunidade”.

 

Inspirado no documentário "Alto de Memórias" produzido pelo CCAVC, o grupo composto por Wanatta (Alto Vera Cruz), Patty_Nowsei (Granja de Freitas), Pedro CRIA (Alto Vera Cruz) e Lucas Alfa (Taquaril) fará uma intervenção de graffiti ao vivo durante o evento. A obra contará através de pinturas a história do desenvolvimento cultural na comunidade do Alto Vera Cruz.

 

Patty_Nowsei conta que, apesar de na época morar distante do Centro Cultural, era incentivada pela mãe a frequentar o espaço por ter computadores e livros para fazer pesquisas escolares. Quando se mudou para a região do Granja de Freitas, sua conexão foi se fortalecendo. “ Quando eu estava no Ensino Médio, eu ficava de 17h às 21h fazendo oficinas ou lendo. Wanatta dava aula de graffiti, passei a ficar bastante tempo no Centro Cultural. Fui aprendendo muitas coisas e me desenvolvendo no graffiti”.

 

SOBRE O CENTRO CULTURAL ALTO VERA CRUZ

 

O CCAVC está localizado no Alto Vera Cruz, bairro que até 1950 recebia o nome de Alto dos Minérios devido à atividade mineradora. Foi a partir desta década, que a região começou a receber seus primeiros moradores que vinham de comunidades dos interiores de Minas Gerais. Ainda sem infraestrutura como ruas asfaltadas e escolas, o bairro se destacava pela resistência cultural de seus primeiros moradores que, apesar de todos os desafios, trouxeram na bagagem o congado, a festa de caboclo e as festas de Santo Antônio, São João e quadrilhas.

 

Inaugurado no dia 8 de dezembro de 1996, o Centro Cultural Alto Vera Cruz foi uma conquista dos moradores do Alto Vera Cruz, Taquaril, Granja de Freitas e Castanheiras (território L4), através do Orçamento Participativo em Belo Horizonte de 1995. Com oficinas comunitárias de Hip Hop, Dança Afro e Capoeira Angola, bem como outras atividades culturais, o novo espaço provocou uma efervescência cultural na região.  Com o movimento artístico que reunia agentes culturais, artistas e comunidade, o Centro Cultural passou a ser um multiplicador e a revelar grandes artistas, como o tradicional “Meninas de Sinhá”, conjunto de dança formado por senhoras moradoras do Alto Vera Cruz.

 

Marilda Cordeiro, coordenadora artística da residência e moradora do bairro, conta que a mãe, Dona Valdete, uma das criadoras do “Meninas de Sinhá, estimulava os jovens e crianças a se envolverem com as atividades do Centro Cultural Alto Vera Cruz, especialmente por acreditar que o Hip Hop comunicava a juventude sobre realidades melhores. “ Como morávamos ao lado do Centro de Saúde, ela via as mulheres saindo com sacolas de remédio e isso a incomodava muito, foi quando convidava as mulheres a cantar e a dançar - fundando o Meninas de Sinhá. Era uma figura que veio da Bahia e foi uma liderança comunitária que até hoje todos se lembram”.

 

Assim como Dona Valdete, ao longo destes 25 anos de histórias comemorados desde dezembro do ano passado, o Centro Cultural tem em sua história a característica de construção coletiva - de agentes, comunidade e artistas - para pensar a arte na periferia como ferramenta de proteção social.

 

SOBRE O CIRCUITO MUNICIPAL DE CULTURA

 

Lançado em dezembro de 2019, o Circuito Municipal de Cultura é um projeto estratégico da Prefeitura de Belo Horizonte, e mantém, nesta nova etapa, iniciada em julho de 2021, o compromisso de oferecer programação cultural de qualidade, com atrações gratuitas e para todas as faixas etárias. O Circuito já realizou 556 apresentações, alcançando um público de mais de 677 mil pessoas, e contou com a participação de mais de 2.900 trabalhadores, entre artistas, mestres da cultura popular, produtores e técnicos, reforçando seu importante papel de fomento, principalmente no período da pandemia de covid-19.

 

CIRCUITO NAS REDES

YouTube da Fundação Municipal de Cultura: youtube.com/canalfmc
Instagram do Circuito Municipal de Cultura: instagram.com/circuitomunicipaldecultura
Facebook do Circuito Municipal de Cultura: facebook.com/circuitomunicipaldeculturabh
Site do Circuito Municipal de Cultura: www.circuitomunicipaldecultura.com.br

 

SERVIÇO
Mostra “Conexão Cultural: 25 anos de Arte pela Vida”- Centro Cultural Alto Vera Cruz
Data: 9 de abril de 2022
Horário: 14h
Entrada: evento presencial gratuito
Classificação: livre
Local: Praça Padre Marcelo - Alto Vera Cruz (Praça do Posto)
Ingressos: não é necessário retirada antecipada