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Casa do Baile inaugura a exposição “trans:paisagem”
Foto por Leonardo Finotti

Casa do Baile inaugura a exposição “trans:paisagem”

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Um intenso diálogo entre formas, tempos e espaços por meio de imagens que se integram ao local que as abriga. É essa a proposta de “trans:paisagem”, exposição de Leonardo Finotti. As visitações da mostra, realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, começam nesta sexta-feira (3), a partir das 10h, na Casa do Baile - Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design, apresentando a produção artística e editorial do fotógrafo com uma extensa e reconhecida produção no campo da arquitetura e da cidade.

Artista visual de reconhecimento internacional, Finotti conceitua a paisagem, tema central da exposição, como um universo multifacetado, que pode ser compreendido e estudado sob diversas perspectivas, cuja apreensão não se limita à visão, mas se dá a partir de um olhar ativo e da manifestação do nosso ser e estar no mundo. Em um cenário onde as imagens se proliferam e nos perseguem, a exposição busca questionar a profundidade de nossa atenção e o verdadeiro foco do nosso olhar.

A exposição e o bate-papo integram as ações do projeto Museus Pampulha, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Lumiar, na busca pelo fortalecimento das ações realizadas pelos equipamentos museais da Pampulha, por meio de exposições, atividades formativas e apresentações culturais. A entrada é gratuita e a programação completa pode ser acessada no site do projeto. 

A mostra “trans:paisagem” se estrutura em eixos complementares: Modernismo Brasileiro; Arquitetura Contemporânea Mineira; Espaços Anônimos e Informais; além de um núcleo reunindo sua produção editorial, um potente laboratório de experimentação formal dos seus projetos fotográficos. A Casa do Baile, marco da arquitetura moderna e Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design, abriga essa produção de forma a estabelecer uma relação entre obra e espaço. 

Para Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura, a exposição de Leonardo Finotti na Casa do Baile é um marco para a nossa cidade. “A mostra estabelece um diálogo profundo entre a arquitetura moderna e a contemporânea, convidando o público a revisitar e a se reconectar com o nosso patrimônio. É um projeto que reforça o papel de Belo Horizonte como polo cultural, celebrando a arte e a arquitetura de uma forma inovadora e acessível a todos. É uma oportunidade para que os belo-horizontinos se sintam parte dessa história, explorando o passado e o presente por meio de uma produção fotográfica de altíssimo nível”.

Bárbara Bof, presidenta da Fundação Municipal de Cultura, destaca que a fotografia de Leonardo Finotti, com sua visão única, transforma o ato de olhar a arquitetura em uma experiência completa. “Realizar a exposição ‘trans:paisagem’ é uma honra para a Casa do Baile. A obra de Finotti se integra perfeitamente ao espaço, trazendo uma nova perspectiva sobre a cidade e seu legado arquitetônico. Acreditamos que a mostra, além de seu valor artístico, contribui para a missão da Fundação de valorizar a cultura e a arte, oferecendo ao público uma experiência rica e plural, com a inclusão de importantes recursos de acessibilidade”.

Ao longo de sua pesquisa artística, Leonardo Finotti debruçou seu olhar com profundidade no trabalho de grandes mestres da Modernidade Brasileira, intimamente ligados ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha: Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx. Parte dessa pesquisa poderá ser contemplada na mostra que ocupará a Casa do Baile. Ao revisitar e catalogar o modernismo no Brasil e na América Latina, o fotógrafo busca revelar a transformação permanente das cidades, não só os edifícios em si, mas sobretudo o seu entorno. 

“O Conjunto da Pampulha é um exemplo interessante, e minha pesquisa visual revela como esse projeto, construído há mais de oitenta anos, se tornou parte da identidade e paisagem urbana”, afirma Finotti. “A exposição foi então concebida para colocar em diálogo as obras que a compõem e o espaço que as acolhe. Pensamos em uma forma instalativa que permitisse conectar arquitetura, paisagem e a sua visualidade”, afirma o artista. 

A exposição “trans:paisagem” propõe ainda uma interlocução entre o modernismo e a arquitetura contemporânea, assim como a criação arquitetônica anônima que habita a cidade. “Esse diálogo se dá principalmente com a produção contemporânea mineira, resultado da colaboração com os arquitetos locais ao longo dos últimos anos. A arquitetura anônima ou informal de Belo Horizonte também estará presente, algumas delas realizadas no Aglomerado da Serra, a maior favela de Minas Gerais, especialmente para a exposição”, conta Finotti. 

Segundo ele, “trans:paisagem” não se limita a reunir imagens, mas sim convidar o visitante a experienciar a arquitetura e se reconectar com ela e com a fotografia. “A exposição foi toda pensada como um percurso, em que as obras são apresentadas em diálogo com o espaço: parede/piso, interior/exterior e uma grande mesa que convida a uma permanência maior dos visitantes na exposição. Esse convite se estende ao jardim e permite atividades não só relacionadas à mostra, mas também potencializa o caráter público da Casa do Baile e seu entorno”, complementa.

Acessibilidade

Pensando em tornar a experiência de visita à exposição mais inclusiva, serão disponibilizados recursos de acessibilidade, como conteúdos com audiodescrição, materiais em formato de múltipla leitura (Braille, tinta e fonte ampliada), pranchas táteis em relevo de algumas das obras expostas e conteúdo em Libras, com tradução para o Português. Os conteúdos e materiais foram elaborados com acompanhamento de consultoria especializada em acessibilidade cultural e referenciados por pessoas com deficiência, ampliando o alcance da fruição da exposição para públicos diversos.

Sobre o artista

Leonardo Finotti é artista visual e tem sua trajetória estruturada sobre dois pilares complementares, empreendendo, pela fotografia, tanto uma exploração rigorosa da Arquitetura Moderna quanto uma investigação dos espaços urbanos anônimos ou informais. 

Após se graduar em Arquitetura e concluir pós-graduação na Bauhaus Foundation (Dessau, Alemanha), começa sua carreira como fotógrafo em Portugal, onde viveu por seis anos, colaborando com os mais importantes arquitetos portugueses. Iniciou um projeto sistemático de releitura do Modernismo em diferentes continentes, que prossegue quando do seu retorno ao Brasil.

Contribuiu internacionalmente com diferentes arquitetos e publicações, ao mesmo tempo em que desenvolve diversos projetos pessoais (exposições e publicações) tendo a arquitetura e a cidade como eixo principal de sua pesquisa visual: Pelada (2014), Latinitudes (2015), Rio enquadrado (2016), Brutiful (2017), para citar apenas alguns.

Já realizou mais de 200 exposições individuais e coletivas e seu trabalho faz parte de coleções de algumas das mais importantes instituições públicas e privadas, tais como Bauhaus Dessau Foundation (Alemanha), Fundação EDP (Portugal), Bündner Kunstmuseum (Suíça), MOT (Japão), Harvard Art Museums (EUA), MAR (Brasil), entre outras. Representou o Brasil em duas Bienais de Arquitetura de Veneza, na Bienal de Shenzhen, na X Bienal de Arte do Mercosul e foi premiado na XV Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires.

Serviço: 
Exposição “trans:paisagem”, de Leonardo Finotti

Data: A partir desta sexta-feira (3)
Horário: De quarta a domingo, das 10h às 18h
Local: Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design - Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751 - Pampulha
Atividade gratuita / Classificação livre
Agendamento de visitas mediadas: cb.fmc@pbh.gov.br